53. Favorita

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🎱 | L8.
20h19, quinta-feira.

Estava aguardando ela sair da faculdade, era nossa rotina às segundas, terças e quintas, ela vinha direto do trampo ou ia daqui direto pra lá dependendo do plantão. E sempre que podia eu vinha buscá-la, na maioria das vezes, como era hoje.

O sorriso por quem me apaixonei entrou no meu campo de visão e eu vi de longe ela se despedir da colega, andando na minha direção com os olhinhos apertados.

Mafê: Oi, amor. — Beija minha boca em um gesto demorado, se apoiando na minha coxa.

L8: Tá de boa? — Cheirei o pescoço dela, inalando o perfume doce.

Mafê: Se a professora tivesse avisado que faltaria os dois últimos tempos eu nem teria vindo. — Resmungou, prendendo os fios no topo da cabeça, como ela sempre fazia para andar de moto.

L8: Não tem plantão hoje? — Vejo ela negar, se olhando pelo espelho do retrovisor.

Mafê: Nem hoje e nem amanhã, troquei com a Taiana e pego doze horas no sábado. — Concordei vendo ela pronta para subir.

L8: Sobe aí pra gente jantar. — Entreguei o capacete dela, todo cheio de detalhes em roxo, como ela gostava.

Por ser um corre para ambos, nós dois sempre desenrolava uma coisa durante a semana, acredito que num relacionamento a visão tinha que ser essa mesmo, nunca deixar cair na mesmice e o nosso rolo estava longe de ser assim.

Mafê: Minha fome está grande, viu? — Ela riu, passando as pernas pelas laterais do meu corpo, me abraçando pela cintura. — Sua mãe mandou aqui no grupo que hoje é dobradinha. — Ela comentou aproximando a cabeça para que eu escutasse.

L8: Ela me ligou avisando. — Dei partida com a moto, deixando o centro de Caxias para pegar a pista até Vigário Geral.

Parei pouco mais de vinte minutos depois, deixando minha moto na calçada da minha mãe, entrei com ela e não precisei anunciar, a coroa já esperava nós dois do lado de fora da varanda.

Carla: Estava quase indo te buscar. — Ela riu abraçando a nora. Fernanda virou sua favorita, eu chego e ela nem aí pra mim, agora mostra a morena na frente dela, mil chamegos.

Mafê: Vim na vontade desse tua janta, Carla. — Entramos nós três na casa e eu reparei o primeiro andar vazio.

Desde que a Flávia se mudou pra cá com o Henrique essa casa nunca esteve vazia, a Carolina caçou o rumo dela e foi morar com o Leozinho e vez ou outra aparecia aqui.

L8: Cadê filhotin? — Acompanhei as duas até a cozinha, deixando a arma na estante da sala.

Carla: O Jefinho veio buscar eles mais cedo, foram no shopping com as crianças. — Mafê trocou olhar comigo, abrindo um sorrisinho contente. Essa semana mesmo ela havia dito que os dois tava de tretinha e eu só dizendo que era caô dela, agora tá aí, os dois se envolvendo depois de tanto choque quando se encontravam.

Mafê: Quando eu te cantar as pedras tu fica esperto, Luís. — Ela apontou o dedo, rindo. — Carla, eu falei com ele que os dois estavam juntos.

Carla: Mas isso estava mais que claro, filha. — Minha mãe concordou, daí pra frente as duas começaram a fofocaiada delas e eu sobrei no assunto, comendo na minha e respondendo apenas quando eu era mencionado.

Estava cheio de sono, vou mentir não.

Mafê: Está cansadinho? — Para na minha frente quando termina a louça com a minha mãe.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora