Jasmine Freire
Por vontade própria me levantei, fui até onde ficava o sorvete pegando um pequeno prato de plástico. A voz mansa ao meu lado ecoou fazendo-me virar e trombar meu olhar com o dos olhos esverdeados.
Um sorriso encantador logo se formou em seus lábios finos, o homem era mais alto que eu e carrega um cheiro forte — eu sequer tinha notado sua presença antes.
— Olá!
Hesitante, tentei não encará-lo muito quando meu cérebro começou a trabalhar assimilando a possibilidade de já tê-lo visto antes em algum lugar....
— Oi — respondi, um pouco tímida.
— Me chamo Patrick, e você? — elevou sua mão próxima a mim. No mesmo instante minha mente seu um estalo. Patrick Vitello... O mesmo que vi na noite anterior, a pequena diferença era que ele estava bem mais desgastado.
— Jasmine — respondi e juntei nossas palmas. Era estranho e bom ao mesmo tempo em estar em sua companhia.
— Prazer em conhecê-la — sorri — Você, é daqui mesmo? — voltei a fazer o que queria enquanto o respondia.
— Sou sim, só que um pouco mais longe.
— Ah, compreendo! — suspirou — Estou um pouco sem saber me localizar direito, sem a ajuda do GPS estaria totalmente perdido — rimos juntos.
— Então... Quer dizer que vem da cidade grande? — o questionei de forma simples e humorística.
— Sim. Mesmo Percy não sendo tão grande como Nova York. A considero grande pelo simples fato do bom fornecimento, empregos, ótimos bairros... Entre outros.
— Muito bom.
— Gosta de morar aqui? — parecia que ele não queria que nossa conversa morresse, de alguma forma.
— Bom, não é tão ruim. A pequena fazenda que moro ainda me prende, mas não quer dizer que não gosto de estar lá.... Mas também, não quer dizer que não quero, quem sabe um dia, sair para fora — confessei.
— Uau! Então quer dizer que é uma fazendeira? — ri com sua pergunta.
— Me considero em partes, mas não totalmente... — sorri. Um homem alto trajando vestimentas causais adentrou o lugar, logo o que estava próximo a mim olhou na mesma direção.
— Bom, tenho que ir. Foi um prazer conhecê-la. Senhorita Jasmine — diz.
Fiquei admirada pelo fato de ter preenchido o seu copo com sorvete sem que eu percebesse.
Nora Vitello
Enrolando o cachecol de tecido finíssimo em meu pescoço, afastei-me do espelho para ter um melhor visão do meu corpo. Minha blusa de botão branca combinava com a cor creme de minhas calças e sapatilhas da mesma cor que minha blusa. Meu cabelo grisalho preso em um rabo de cavalo e meus olhos cobertos pelos meus óculos. Com um suspiro, recolhi minha bolsa e sai dos meus aposentos.
Perto de descer, avistei Ilda, a cozinheira e empregada da casa — desde quando me casei Ilda já trabalhava para a família dele, como tivemos um laço muito importante e por sua disponibilidade e querer, quis vir trabalhar para nós. Sempre quando a olho vejo o nome "casa" em seus olhos, seus olhos cor de chocolate são imensamente amigáveis — estava vestida com o uniforme e em suas mãos havia diversas sacolas. Lembrei a mim mesma que devia ser às compras que me fora comunicado por ela que seria feita.
— Bom dia, Ilda! — a cumprimentei ficando próxima de seu corpo.
— Bom dia, senhora! Como vai?
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A Verdadeira Felicidade | Livro I
EspiritualJasmine Freire é uma jovem gentil, de boa alma e amada por todos, com seu carisma e maneira de ser consegue conquistar qualquer um a sua volta. Ama o simples fato de morar numa das pequenas fazendas as quais seus antepassados já tiveram poder sobre...