Capítulo 36 - Jardim de memórias

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Kim Seungmin

Um dia para o fim e nós não tínhamos como escapar dos ensaios para o Music Bank, então, por mais que passássemos o tempo todo juntos, só possuíamos o horário da noite para nos curtirmos como queríamos. Fora esse inconveniente, eu já estava conseguindo processar com muito mais facilidade o fato de que não o tocaria mais, mas talvez isso fosse apenas um efeito placebo do meu cérebro por saber que ainda havia uma margem de dois dias, pois havia a possibilidade de que quando eu experimentasse o verdadeiro fim daquele caso, acabasse me sentindo totalmente diferente ao encarar a realidade.

Por hora, o que eu estava fazendo era simplesmente deixar de lado e não pensar a fundo nisso, para que pudesse prover para Bang Chan uma boa companhia ao invés de um mar de lamentações.

Passamos o dia todo em função da prática de dança, pausando ela somente para almoçar, atividade que também resolvemos fazer em grupo. Durante a refeição, sentei ao lado de Jeongin para poder me dedicar um pouco à nossa amizade e não correr o risco de que ele pudesse ficar chateado comigo novamente, já que eu não voltaria para casa até a véspera da primeira apresentação do novo álbum.

Enquanto conversávamos, olhei algumas vezes para Chan, mas não foram em todas que ele captou o meu olhar, pois Christopher tinha o hábito de prestar muita atenção em cada um de nós e era bem óbvio que ele se importava em sempre escutar quem estivesse falando, sem jamais se atravessar na fala de alguém, além de seus olhos denotarem carinho ao observar as interações entre os membros.

Esse era o grande diferencial de Bang Chan, ele não era só um líder e compositor extremamente profissional e talentoso, ele tinha amor pelo seu trabalho e por quem fazia parte do seu dia a dia, e isso não englobava só o Stray Kids em si, mas também toda a nossa equipe de staffs, agentes e produtores. Estar sob a guarda dele era um privilégio sem igual e por isso ainda parecia inacreditável que eu pudesse ter tido uma parte especial da sua devoção sendo dedicada unicamente a mim durante todo aquele período que vivemos juntos.

Do nada, I.N passou a mão em frente aos meus olhos, como se tentasse reaver a minha atenção para si próprio.

- Onde você foi parar? - brincou ele, sorrindo ao notar o meu estado atônito.

- No lugar de sempre.

O garoto olhou brevemente para Chris e voltou a me fitar em seu campo de visão, com uma expressão gentil no rosto.

- Não sei se devo ficar feliz por você se sentir assim ou triste por não terem mudado de ideia - comentou Jeongin, escolhendo as palavras com cuidado para que não tivesse problema se a nossa conversa fosse escutada.

Eu contornei a borda do meu copo com o dedo, pensando no que deveria responder a ele.

- Feliz, acredito eu, porque nós já sabíamos que isso ia acabar assim e se desde o início eu topei viver dessa forma, devo ficar contente por ter dado certo pelo tempo em que rolou. Foi muito bom - falei, tentando colocar um sorriso no rosto.

Jeongin concordou com a cabeça e manteve suas feições na mesma expressão amável.

Depois do almoço, seguimos com o ensaio até beirar o mesmo horário em que havíamos encerrado no dia anterior, e enquanto os garotos conversavam, Chan se aproximou de mim.

- Na sua casa ou na minha? - perguntou diretamente, fazendo-me rir por soar daquela forma.

- Onde parece menos suspeito?

- No estúdio - disse ele.

- Já está meio esquisito dormirmos tanto juntos um na casa do outro, não é?

Rascunhos de uma SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora