Capítulo 22 - Símbolos de afeto

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Bang Chan

Acordei me sentindo constrangido pela noite anterior, por mais que Seungmin tivesse me garantido algumas vezes que não se importava em me ter por perto com meus nervos extremamente à flor da pele por ele, eu não conseguia me desligar de recordar tudo que havia rolado e me agoniar com as cenas se repetindo na minha cabeça.

Ainda que eu pudesse sentir arrependimento por ter deixado claro fisicamente o meu desejo, eu não poderia ter feito nada diferente do que ocorrera, já que tinha tentado conter o meu corpo o máximo que conseguia. Então, mesmo que eu pudesse voltar atrás e tentar reviver a noite, não teria nada que eu pudesse fazer para mudá-la. Agora tudo que restava era me desculpar por aquilo, compensando Minnie de alguma forma.

No entanto, não havia como arquitetar algo para aquela quarta-feira em que nos encontrávamos, porque tínhamos ensaio das novas coreografias e eu já havia combinado uma folga no dia seguinte para os membros que não possuíam compromissos na agenda.

Como ainda era cedo e eu tinha perdido o sono, resolvi me sentar com as costas apoiadas na cabeceira da cama e fiquei observando Seungmin dormir tranquilamente, transparecendo paz no seu descanso profundo. Enquanto olhava para ele, eu lamentava por dentro não ter tido a capacidade lhe conceder a minha companhia de forma mais eficiente naquela noite, pois eu adoraria ter sido o seu travesseiro mais uma vez, porém, meu corpo e mente atuaram contra mim e eu não consegui me controlar para poder acompanhar o ritmo de Minnie.

Realmente não era fácil escapar do desejo quando eu já estava mais que habituado a ter uma vida sexual ativa. Por mais que com ele fosse ser completamente diferente das minhas experiências passadas, ainda assim a tentação era grande e era de fato a última coisa que eu gostaria de sentir, porque não queria que em algum momento ele achasse que eu esperaria mais do que poderia me oferecer. Mesmo que eu me perdesse em vontades quando nos deitávamos na cama, eu me satisfazia totalmente em ficar com Seungmin apenas de forma afetuosa, pois era uma honra ter sido escolhido para ser a primeira pessoa por quem ele se apaixonara, e era por me fazer sentir tão especial e por todo o carinho que ele tivera comigo durante os infortúnios que haviam me acontecido, que eu tinha plena certeza de que o amava.

Isso complicava um pouco as coisas, porque sabíamos que ficar juntos não era uma escolha muito viável, haveriam muitos obstáculos se quiséssemos assumir algo e eu também tinha medo de como poderiam enxergar o nosso relacionamento, uma vez que eu era o líder e ele era o segundo membro mais jovem do grupo. No entanto, amar Minnie interferia muito além dessas questões, pois implicava no quanto eu ia sentir falta do nosso tipo de contato atual quando finalmente nos separássemos romanticamente. Eu tinha acabado de passar por um término delicado, pois vinha de um namoro de muitos anos, e, assim que estava prestes a me curar dele, passaria por mais um término - que era de um sentimento recente, porém não menos importante.

Fiquei ali pensando nessas coisas por um tempo, sem encontrar uma saída melhor para aquela situação. Eu não queria deixar de gostar dele apenas para não me machucar, porque intencionava seguir oferecendo o meu sentimento até onde pudéssemos ir, mas o risco era bem claro, quanto mais crescesse o meu amor por Seungmin, mais arrebatadora seria a minha queda no fim. Todavia, era melhor que fosse eu a sofrer do que ele.

Assim que o horário já estava se aproximando, eu desliguei o despertador do celular antes que tocasse e passei os meus dedos com leveza pelos cabelos de Minnie, para acordá-lo aos poucos.

- Bom dia - disse ele, ainda sonolento e esfregando os olhos com as mãos -, já está na hora?

- Bom dia. Sim, é melhor já irmos tomar café.

Seungmin ergueu o olhar para mim, mantendo suas pálpebras entreabertas por ainda não ter se habituado com a luz da manhã, mesmo que o quarto não estivesse tão iluminado, pois as persianas seguiam fechadas, porém com feixes de claridade entrando pelas pequenas frestas que possuíam, já que eu não havia corrido elas até o final.

Rascunhos de uma SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora