Capítulo 11 - Caminho sem volta

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Kim Seungmin

Logo que terminamos de comer, Chan e eu pegamos uma chave na recepção e subimos para um dos estúdios, eu estava certo na minha dedução de que ele intencionava trabalhar em composições naquele dia. Assim que entramos, sentei no sofá, enquanto Bang Chan ligava o notebook.

- Agora que o encontro do I.N está rolando tranquilamente, eu posso voltar para casa? - perguntei, um pouco impaciente.

Chris virou a cadeira na minha direção para me encarar e o seu olhar soava como o de um cachorro sem dono, desesperado por um novo lar.

- Você realmente precisa ir? - questionou. - Eu achei que não teria problema em me fazer companhia hoje.

Eu fechei os meus olhos e respirei fundo. Quando os abri novamente, Bang Chan estava de pé em frente a mim, com a mão estendida.

- Tudo bem, Minnie, eu te levo de volta. A última coisa que eu quero é te segurar aqui contra a sua vontade.

A culpa incidiu muito forte dentro de mim e foi ainda mais intensa do que qualquer sentimento de desconforto que eu pudesse estar sofrendo em relação a ele. Doeu em mim o desapontamento que seus olhos transmitiam naquele momento.

Sacudi negativamente a minha cabeça e toquei a mão dele, fazendo com que baixasse a mesma.

- Eu vou ficar - informei.

- Tem certeza?

- Tenho sim.

Repentinamente, Chan sorriu e se inclinou sobre mim, envolvendo-me em um abraço. De primeira instância, eu me petrifiquei por não estar esperando por aquilo, mas depois descansei brevemente a cabeça sobre o seu ombro e pude sentir o perfume do shampoo que ele usava, o que me deu uma sensação estranha de conforto.

- Obrigado - disse Christopher ao desfazer o abraço.

Me recompus rapidamente para não transparecer a sensação que havia me passado naquele curto instante de afeto.

- Você quer me mostrar no que anda trabalhando nos últimos tempos? - perguntei.

- Adoraria.

Bang Chan retomou a cadeira e mexeu em alguns arquivos no computador, até encontrar a faixa de áudio que estava procurando, então desconectou o notebook do cabo, sentando-se ao meu lado, com o laptop sobre o próprio colo.

- Me diz o que você acha - falou e apertou play para tocar o som.

A música era apenas instrumental por enquanto, e apesar de subir um ou dois tons de vez em quando, não parecia ter realmente um momento de clímax, nem mesmo no refrão.

- A melodia já está pronta? - perguntei.

- Não, nós podemos editar.

- Hum...

- Eu quero a sua opinião sincera.

- Não leve a mal o que eu vou falar, okay? Mas parece deprimente. Não no sentido pejorativo da palavra, o que eu quero dizer é que parece um lamento, porém sem um momento de pranto. É para ser uma música triste?

- Era para ser uma música sentimental - explicou Chris.

- Mas é sobre um relacionamento que não deu certo, não é? É um pedido de desculpas?

- Não tem letra ainda.

- Não foi isso que eu perguntei, Chan.

O líder fechou o notebook e depositou ele no assento livre ao meu lado, voltando seu olhar ligeiramente consternado para mim logo em seguida.

Rascunhos de uma SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora