03. Missão

1.3K 47 2
                                    

🎱 | L8.
09h28, quinta-feira.

Braga: Sol filha da puta do caralho. — Chegou reclamando, neguinho já suga minha paciência logo cedo.

L8: Não é nem dez horas da manhã e tu já tá latindo, porra. — Ela riu e se jogou no sofá, levantando a blusa. — Já fez teus corres de hoje?

Braga: Ah qual foi L8, mó calor pra ficar por aí.

L8: Não quero vacilo nessa porra. — Falei sério pra todos ouvirem.

Xadrez: Não vai ter, chefe. — Ele retornou a empacotar as drogas da semana.

L8: Cadê o fudido do Leozinho? — Levantei o olhar com a porta do barraco abrindo e encarei o viado entrar na maior tranquilidade.

Leozinho: Aí namoral, nunca mais eu piso meu pé lá no P.U ein. — Olhei pra ele percebendo que ele tava todo ralado.

L8: Tava rolando no chão, mano? — Ri pra caralho.

Braga: Esse moleque é muito lesado.

Leozinho: Vai se fuder vocês dois.

Braga: O que que tu arrumou, Leozinho?

Leozinho: Tu já viu como aquela escadaria é torta e inclinada porra? Tropecei e parei lá na casa do caralho.

L8: Muito corno, serve nem pra descer uma escada. — Ele soltou uma risadinha e mandou o dedo pra mim.

Leozinho: Praguinha, sua linda. — Afinou a voz olhando pra ela. — Passa umas paradas no machucado aqui pra mim.

Braga: Tenho cara de médica agora é? Suas amiguinhas que são médicas.

Leozinho: Imprestável. — Ele se jogou no sofá.

L8: E tu foi fazer o que no Parque União?

Leozinho: Um bagulho aí.

L8: Ah é? A mando de quem?

- Meu. — Olhei pra onde veio o tom de voz e ajeitei a postura vendo o Espinha entrar na salinha. Tinha mó respeito pelo cara. — Foi resolver uma parada pra mim, queria o que com ele?

L8: Nada demais. — Fiz toque com ele.

Espinha: Aí Araújo, preciso que tu faça uma missão na pista, coisa mole. — Olhou pra mim, me pareceu mais uma ordem do que um pedido.

L8: Manda. — Cruzei os braços esperando ele soltar a voz, mas ele apontou com a cabeça lá pra fora. Segui ele até o lado de fora da boca e escutei atendo ao corre que tinha pra fazer.

Espinha: Tu vai receber 3 conto agora e 3 quando tiver feito. — Confirmei com a cabeça, mas meio pá por dentro, o que ele queria com essa parada? Bagulho não era da minha conta, só iria executar. — Valeu aí, tamo junto.

L8: Firmeza. — Ele voltou pra boca e eu passei a mão na minha moto e meti o pé pra minha casa. — Fala aí, gatinha. — Passei a mão na cachorra, vendo seu rabo balançar de um lado pro outro. — Tá com fome, nega? — Olhei novamente pra ela, esperando uma resposta.

Ouvi seu latido alto e dei risada indo até a cozinha, enchi o pote com ração e ela caiu matando. Deixei a Kira na cozinha e fui pro meu quarto tomar uma ducha, saí do quarto peladão mesmo enquanto secava o rosto com a toalha. Abri o guarda roupa pegando uma muda de roupa e já estava terminando de me vestir quando a porta do quarto abriu. — Que susto, sua rata.

Um novo (re)começoOnde histórias criam vida. Descubra agora