37. Pior notícia

540 27 0
                                    

🎱 | L8.
08h18, sábado.

A invasão já havia terminado e eu já tava ciente que o Roger havia sido pego, me contentei em não ir encontrar aquele filho da puta e acabar com a raça dele.

Eu estava impaciente dentro do quarto, queria ir lá fora, mas também não deixaria a Maria ali sozinha.

Mafê: Estou me sentindo mal. — Olhei pra ela na mesma hora.

L8: Qual foi? — Fui pra perto vendo ela passar a mão no peito. — Tá doendo?

Mafê: Um aperto no peito, pressentimento ruim. — Ela falou baixo, demonstrando certa angústia na fala.

L8: Já terminou, fica suave. — Segurei o rosto dela com cuidado.

Mafê: Eu sei que você tem que ir lá fora... — Ela me olhou, estava tão tristinha. — Pode ir, eu vou ficar bem.

L8: Quer que a Ana Alice fique aqui com você?

Mafê: Quero.

L8: Vou buscar ela então, tá bom? — Ela concordou na mesma hora.

Pedi pra ela avisar a Alice que eu estava indo e fui buscar ela em casa.

Ana Alice: E como ela está?

L8: Essa invasão assustou muito ela e fora que ela tá sentindo uma parada ruim.

Ana Alice: Ela está muito sensível, qualquer coisinha vai criar pânico nela.

L8: Se tu quiser passar a noite lá, tu dorme com ela.

Ana Alice: Eu vou pegar umas coisas lá então. — Balancei a cabeça e esperei ela lá fora, que voltou um tempo depois com uma mochila nas costas.

Ela subiu na garupa e estávamos chegando no portão da minha casa quando o Espinha parou na minha frente. — Calma aí, doidão. — Ela riu fraco batendo o corpo nas minhas costas, tinha freado a moto com tudo.

L8: Que foi, parceiro? — Olhei direitinho e se eu não estava vendo errado ele estava chorando.

A Ana Alice desceu da moto preocupada e foi até ele que negou com a cabeça, secando o rosto.

Ana Alice: O que aconteceu? Tá chorando porquê?

Espinha: Minha mãe, Alice... — Ela ficou parada esperando ele terminar de falar. — Eles mataram ela, porra! — Ele chutou o vento, chorando pra caralho.

Ana Alice: Como assim, caralho? — Eu até desci da moto vendo o desespero dos dois.

Espinha: Eu cheguei lá e ela já estava morta.

Ana Alice: A Mafê não vai aguentar uma notícia dessas. — Olhou pra mim chorando também.

E quem ficou sem reação foi eu.

Espinha: Ela não precisa saber, Fernanda já passou uma pá de coisas de quinta pra hoje.

Ana Alice: É a mãe dela, Espinha. — Ela esfregou a testa.

L8: Pera aí, vocês são irmãos, porra? — Perguntei surpreso.

Ana Alice: Você não vai esconder isso dela. — Ambos ignoraram a minha pergunta e a Alice continou discutindo com ele.

Espinha: Vai lá e conta você então, porque eu não tenho coragem.

Ana Alice: O Mateus vai saber falar com ela, ele sempre sabe.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora