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Sardenha - Junho de 2022

Naquele momento o céu se iluminava em uma linda queima de fogos e todos nós estávamos amontoados na areia. A champanhe foi estourada e cada convidado pegou uma taça e em uníssono brindamos.

Sarah olhava a queima de fogos com um sorriso no rosto e as mãos em sua barriga que já estava grandinha é linda mostrando que meu afilhado crescia saudável quando foi tirada do chão por Lewis e se beijaram.

Eu corri para o mar assim como alguns outros e notei Charles afastado e observando a queima de fogos tranquilamente do mar. Caminhei até ele é pulei em suas costas.

-Eu te amo Charles - eu disse no ouvido dele que me abraçou tirando meus pés da água e eu passei os braços pelo ombro dele.

Charles me olhou e eu abri um sorriso derramando algumas lágrimas, ele me acolheu novamente em seus braços e voltamos a festa onde todos dançavam e bebiam festejando.

Vi Sarah, Carmen e Heidi dançando e fui para perto delas me jogando na pista de dança.

-Caramba que beijão! - Anthonny falou.

Quando meus olhos focalizaram Charles em cima de Bella em uma pedra a beijando foi automático a taça de cristal escapar de meus dedos e se desfazer em pedaços aos seus pés.

Anthony me olhou com os olhos arregalados e deu um passo para trás temendo os cacos.

Maldito. Maldita. Maldito. Maldita hora que eu inventei de querer ser amiga. Antes que Anthony visse meus olhos cheios de lágrimas, dei as costas e entrei na casa. A festa acabou para mim, eu só queria minha cama.

Subi a escada de dois em dois degraus e quase fui ao chão quando trombei com um corpo que me segurou agilmente.

-Está cega Maya? Caramba, quase derrubou meu copo. - Ricciardo disse enquanto me segurava em um braço e um copo de whisky em outra mão, claro que ele não tinha deixado cair nenhuma gota.

Eu não disse nada apenas me soltei dos braços dele e o empurrei.

[...]

Mônaco - Julho de 2022

-Eu ainda posso cuidar da minha afilhada - falei empurrando Maya para fora - Estou grávida não doente.

-Qualquer coisa me ligue - Maya falou e eu concordei com a cabeça.

Ela tinha voltado aos plantões do hospital e eu tinha pegado licença mais cedo pois não consiga está toda viajando de avião toda semana por causa do bebê e Lewis estava no final de semana de corrida junto com os outros.

Após escutar as mil recomendações de Maya e quase expulsar ela da própria casa deitei no sofá com os pés para alto pois pareciam duas bolas de boliche enquanto via Mavi deitada no tapete da sala assistindo carros pela trigésima vez e estava começando a achar o carrinho vermelho a cara de Charles mesmo.

O barulho estrondoso do vidro da porta da entrada se quebrando fez com que nos duas pulássemos surpresas do sofá e não houve tempo para correr, nem de se defender, pois os três homens encapuzados e vestidos de preto invadiram a casa e rapidamente cercaram eu e Mavi que gritavam horrorizadas.

Um homem com o dobro do meu tamanho apontou uma arma para a minha cabeça e outro pegou. Mavi nos braços tampando a boca da menina.

-Levem tudo o que quiserem, nós colaboramos com vocês. - ergui as mãos para o cara que apontava a arma para mim

-Tudo o que queremos está bem aqui nessa sala. - o homem que não apontava a arma para as duas disse enquanto girava a arma entre os dedos. - Vocês vão com a gente.

Ao ouvir aquilo eu comecei a berrar e tentei sair correndo, mas o homem me segurou pela barriga, fazendo eu sentir uma fisgada de dor. Fui arrastada para fora de casa com a boca tampada.

-Eu vou com você - pediu ao bandido e o viu rir debochadamente. - mas deixa ela ficar, ela é pequena.

-Ela vale mais do que você. - ele me pegou pelos cabelos.

Eles nos puxaram até fora da casa e nós jogaram em um carro preto. Mavi se aconchegou em minha barriga e eu comecei a orar para Deus nos tirar daquela situação. Rapidamente o carro foi ligado e ganhou velocidade pelas ruas de Mônaco.

-Por favor, nos daremos todo o dinheiro que quiserem, nos deixa ir embora - falei para o bandido que estava sentado no banco do passageiro.

-Quem disse que queremos o seu dinheiro? - ele arqueou a sobrancelha.

Reconheci o caminho que estavam tomando passando pela interestadual que levava os carros de Mônaco para outras cidades ao norte da Itália. A velocidade extrema do carro faziam as placas passaram como borrões, mas cerca de quarenta minutos depois, entraram no acesso que ela reconheceu ser de Génova.

Não demorou muito para pararem em um bairro escuro e claramente pobre. Fomos
obrigadas a descer em um galpão à margem de uma represa, era nítido que o local estava abandonado, mas mesmo assim foram obrigadas a entrar no ambiente úmido e escuro.

Subi a escada empurrada pelos três homens e ao chegar no segundo andar, o ambiente estava iluminado por refletores de luz que balançavam e piscavam conforme o vento batia. Parei de andar, fazendo os bandidos baterem em minhas costas pela parada repentina ao ver encostado tendo o corpo iluminado fracamente pela luz aquele cara que fez seu estômago revirar de nojo.

-Você ? - olhei para o homem que saiu da sombra sorrindo.

Antonny ria como se fosse um psicopata e agora eu entendia completamente o que os bandidos disseram por não querer o dinheiro.

-Você é um doente! - gritei com ele - O que você quer?

- Na verdade você não estava nos meus planos Sarah - ele me olhou de cima a baixo - Nem esse seu bebê.

-O plano era sequestrar Maya e Mavi - ele chegou perto de Mavi que estava amarrada nos braços de um dos bandidos.

-Não encosta nela - gritei sendo segurado pelo outro bandido.

-Mas vocês todos irão morrer - ele falou sorrindo e eu arregalei os olhos em desespero.

Senti o choro queimar nos olhos é o medo se espalhar pelo meu corpo.

- Levem elas para o quarto. - ele ordenou  e depois saiu.

Os bandidos saíram me puxando e me jogaram em um quarto todo fechado e jogaram Mavi ao meu lado, tratei de soltar a menina e ela caiu no choro abraçada a mim me fazendo chorar também.

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