Capítulo 20 - Prazo para amar

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Kim Seungmin

Dormir ao lado de Bang Chan era extremamente agradável, eu já tinha dividido a cama com ele outras vezes durante a produção de conteúdo do grupo, mas era totalmente diferente me deitar junto ao seu corpo. Descansar a minha cabeça sobre o seu peito era muito confortável, então aquela era uma garantia de que eu teria de fato uma boa noite.

Eu havia ido para a sua casa pronto para ficar, mesmo que não tivesse certeza absoluta de que ele me convidaria. Minha mochila estava preparada com todo um kit para passar aquele dia longe do meu apartamento, munida com toalha de banho, itens de higiene, pijama e uma muda extra de roupa - como que ele não havia percebido que os zíperes estavam quase estourando, era algo que eu não saberia responder.

Chan me fazia sentir bem, não apenas fisicamente, mas comigo mesmo também, ele sempre sabia o que dizer e como demonstrar sua consideração por mim, e eu estava precisando daquilo, pois não andava conseguindo encontrar minha autoestima ultimamente, por mais que estivesse me envolvendo com uma das pessoas mais bonitas que eu já havia visto. E era por ele ter esse carinho em levantar o meu astral, que eu havia ofertado que o nosso romance não se estendesse tanto, para que Christopher não precisasse quebrar demais a cabeça com as possíveis consequências da nossa relação diante do grupo. Eu não desejava estabelecer uma data de vencimento para nós dois, mas não via outra forma além dessa para lidar com tal questão e aliviar a preocupação dele.

Se já devia ter sido difícil manter um namoro confidencial com uma garota de outro grupo, imagina como seria se relacionar por tanto tempo em segredo dentro do próprio círculo profissional e, ainda por cima, com um cara. Por mais que até pudéssemos ter as aprovações dos membros do Stray Kids, Bang Chan jamais poderia assumir um relacionamento com um homem na Coreia, nós sabíamos muito bem como era difícil ter esse tipo de relação, pois fazia anos que observávamos Han e Minho se segurando publicamente para não aparentarem afeição excessiva, e não era assim que eu desejava que Chris fosse obrigado a viver, ele merecia muito mais que isso.

Acordamos cedo no dia seguinte por conta da agenda que tínhamos programada, mas como Chan colocava o despertador para ressoar com certo adiantamento, não precisamos levantar da cama correndo.

- Bom dia - disse ele e inclinou a cabeça para beijar a minha testa logo depois.

- É assim que é acordar com você de frente para mim? - perguntei.

- O que tem de errado?

- Nada, só estou tomando uma nota mental para lembrar de sempre pegar no sono dessa forma.

Bang Chan sorriu, ainda mantendo os olhos fechados, e então me envolveu com mais precisão, abraçando-me com afeto.

- Você ainda não reparou, não é? - disse ele, com um tom de divertimento na voz.

- Reparar o quê?

- A sua mão por dentro da minha blusa.

Eu ainda não tinha despertado completamente e, por conta disso, não havia percebido que durante o sono eu tinha deslizado a minha mão por dentro da regata que ele estava usando. Quando puxei ela para fora com rapidez, sentindo certo constrangimento por tê-la deixado ali por tanto tempo, Christopher riu de mim.

- Me desculpe - falei.

- Não tem que me pedir desculpas. Estava bom, seu toque estava quente.

- É que eu tenho a tendência de dormir abraçado ao travesseiro, com uma mão por dentro da fronha dele, é uma mania boba...

A mão dele ergueu um pouco o meu rosto e seus lábios selaram os meus por alguns segundos.

- Não é uma mania boba, pode fazer isso sempre que quiser.

Rascunhos de uma SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora