41. Saudades

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🐆 | Maria Fernanda.
02h56, domingo.

Mafê: Não tenho pique mais pra baile. — Estava impaciente. Havia retornado para a quadra e estava ao lado da Braga, enquanto a Ana Alice fazia questão de rebolar entre nós duas.

Ana Alice: Você sempre foi fraquinha, né.

Braga: Tá cansada não? — Falou com a Alice que chega estava suando, a doida negou com a cabeça virando de costas e rebolando no ritmo da música.

Mafê: E trabalha amanhã.

Braga: Doidinha ela. — Comentou com o olhar preso no quadril da minha amiga. Não vou negar que a Ana Alice chamava a atenção legal, hora ou outra tinha alguém de olho nela.

Mafê: E esse rolo de vocês duas?

Braga: Ela que me enrola né nega. — Deu risada bebendo o líquido do meu copo.

Mafê: Falo nada. — Neguei rindo, passando o olhar pelo local. Um pouco mais distante da gente o Leozinho conversava numa boa com a Carolina, que por incrível que pareça me tratou bem.

Bati o olhar com o do L8 e ele me chamou com a mão para que eu fosse até ele. Neguei com a cabeça e ele falou algo com o Kauê antes de vir até mim.

L8: Qual foi, quer ir embora? — Ele notou logo minha insatisfação.

Mafê: Uhum. — Soltei o ar, passando a mão na nuca. — Você pode me deixar em casa?

L8: Te deixo lá, bora. — Senti sua mão encaixar na minha e ele me puxou pra fora dali.

Só então parei para reparar a roupa que usava: a camisa marrom ficava bem nele, assim como a calça no tom bege, combinando com o Air Max Excee com detalhe em verde, sem contar na corrente fina que deixava ele um gostoso. — Tira o olho. — Fui pega o analisando, mas não desviei o olhar.

Mafê: Você tá um gato. — Não privei o comentário, ele sorriu com o elogio e me deu a mão para que eu subisse na moto.

O trajeto até a dezessete não demora muito, ele no toque da moto praticamente voava.

Abri uma pequena careta quando chegamos na frente da minha casa, não queria convidá-lo para entrar, mas também não queria dormir sozinha. — Hum, você quer entrar?

L8: Você quer que eu entre? — Ele buscou meu olhar, largando a mão sobre o colo.

Mafê: Isso seria um problema?

L8: Não da minha parte. — Acompanhei ele com o olhar enquanto desligou a moto e veio para o meu lado para a gente subir.

Mafê: Aviso logo que não te convidei para a gente transar. — Apontei assim que entramos no meu quarto, saindo em um tom divertido.

L8: E desde quando é só isso quando a gente tá junto? — Ele falou sério, me senti ridícula com o meu comentário. Como se eu o buscasse somente quando se tratava de sexo.

Fiquei calada enquanto vi ele retirar os tênis e sentar no banco estofado no fim da cama. — Vem cá. — Chamou um tempo depois, eu estava retirando minha maquiagem e olhei pra ele pelo espelho, negando com a cabeça.

Enrolei para tirar toda a maquiagem com o demaquilante e ele não tirou o olho de mim um minuto sequer. Quando viu que eu tinha terminado ele se levantou vindo até mim, sua aproximação não me incomodou, muito menos os beijos curtos que ele depositou no meu ombro.

Mafê: Não quero que pense que eu te procuro somente quando preciso de algo, porque não é isso. — Senti seu queixo contra meu pescoço e ele ergueu o olhar atento ao meu reflexo do espelho. — Como eu disse naquele dia da praia, eu gosto de estar com você... — Me virei pra ele, sentindo sua mão rodear minha cintura. — Me sinto segura... — Beijo a lateral de seu rosto, sentindo a barba rala espetar meu lábio. — E feliz. — Beijo sua boca mais uma vez, recebendo seu carinho na minha cintura.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora