Capítulo 12 - Reflexões de guarda-roupa

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Bang Chan

Em momento algum Seungmin havia sinalizado qualquer sombra de interesse por mim que não soasse apenas como uma amizade zelosa, logo, a sua primeira investida em expor suas vontades na forma de um beijo, acabou sendo uma surpresa que eu realmente não esperava.

Por mais que eu não tivesse tido um espaço de tempo para de fato sentir algo além da amizade, sua atitude havia sido tão firme, que eu acabei dançando conforme a música, sem me importar em refletir muito sobre o ocorrido, pois ele merecia um bônus pela coragem. Afinal, Minnie não estava apenas declarando um crush e tentando beijar alguém depois de muitos anos sem fazer isso, ele decidira tomar providência para com um amigo próximo e líder do seu grupo profissional, coisa que para muitos seria amedrontadora por diversos motivos - como correr o risco de prejudicar uma amizade sólida ou o próprio convívio dentro do Stray Kids.

Mesmo que os meus pensamentos tenham ficado desordenados no início, a sua valentia havia mexido comigo, ainda mais quando ele não deu o braço a torcer para a timidez e se manteve firme quanto a escolha que tinha feito - aquilo acabou sendo a cereja no topo do bolo para que eu sentisse atração pela sua determinação e o retribuísse com o mesmo ato.

Por incrível que fosse, beijar Seungmin não me trouxe nenhuma sensação incômoda como eu teria pensado que poderia rolar, caso eu tivesse tido alguns minutos para imaginar aquele cenário antes de acontecer. Tudo ocorreu de uma forma estranhamente natural, por conta disso, cada um dos beijos acabou sendo muito bom, mesmo o primeiro e mais sútil, no qual eu ainda não tinha me entregado a fundo.

Eu não sabia como devia funcionar a mente de Minnie enquanto tudo aquilo se passava entre a gente, mas durante o terceiro beijo, a minha cabeça começou a questionar se por eu estar sentindo prazer em beijá-lo, isso já significaria que eu também tinha algum interesse amoroso no gênero masculino, pois aquele era o meu primeiro contato físico de teor romântico com outro homem e, curiosamente, eu não me sentia esquisito em viver tal circunstância, nem mesmo sentia vontade de parar.

Obter essa resposta seria apenas para poder saciar uma dúvida pessoal, já que eu realmente não dava a mínima para o que quer que fosse a minha orientação sexual. A meu ver, cada pessoa poderia se envolver com quem quisesse, desde que dentro dentro da lei com relação à idade e com respeito às vontades do próximo.

O lance de querer compreender mais a mim mesmo, partia da reflexão de que, até então, eu nunca olhara para outro homem com desejo. Poderia já ter admirado e elogiado a beleza de outros caras, mas nenhum deles havia me despertado algum interesse baseado em suas aparências físicas - fator que era totalmente diferente com mulheres, porque o ponto inicial da minha atração por elas era o visual, agregado posteriormente a um carisma cativante. Talvez houvesse aí uma inversão no caso de homens, onde eu precisava ser motivado por uma personalidade intrigante o suficiente para me conquistar, ao invés de me atrair de antemão pela fisionomia.

Independente dessas questões, beijar Seungmin estava sendo gostoso, justamente por não haver nenhum peso atrelado à tal ação, o que estava acontecendo ali era apenas duas vontades combinadas. Logo ia fazer um mês que eu tinha terminado o meu último namoro e nem ao menos havia tido tempo para me dar ao luxo de conhecer outras pessoas e poder me relacionar novamente, então quando aquela oportunidade inusitada surgiu, eu acabei me rendendo a ela.

Mantive uma mão na cintura dele, enquanto a outra seguia firme ao seu rosto, para que eu pudesse guiar os seus lábios como bem entendesse. Ao passo que o nosso beijo deu uma intensificada, eu senti a envergadura de Minnie ir cedendo, e quando menos percebi, eu já estava totalmente inclinado sobre ele, que havia ficado preso entre mim e o encosto do sofá.

Rascunhos de uma SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora