09. Mãe

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🐆 | Maria Fernanda.
18h21, terça-feira.

Mafê: Mãe? — Abri a porta do quarto, encontrando ela deitada na cama. — Oi, dona Josi. — Sorri indo pro lado dela.

Josiane: Oi, amor. — Me olhou toda boba e levantou da cama pra me abraçar. — Tá cheirosa. — Senti suas mãos no meu cabelo, fazendo um cafuné tão bom.

Mafê: Vim fazer janta pra senhora. — Levantei a sacola e ela sorriu mais ainda.

Josiane: Eu amo sua comida. Vamos logo. — Fomos até a cozinha e ela me ajudou a tirar as compras da sacola, organizei o que iria usar na bancada e guardei o restante nos armários e geladeira.

Mafê: Como a senhora tá? — Olhei pra ela enquanto eu ia cortando o frango em cubinhos.

Josiane: Estou na mesma de sempre, me fala de você, tá saindo muito?

Mafê: Que saindo, mãe. — Dei risada. — Tô trabalhando que nem uma cachorra.

Josiane: Mas é isso aí, não quis sair de casa cedo? — Tava demorando. — Corre atrás do teu mesmo.

Mafê: Tô juntando um dinheirinho pra sair daquela casa. — E estou mesmo. Estava juntando a alguns anos um dinheiro para que assim que eu me livrasse do Roger pudesse sair daquela casa, ter meu próprio cantinho. — Ralo todo dia pra isso. — Sorri de canto olhando pra ela.

Josiane: E você ainda está naquela situação com o Roger? — Me olhou séria, desviei o olhar e voltei minha atenção na bancada. — Ein, Fernanda?

Minha mãe não era boba e ela mesmo já havia batido de frente com o Roger, ela sabe muito bem o que eu passo e mesmo não aceitando ela não se mete pois sabe que eu não vou deixar. Pra mim, a vida dela estará acima da minha, sempre!

Mafê: Não vou tocar neste assunto.

Josiane: Você não pode achar isso a coisa mais normal do mundo.

Mafê: Já disse pra não se preocupar quanto a isso, em relação ao Roger eu sei me virar.

Josiane: Sabe mesmo? — Levantou vindo pro meu lado. — Até o dia que ele tirar sua vida, filha? Por conta de qualquer motivo louco dele? — Senti a mão dela no meu rosto e deixei uma lágrima solitária escorrer pela minha bochecha.

Mafê: Não pensa assim, ok? — Beijei a mão dela.

Josiane: Eu não posso perder você, Fernanda.

Mafê: E não vai. — Larguei a faca na bancada e abracei ela bem apertado. — Eu que não posso viver sem você, dona Josi. — Choraminguei beijando o topo da cabeça dela. — Não vim aqui pra gente chorar, vim aqui pra animar a senhora e fazer comida boa. — Me afastei dela vendo seus olhos pequenininhos.

Josiane: Termina isso aí, garota. — Riu fraco. Ela me deixou na cozinha e foi pra sala assistir televisão.

Continuei a fazer a comida, temperei o frango, refoguei e fui preparar o creme de batata com queijo.

Na cozinha a mami arrasa, amo passar horas testando receitas novas. E passar um tempinho só com a minha mãe é tudo pra mim.

Mafê: Vem provar. — Chamei ela da cozinha e ela veio animada. Dei uma colher com o creme de batata e esperei sua reação.

Josiane: Isso aqui tá perfeito. — Sorri satisfeita e voltei a preparar o arroz. — Quero você cozinhando pra mim todos os dias. — Ela riu indo lavar a colher.

Mafê: Próxima vez vou preparar aquele baião que a senhora ama. — Chega salivei só de lembrar.

E meu restinho da noite foi com ela, depois da gente bater um patrão, conversamos bastante. Amava ter esse tempo com a minha mãe, mesmo não sendo todos os dias, sempre que dá eu venho pra cá pra aproveitar um tempinho com ela.

Apesar da gente morar em Vigário a anos, assim que me mudei minha mãe foi morar em Parada de Lucas, onde a maioria dos nossos familiares moram.

Josiane: Sua tia Jessica vive perguntando de você.

Mafê: Quem dessa família não pergunta né. — Revirei os olhos. Praticamente todos me tratam como se eu nem fizesse parte da família, já não me chamam mais para as comemorações há anos, mas não deixam de querer saber como está minha vida.

Josiane: Também perguntam do Eliseu.

Mafê: Ih, tocou no nome de quem não devia.

Josiane: Filha, meu sonho ter vocês dois juntos denovo.

Mafê: Mãe, chega disso aí. — Ela não falou mais. Vir aqui é dar brecha pra minha mãe tocar no nome do Eliseu e tentar me convencer a me acertar com ele. Saí fora.

Josiane: E a Ana? Trás ela aqui qualquer dia desses.

Mafê: Ela vai gostar mesmo. — Sorri. Minha mãe amava a Ana Alice, quando éramos mais novas minha mãe tratava a gente como duas bonecas. — Pena que agora nem nossos plantões estão batendo. — Fiz bico.

Josiane: Oxi, fala pra ela vir sozinha.

Mafê: E eu? — Falei ofendida tirando uma risada dela.

Josiane: Você me cansa, Ana Alice me mima mais.

Mafê: Ah é? Vai morrer de fome porquê Alice não sabe fritar um ovo. — Brinquei rindo com ela.

Josiane: Não fala da minha filha dois.

E a gente foi jogando conversa fora até umas 21h e pouca, quando estava ficando tarde demais me despedi da minha mãe para poder voltar pra casa.

Mafê: Quando vier denovo eu arrasto a Alice, tá? — Beijei o rosto dela.

Josiane: Mas vem mesmo. — Minha mãe me esperou do lado de fora enquanto eu chamava o Uber, que chegou rapidinho. — Beijos, se cuida. — Entrei no carro e acenei pra ela.

- Boa noite. Vigário Geral, certo?

Mafê: Boa noite, isso! — Fui quieta olhando a rua e não demorou mais que quinze minutos para chegar no morro.

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Espero que gostem de cada capítulo, tudo é pensando com muito carinho.

Juro que a história é bacana, mas preciso que vocês comentem algo, o que estão achando?

Beijus, K.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora