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NORA VITELLO

Depois de descer às escadas, segui meu caminho em direção a cozinha. Estava tão inerte em meus pensamentos que ao escutar a voz do meu motorista no cômodo da sala, acabei dando um salto.

— Desculpa, senhora!

— Não, tudo bem Francis. Eu ando meia... Distraída mesmo — falei enquanto minhas mãos se esfregavam uma na outra. O homem deu um sorriso de alívio, mas logo ele se desfez.

— Senhora, sei que não sou a pessoa certa pra dizer isso mas... — a apreensão em sua voz me fez encará-lo e o medo brotar em meu peito.

— Diga, Francis.

— O senhor Patrick. Ele sofreu um acidente. — me senti estática enquanto meu coração batia com força contra minha caixa torácica.

— C-como assim? — murmurei pesando minha mão em meu peito, enquanto a outra ia para o sofá em busca de apoio. Tudo em minha volta parecia girar e o impacto da informação ainda tentava se adaptar em minha mente.

— Eu recebi a ligação do hospital, agora pouco.

— Isso não pode ser verdade... — meus olhos inundaram enquanto meus lábios eram cobertos por meus dedos.

— O que não pode ser verdade, mamãe? — a voz de Valentina ecoou, sua preocupação era evidente. A mulher andou lentamente até nós, analisando nosso comportamento — Me digam...

— O Patrick, minha filha... Ele se sofreu uma acidente! — anunciei com a voz embargada, a mulher de cabelos negros tinha uma expressão indescritível a qual não pude identificar, o grito fino de Mariana foi o responsável por me tirar do estado catatônico que me encontrava.

— O MEU PAI MORREU?! — a menina de cabelos castanhos se pôs ao meu lado com os olhos inundados por lágrimas. Marina apareceu e por sua boa audição já parecia ter entendido a situação.

— Não, meu bem! — minha filha foi rápida em responder.

— Tenho que ir pro hospital! — falei, enquanto me afastava do móvel.

— Eu vou com a senhora — diz Valentina.

— Eu também quero ir! — suplicou a menina que já era segurada por minha amiga.

— Não querida, agora não! — disse a ela. — Isabella e Ilda ficarão responsáveis por ficar com as crianças enquanto eu, Valentina e Marina vamos para o hospital — olhei para o motorista que prestava atenção em tudo — Francis, tire o carro da garagem.

— Já está tudo pronto senhora. Só falta as senhoritas irem.

— Ótimo, nos espere lá fora... — ele saiu e logo a voz de Mariana voltou a soar.

— Mas titia...

— Mas nada, Mariana! — dei as costas andando o mais rápido que podia.

Assim que saímos da mansão tentei ao máximo pensar que tudo daria certo, foi inevitável não vermos o noticiário comentar sobre o acidente. Evitei dar ouvidos para o que estavam contando, muitas das vezes a própria mídia acrescenta algo para que acabamos acreditando numa versão modeladas por ela. E obviamente, tratando-se da minha família, queria saber de tudo pessoalmente.

Os prédios, sol e pessoas inundaram minha visão enquanto minha ansiedade crescia a cada respiração dada por mim. Mesmo sabendo que meu esposo estava por lá, minha preocupação é algo que não conseguia controlar. Em poucos minutos chegamos ao nosso destino, fui a primeira a descer e assim visualizar melhor o espaço tendo a conclusão que o cuidado era necessário já que teria que atravessar a o asfalto preenchida por carros para ir em direção ao hospital. O meio fio era decorado por carros e motos de alta linha assim como pessoas com roupas formais dando um ar de importância passavam. O nome Hospital São Francisco era algo que ofuscava a visão de qualquer um que olhasse. Não só ele mas como todo o enorme prédio de dez andares. Comparando, tem quase o mesmo modelo da empresa a qual é dirigida por meu marido. A diferença é que o vidro é o mais comum de se vê.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora