45. Intenso

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🐆 | Maria Fernanda.
18h20, sexta-feira.

Taiana: Vou cobrir o plantão da noite sozinha? — Fez biquinho.

Mafê: Mas vai ser tranquilinho.

Taiana: Deus queira né. — Real. Ultimamente só veio coisa braba aqui pra UPA. Nesse meu plantão inclusive, teve uma parada cardíaca em uma criança de seis anos, que foi atropelada quatro dias atrás.

O coração chega dá um aperto em ver a situação da menina, mas a mesma já se encontrava estável, bem na medida do possível.

Mafê: Vou indo, ok? — Passei a alça da bolsa no ombro e mandei beijo pra ela.

O celular vibrou na minha mão e eu abri a conversa com a Alice, que respondeu minha mensagem enviada horas atrás.

Nalice: Piranhuda sim, tava dando encima de metade do morro, só mavambo
Apanhou bonito da atual — Contou a fofoca que aconteceu lá em Lucas, mas que a bonita ficou sabendo rapidinho e com detalhes.

Mafê: Deixa o Quiel saber dessa história — Enviei a mensagem e a doida já puxou o áudio na hora.

Nalice: Meu amor, foi mó treta generalizada, até o nome do pastor entrou no meio, parece que a fiel traiu foi o Quiel com o irmão da igreja e o bonito achou ruim a troca de chifre. — Dei risada do seu áudio de treze segundos e neguei com a cabeça apertando várias vezes a letra K no teclado.

Deixei o celular de lado quando no finalzinho da rampa eu ouvi o ruído de moto e ergui o olhar percebendo o L8 me analisando com aquele olhar de falcão, fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

Caminhei em sua direção parando no final da calçada de frente pra ele. — Me vigiando? — Exibi um sorriso, molhando o lábio inferior.

L8: Tava passando e tu não passou despercebida. — Ele apoiou o pé na calçada, se mantendo equilibrado na moto de grande porte. — Como tu tá?

Mafê: Estou bem, obrigada. E você?

L8: Suavão agora. — O sorriso de canto estampou seu rosto. — Quase não te vi essa semana.

Mafê: Estive no mesmo lugar de sempre. — Olhei rápido a rua, vendo o movimento fraco por ali. — Está livre amanhã? — Apoiei a mão na sua coxa, trocando o peso da perna. — Quero compensar os rolês que eu tô te devendo.

L8: Vou cobrar com juros essa parada aí. — Ele sorriu levando a mão até meu couro cabelo, puxando meu rosto até o seu. — Passo pra te buscar pela manhã, vai passar o dia comigo, beleza pra tu? — A voz próxima ao meu ouvido, com a boca raspando pelo meu pescoço. Aí papai!

Mafê: Por mim... — Virei o rosto, encarando seus lábios grossos antes de selar nossas bocas.

Podia ficar dias sem beijar a sua boca, mas quando nós nos encontrávamos a sensação era a mesma: a de estar o beijando como se fosse a primeira vez, o frio na barriga era o mesmo.

Sua mão livre rodeou minha cintura, aproximando ainda mais nós dois, minha mão apertou em um gesto involuntário a sua pele por cima da bermuda grossa e com a outra acariciei os fios curtos do seu cabelo bem alinhado num corte degradê.

L8: Sobe aí. — Separou a boca da minha, sugando o lábio inferior e deixando dois selinhos no meu lábio. Me afastei dele para poder subir na moto e envolvi seu quadril com as minhas coxas, colando o corpo no seu e rodeando sua cintura com as minhas mãos.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora