Amor Irreal

Os Herdeiros

Meses depois

— Parabéns Helô, você tem mais uma filha... —  Marina disse ao por a criança gritando no colo de Helô. 

—  Ela é tão pequena...—  Jota disse segurando o dedo da irmãzinha.

—  Eu quero vê!—  Drika disse se aproximando da pequena cama, ela ajudou Marina no parto de Helô. Marina estava ensinando Drika tudo que sabia, assim como a mãe tinha feito com ela.

No inicio Helô achou que Drika era muito nova, mas Marina disse que foi nessa idade que todas em sua família aprendiam o ofício da "família" e Helô cedeu, deixando a filha ajudar a avó em alguns procedimentos, como partos e outras coisas. Os gêmeos tinham acabado de completar cinco anos. A nova gravidez de Helô foi outra grande surpresa, mesmo depois da queda no rio, a criança sobreviveu dentro dela milagrosamente. Ela teve medo, mas surpreendentemente, essa gravidez foi muito mais tranquila que a anterior, tirando a barriga, por vezes ela até se esquecia que estava grávida. Ela trabalhou lavando roupa no rio com as outras mulheres até aquela manhã quando entrou em trabalho de parto. Diferente dos gêmeos, o parto foi bem mais rápido e tranquilo.

Elas colocaram a bebê em um cesto de palha, depois Marina terminou de tirar a placenta de Helô e enquanto ela foi enterrar como de costume, Drika e Jota trocaram o lençol. Helô queria ajudar, mas ela estava muito fraca. Depois ela voltou para cama.

—  Durma um pouco, se ela precisar eu te chamo... —  Marina falou pegando a neta no colo, era um bebê muito forte e grande, muito diferente dos gêmeos, essa parecia esbanjar saúde.

Cada dia que passava as coisas ficavam mais difíceis, eram criados cada vez mais impostos, muitos camponeses já estavam ficando revoltados, além disso, começaram a cobrar impostos de Lua por toda a ajuda concedida. Helô tinha chegado a conclusão que assim que o tempo do resguardo acabasse, ela iria iniciar o plano para recuperar seus reinos e limpar seu nome.

Longe dali....

—  Pai, você acha que as vezes podemos viver mais de uma vida? — Stenio perguntou.

—  Como assim Bruno? Que conversa é essa? — Carlos perguntou 

—  As vezes eu sinto como se eu tivesse outra vida...  — Stenio disse.

—  Isso é coisa do acidente, venha, vamos levar essas sacas até o armazém, logo os soldados vão estar aqui para pegar... —  Falou o camponês.

—  Pai, como foi mesmo que eu me machuquei? —  Ele perguntou.

—  Não me lembro, faz muito tempo... agora pare de conversa e volte ao trabalho. — Carlos resmungou bravo tentando desconversar.

—  Tudo bem... Só mais uma pergunta, Quem é Heloisa?

—  Quem? — Carlos perguntou.

—  Heloisa, esse nome não sai da minha cabeça! —  Ele falou.—  Heloisa, Drika e Jota...esses nomes eu sempre acordo lembrando deles...

—  Para de conversa fiada, isso deve ser coisa da sua cabeça, não conhecemos ninguém com esse nome! — Carlos respondeu nervoso.

—  Tudo bem, vamos voltar ao trabalho...  — Ele falou colocando duas sacas de trigo nas costas e levando para o celeiro.

Horas mais tarde....

—  Mais isso é menos...—  Stenio disse ao guarda.

—  Ordens do rei Leonard. Aceite isso ou fique sem nada. —  Um dos guardas disse em tom de deboche.

—  O rei Leonard precisa reconsiderar, isso não da para nada... — Carlos falou.

—  Saia da minha frente velho! —  O outro guarda deu um tapa em Carlos.