A Verdadeira Felicidade | Livro I

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Jasmine Freire

Abrindo a porta do meu quarto e entrando nele recebi um abraço em volta da minha cintura que me fez olhar para baixo e vê meu irmãozinho. Seus cabelos úmidos denunciavam que tinha acabado de tomar banho, sua blusa de mangas longas esverdeada combinava perfeitamente com sua bermuda.

— Você chegou... — disse pondo seu queixo em minha barriga e olhos fixos no meu.

— Sim... — sussurrei — Se divertiu muito?

— Não foi tão ruim... — disse se afastando — Eu até brinquei com os outros...

— Que bom, Ben!

— É... Você vai jantar agora?

— Não não, mas, vá na frente. Não vou demorar — pus uma mecha para trás do meu cabelo enquanto ele ia em direção à porta.

— Não demora mesmo! — assenti e assim ele se foi

Tranquei a porta e tirei minha bolsa junto com os sapatos e caminhei em seguida para o closet, deixei a calça jeans junto com a blusa de tricô vermelha e tênis sobre o colchão. Segui para porta a direita indo em direção ao banheiro, minha carne estava clamando por um banho quente. Soltei um ar preenchido por sentimentos deixando minhas lágrimas caírem logo em seguida.

Já com minhas roupas e banho tomado, passei um pouco de pó sobre a pele por debaixo do meus olhos tentando disfarçar a alteração que ficou. Estavam um pouco vermelhos — graças o excesso de lágrimas derramadas por mim no banho.

Caminhei em direção a saída sentindo o vento frio rodar em meu corpo assim que pus meu pé para fora, fiquei feliz por não ter errado em vestir roupas quentes. De punhos cerrados, fui em direção ao cômodo que estava em minha mente. O umbral estava destrancado como da outra vez, atravessei e engoli em seco por não ter chamado a dona antes de entrar. Dei de ombros para meu pensamento assim que meu olhar bateu contra o de Isabella, ela estava sobre sua cama, sentada. Estava uma verdadeira zona.  Seus dedos finos deslizavam sobre a folha de um livro — o mesmo que vi da outra vez — acompanhados pelo seu olhar triste.

— Isabella? — a menina pareceu estremecer ao escutar minha voz, olhou-me e logo seu olhar voltou a inundar.

— Você deveria ter batido antes de entrar! — disse fechando o livro em mãos, de forma brusca.

— Desculpa, eu...

— Agiu sem pensar! — interrompeu-me enquanto se levantava, seu moletom gasto combinava com suas calças escuras — Também fez isso quando prometeu que meu irmão viria.

— Às coisas não funcionam assim, Isabella... — bufou revirando seus olhos.

— Vocês adultos sempre dizem isso pra mim!

— Isabella...

— EU ESTOU CANSADA! CANSADA DISSO TUDO... E PRINCIPALMENTE DE ESPERAR ALGO QUE PARECE NUNCA VAI ACONTECER!

— Isso vai acontecer meu amor. Só não chegou o tempo...

— O PIOR DE TUDO É QUE VOCÊ ME PROMETEU! — exclamou, dando de ombros às minhas palavras. — Você me prometeu Jasmine... — sussurrou se sentando na cama deixando seu peso cair sobre ela.

— Oh, meu amor... — me sentei ficando ao seu lado, toquei em sua mão que apertava com força o lençol enquanto sua cabeça abaixada denunciava estar chorando mais ainda. — Eu prometi, e vou guerrear por isso. No entanto, eu não sei quando isso irá acontecer... Nenhum de nós sabe mas, Deus sim... — sussurrei.

— Por quê Ele não trás o meu irmão? Por quê El, não o obriga, então?

— Deus não força ninguém a nada... E se isso está acontecendo, é por quê tem um propósito atrás disso. — mesmo com meu coração machucado, me esforcei em falar algo. A menina ficou calada por um instante e me olhou.