11. Família

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💌 | Recadinho às leitoras:
Deixem seu feedback do que estão achando da história, isso incentiva a continuar. Ou até mesmo uma estrelinha. 🥰
Espero que gostem de cada capítulo, tudo é pensando com muito carinho.

Juro que a história é bacana, mas preciso que vocês comentem algo, o que estão achando?

🐆 | Maria Fernanda.
05h51, quinta-feira.

Só de não ter a presença do infeliz ao meu lado, minha quinta-feira chega amanheceu mais leve.

Levantei disposta para um dia abençoado, tomei meu banho, preparei meu café, fiz toda minha rotina matinal antes de ir pro trabalho.

Respondi a mensagem da Nalice e respondi que em dez minutos terminava de me arrumar.

Vesti minha roupa com pressa, coloquei o calçado e lavei a louça antes de sair de casa.

Mafê: Muito bom dia. — Olhei pra Alice sorridente, ela pelo contrário tava com a maior cara de sono.

Ana Alice: Bom dia pra quem, garota? — Riu fraco fazendo uma careta logo após.

Mafê: Talvez pra mim que me livrei do Roger? — Ela parou de andar e me olhou espantada.

Não vou nem mencionar o escândalo que ela fez, só faltou se ajoelhar no chão e agradecer a Deus. Ri da sua reação escandalosa.

Ana Alice: Tô tão feliz por você, amiga. — Ela me abraçou ali no meio da rua. — Só Deus sabe das nossas orações pra esse merda te largar, não é?!

Mafê: Nem fala, surreal essa sensação de alívio.

Ana Alice: Precisamos achar contatinhos para você, tá.

Mafê: Não quero problemas pra minha vida nem tão cedo.

Ana Alice: Ah para, uns beijinhos na boca não vai doer. — Dei risada dela falando, a gente chegou no posto quase na hora de dar início ao plantão e tive que aguentar a lista de pessoas que eu poderia ficar, segundo a louca da Nalice. — O Rdg eu deixo você pegar, a rola dele é de outro mundo. Tem também o Peixe do barzinho.

Mafê: Hum, que tal: não e não. — Abri meu armário guardando minha bolsa e colocando meu celular lá dentro no modo avião. — Agora se o primo do Vt quiser eu quero. — Abri um sorrisinho.

Ana Alice: Aí aí, Fernanda.

Daniela: Bom dia! — Cumprimentou passando pela gente, Ana Alice esperou ela ir pro outro lado da sala e fez cara feia debochando da outra, me fazendo rir.

Mafê: Bora caçar o que fazer. — Empurrei ela pra fora da sala e não demorou muito até chamarem ela pra bater raio-x de um paciente, enquanto eu fui pra emergência.

🎱 | L8.
12h17, quinta-feira.

Leozinho: Pô, o Espinha bem que podia soltar uma missão mais animada né.

Braga: Papo reto, saudade de umas paradas loucas.

L8: Tô fora. — Neguei com a cabeça.

Leozinho: Ih, qual foi? Fugindo dos corres é?

L8: Tô correndo de b.o, ficha limpinha neguin.

Leozinho: Sorte tua, tenho duas passagens. — Falou coçando a testa.

Braga: Explica pra ele o esquema, L8. — Ela riu e ficou gastando o mano.

L8: Aí, tô indo almoçar na coroa, termina aí de embalar as de vinte. — Levantei da cadeira, passando os pacotinhos das de dez pra dentro da caixa. Puxei minha camisa da cadeira e prendi no cós da bermuda, saí da boca e fui pra casa da tia, tava lombradão de fome. — Tô entrando.

Carla: Pensei que não viria. — Abriu um sorriso aparecendo no corredor da cozinha.

L8: Benção, mãe.

Carla: Deus te abençoe, amor. — Beijei a testa dela e puxei uma cadeira já me acomodando ali.

L8: Fiquei sabendo que o Carlos tá pra ser solto, parada firme mesmo? — Ela olhou pra mim.

Carla: Quatro meses, filho.

L8: Já já passa. — Ela sorriu fraco.

Carlos era o filho mais velho da tia Carla, meu primo de sangue mesmo. Ele tá preso vai fazer seis anos, dona Carla sempre se culpou por ter deixado dois dos filhos dela entrar pra essa vida, mas quando minha mãe, irmã da tia Carla, faleceu, foi o meio mais fácil que eu encontrei de ajudar em casa.

Devo tudo pra coroa que tá comigo hoje, me deu todo o amor e cuidou de mim como filho, mesmo sozinha nunca deixou nada faltar pra mim, pro Carlos ou pra Carolina. A mulher era guerreira pô, aguenta trancos e barrancos.

Carla: Você não tem noção da falta que eu tenho de vocês três juntos. — Ela embargou a voz e eu levantei da cadeira indo pro lado dela.

L8: Pô, num vai chorar agora não. — Sorri abraçando a baixinha.

Carla: Vai colocar seu prato logo. — Ela me empurrou pro fogão e riu também.

O tempo que dá eu sempre passo com ela, a coroa sentia maior falta dos filhos em casa, na ausência do Cacá ela ficou muito carente. Carolina já não parava em casa mais, então sempre tô vindo aqui pra ficar um tempinho com ela.

L8: E a Flávia, trás o menorzinho pra cá quando?

Carla: Conversei com ela a algum tempo atrás, ela disse que assim que ele for solto ela volta com o Henrique.

L8: Maior saudade do moleque. — Comentei montanto meu prato.

O Henrique era filho do Carlos, a mãe levou ele pra morar fora do morro depois do Cacá ser preso, mas sempre tá presente, nunca privou o menino de visitar a nossa família. Me amarro no menor.

Carla: Ele vem pro meu aniversário, fez questão de deixar claro que passaria o mês das férias aqui em casa.

L8: Quero só ver se a senhora vai dar conta.

Carolina: Mami. — Virei a cabeça vendo ela entrar na cozinha. — Já por aqui... Qual a fofoca?

L8: Teu sobrinho vem pra cá mês que vem.

Carolina: Eita. — Ela riu e veio sentar do meu lado. — Ele tá que tá, fico só de olho nos status da Flávia, mãe tem que ver ele empinando com a bicicleta.

L8: Aprendeu comigo, tá ligada? — Minha mãe riu.

Carla: O menino vem pra cá e você só ensina besteira né, Luís Otávio.

Carolina: Daqui a pouco ele arruma namoradinha. — Falou pra minha mãe ficar puta. Ela morria de ciúmes do neto, mesmo com ele tendo nove anos.

Carla: Não fala isso do meu neném. — Ela bateu com o pano na Carolina, só dei risada das duas.

Fiquei com elas ali mais um tempinho, mas logo voltei pra atividade, adiantei minhas paradas porquê mais tarde tinha a festinha da Pietra, Braga tinha dado o papo que queria que eu fosse, não ía fazer desfeito.

Ainda tinha o bailão de sábado que tava chegando, tinha sempre muita coisa pra organizar.

Espinha cobrava de geral eficiência, ele não era do tipo que deixava o morro largado, gostava de tudo no devido lugar, ainda mais em dia de baile, a favela lotava de gente de fora e não gostava de vacilar.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora