Capítulo 34 - Butterflies

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Bang Chan

Abraçar Kim Seungmin era tudo que eu precisava naquele dia, seu corpo parecia macio sob o meu braço e na temperatura certa para aquela noite, que não estava demandando que precisássemos nos cobrir com o edredom, pois o dia chegou ao fim bastante abafado.

Aquela era a paz que eu realmente desejava depois de ter sido obrigado a escutar tantos absurdos quanto às minhas ações imprudentes irromperem em caos na empresa. E mesmo que aquele abraço pudesse ser mais um item dessa lista de irresponsabilidades, eu não dava a mínima para isso nesse exato momento, porque considerava que merecia ter uma mísera fagulha de alegria para iluminar a última sequência de dias escuros.

Inspirei o ar enquanto tentava dormir, sentindo o cheiro do shampoo que Minnie usava e reparando que ele não tentara utilizar os meus cosméticos nenhuma das vezes em que dormiu na minha casa, pois sempre carregava seus próprios pertences consigo. Eu ia sentir uma falta imensa do perfume que os seus cabelos deixavam no meu travesseiro e até mesmo nas camisetas que eu usava para dormir. Era doloroso pensar que dentro de três dias, as minhas noites de sono voltariam a ser totalmente solitárias.

Apertei um pouco mais a cintura dele e beijei seu pescoço com afeto, sentindo arrepios percorrem a minha pele ao me encostar com mais precisão ao seu quadril e relembrar das últimas horas em que Seungmin se dedicou a acariciar o meu corpo.

A sexualidade não era o fundamento principal da nossa relação, mas certamente não deixava de ser um caminho natural que havíamos trilhado. Depois dessa noite, Minnie me surpreendera muito quanto ao seu próprio amadurecimento, pois eu realmente não estava esperando que ele já tivesse alcançado tal nível de conforto com o nosso envolvimento físico. Às vezes, era ele quem me ensinava que ceder a certos impulsos era uma forma de vencer os próprios obstáculos, a diferença entre nós dois nesse caso era que eu ficava me questionando posteriormente se poderia ter feito algo melhor, enquanto Seungmin apenas capitulava cada instante e não se arrependia por viver o que tinha desejado.

- Você ainda está acordado, não é? - perguntou Minnie com a voz baixinha.

- Estou, mas não imaginava que você também estivesse. Não consegue pegar no sono?

- Eu não quero dormir, eu quero continuar nesse dia.

Ouvir aquilo tinha sido como ser atingido por uma estaca, direto no meu coração.

- Então não vamos dormir - falei, beijando o ombro dele sobre o pijama mesmo.

- Mas precisamos, temos muito o que fazer amanhã.

- Eu sei, mas podemos pelo menos aproveitar o tempo juntos até que o sono venha, se você quiser.

Seungmin se virou de frente para mim.

- Sim - disse ele -, eu quero.

Começamos a nos beijar e, por alguma razão, aquele beijo quase me deu um pouco de vontade de chorar, pois parecia ser tudo que eu queria e ao mesmo tempo ser algo do qual eu já sentia falta antecipadamente. No entanto, eu não quis transparecer essa sensação para Minnie, porque não tinha a necessidade de nos embalarmos em lamentações.

Continuamos com os beijos e outros carinhos sutis, até que em certo momento, Seungmin fechou os olhos e sorriu distraidamente, bem do jeito que fazia quando não conseguia mais esconder que estava caindo de sono, então eu beijei a sua testa e encaminhei o seu rosto de encontro ao meu peito, para que ele pudesse descansar sobre mim. Minnie pousou a mão em cima do meu abdômen e eu percebi que dessa vez não tinha uma camiseta para ele poder passá-la por dentro, então mantive a minha própria mão como cobertura sobre a sua.

Rascunhos de uma SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora