48. Sentimento demais

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🐆 | Maria Fernanda.
13h34, sábado.

Mafê: Luís Otávio? — Abri a boca sem reação, ele me olhou como se não tivesse dito nada demais.

L8: Fica vermelha não. — Ele mordeu minha bochecha, neguei com a cabeça, encolhendo o pescoço.

- Pagar a pensão você não quer né, L8. — Levantei a cabeça vendo um magrinho vir na nossa direção, com uma lata de cerveja na mão e na outra uma mamadeira roxinha. Equilíbrio né.

L8: Se falar muito eu pego ela pra mim, parceiro. — Ele levantou trocando abraço com o homem.

O peitoral nu deixava a mostra a única tatuagem no seu tronco, o rosto da neném que eu segurava cobria parte do seu peito, junto ao nome dela em letra cursiva.

- E aí nega, tá cuidando direitinho da minha filha? — Ele me olhou, sorrindo na direção da Antonella.

Mafê: Estou apaixonada nessa criança. — Contornei o rostinho dela, cheirando a bochecha gordinha.

- Te dou trezentinhos pra tu ficar com ela final de semana. — Olhei rindo pra ele, que doido, onde já se viu uma coisa dessas.

Mafê: Vai confiar numa estranha pra cuidar dessa boneca?

- Meu mano tá contigo, então tu é de confiança. — Dividi o olhar entre ele e o L8.

L8: Sei não ein, Jefinho. — Ele sorriu olhando pra mim, com o braço apoiado na minha coxa. — Essa índia aí é sagaz.

Jefinho: Sagacidade é esse monumento vindo aí. — Ele parou o olhar bobo atrás da gente, olhei por cima do ombro vendo a Flávia vir até a gente, com um pratinho nas mãos. — Muito boa tarde, Flávia.

Flávia: Oi, Jefferson. — Sorriu sem mostrar os dentes, sentando do meu lado. — Nossa, ela tá enorme né. — Comentou olhando pra neneca no meu colo.

Jefinho: Tá doida por uma madrastra. — Ele esticou a mamadeira pra Antonella, que pegou levando até a boca, murmurando um gritinho.

Flávia: Então começa a procurar em outro canto. — Ela fez uma cara de sonsa que eu até tive que segurar a risada.

L8: Já comeu? — Me cutucou, brincando meu a pulseira no meu pulso.

Mafê: Comi um pouquinho lá dentro.

L8: Vou fazer um prato pra tu, jaé?— Nem esperou minha resposta, ele levantou e sumiu da minha vista entrando na casa.

Mafê: Henrique tá lá dentro ainda?

Flávia: A Carla foi trocar ele pra entrar na piscina. — Ela me ofereceu um pedaço de carne e eu peguei do prato a peça com a gordurinha tostada.

Jefinho: Teu moleque está com quantos anos, nega?

Flávia: Ele faz dez próximo mês já. — Olhei curiosa pra ela.

Mafê: Hum, pretende fazer alguma coisa?

Flávia: Sempre faço um bolinho pra não passar em branco né.

Jefinho: Mas 10 anos não pode passar batido, menor merece um festão. — Afirmei com a cabeça, concordando.

Flávia: Vou ver certinho isso. — A menininha no meu colo terminou a mamadeira e esticou os bracinhos na direção do pai, que soltou a cerveja da mesa pra pegar a garotinha.

Ele saiu com ela de perto, segurando ela com todo o cuidado.

Mafê: A mãe da bebê, conhece? — Perguntei pra Flávia, por pura curiosidade.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora