47. Bem-vinda

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🐆 | Maria Fernanda.

Flávia: Gata a beça ein, mulher. — Me mediu de cima baixo quando me aproximei do carro. Hoje eu havia optado por um macaquinho azul e nos pés uma sandália em pedrarias, estava bonita mesmo, confesso.

Mafê: Você também está linda. — Sorri entrando no banco da frente. O L8 tinha acabado de chegar aqui em casa para podermos ir ao tal churrasco da madrinha dele.

Henrique: Ninguém me elogiou ainda. — Falou do banco de trás, o L8 soltou uma risada ao meu lado, virando a chave na ignição pra sair com o carro.

L8: Tá bonitão moleque.

Mafê: Concordo. — Virei a cabeça pra olhar ele, todo posturadinho com os braços cruzados e até com camisa polo e correntinha no pescoço. — Lindo demais.

O tio não ficava para trás, camisa escura sempre caía muito bem nele, mas hoje a peça branca me fez perder o olhar nele, a bermuda no tom verde militar cobria suas coxas grossas e tampava boa parte da sua tatuagem na coxa direita.

L8: Que foi? — Perguntou baixo me olhando rapidamente.

Mafê: Tá lindo também. — Ele sorriu apoiando a mão na minha coxa, manuseando o volante apenas com a mão esquerda.

Pelo o que eu entendi na conversa dele com a Flávia, sua tia morava em Duque de Caxias e boa parte da sua família já estava lá.

O trajeto não demorou mais que meia hora e em momento algum o L8 parou o carinho que fazia na minha perna, ele parecia nem sentir a inquietação que se instalou no meu corpo com o seu toque.

Fui notando a fileira de carros estacionados na rua e deduzi estarmos próximos da casa.

L8: Desce vocês aí que eu vou estacionar. — Ele destravou as portas do carro e eu esperei uma moto passar para abrir o meu lado. Desci do carro ajeitando a peça de linho no meu corpo e segurei a mão do Henrique, indo com ele pra calçada.

Henrique: Se tiver pula pula tá ótimo.

Flávia: Você já vai entrar na piscina, não inventa de dar trabalho hoje não, por favor. — Veio atrás rindo, com a mochila dele em mãos.

Henrique: A gente entra ou a festa vai ser aqui fora? — Ele perguntou abusado, olhando para dois adolescentes cruzando o portão branco, entrando pela garagem.

Flávia: Vamos esperar seu tio, sossega.

O L8 não demorou a voltar e quando parou do nosso lado o Henrique entrou que nem um jato, pude ouvir seu nome ser gritado por diferentes vozes.

Flávia: Aí meu Deus, se perguntarem não é meu filho tá. — Ela falou rindo, apressando o passo pra dentro da casa.

L8: Menor já chega como. — Ele sorriu, encaixando a palma da mão na minha, reparei o gesto involuntário, mordendo a parte inferior da bochecha.

- Que demora pra chegar ein. — Ouvi o som da voz da Carla antes mesmo dela aparecer no corredor lateral da casa, esbanjando beleza dentro de um conjuntinho bege. — Oi, meus amores. — Ela abraçou o filho primeiro, murmurando "Um gato né?" na minha direção e fazendo sinal de aprovado.

L8: Tá bonita demais não, mãe? — Ela jogou os fios castanhos por cima do ombro, elegante como sempre.

Mafê: Tudo bem, Carla? — Abracei ela, beijando a lateral da sua bochecha.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora