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Jasmine Freire

Três dias depois...

Apertei minha bolsa contra meus dedos assim que o movimento brusco do carro acabou me assustando, mas esse, foi necessário para que minha atenção voltasse totalmente para o momento. Já havia se passado alguns dias, os quais eu pude compartilhar com os Vitello. Estava sendo uma experiência incrível. No primeiro jantar pude conhecer mais do que eu pretendia ou pensei. Valentina e Patrick tinham perdido quem mais amavam e tinha uma família, mas isso e seus filhos os deixaram mais fortes do que nunca. Era incrível vê o quão Valentina conseguia resplandecer tanta luz quanto Patrick... Ela era uma irmã mais velha para mim, uma que eu nunca esperava ganhar na vida. Seu acolhimento foi necessário para que esse sentimento aflorasse.

Eu sabia que pelo tempo que eu estava na mansão, eu já deveria ter ido conhecer Ângelo. No entanto, pelos conselhos de Patrick, fiquei mais um pouco para poder me adaptar. Mari me ajudou a adaptar-me na grande mansão, as vezes ficava calada para que assim eu mesma me comunicasse com aqueles que teria de conviver.

Mas, havia finalmente chegado o dia que iria eu “conhecer” quem tanto eu esperava. Nora estava do meu lado direito, enquanto Marina, do esquerdo. Todas às duas tinha seus olhos fixos na rua do outro lado do vidro. Ao contrário de mim, que tinha os meus para a frente. Arrumei minha postura sentindo meu perfume com o curto movimento que fiz, meus joelhos próximos um do outro pareciam estar grudados.

— Chegamos... — anunciou o motorista.

Senti meu coração acelerar num nível que fez meus olhos lacrimejar. Sorri disfarçando minha reação enquanto as mulheres desprendiam os cintos de segurança de seus corpos.

— Chegou a hora, Jasmine — informou Nora...

Assim que Marina saiu, eu fui a última. Encarei a moradia por um curto tempo, a coloração esverdeada junto com o castanho combinava perfeitamente com a árvore ao lado da moradia. Deixei minhas bolsa mais próxima de mim dando pequenos passos na grama.

— Você vem comigo, Nora? — perguntei à ela enquanto me virava.

— Não minha linda, essa missão é somente sua e, bom, é à sua vez — suspirei me relembrando desse fato. Reparei que seus antebraços seguravam uma caixa com um pano por cima assim que se aproximou — Sempre deixo algo pra ele... E dessa vez, quem fará isso é você... — recolhi o caixote de seus braços com cuidado para casse — Vou acompanhar Marina, qualquer coisa que necessitar ligue para Patrick ou para mim. Virei buscá-la o mais rápido que eu puder...

— Está bem... — sorriu, minha mãe de criação se pôs ao meu lado me dando um beijo no rosto.

— Até logo querida... — disse.

— Até... — suspirei tentando não sentir a pressão pesada no ar em meus pulmões.

— Não se esqueça, Deus está com você — sibilou Marina. Me encorajando.

Assenti e me virei em direção a casa. Pisando nos primeiros degraus da varanda, pude vê como meus sapatos escuros estavam limpos, pus o que tinha em mãos próximo a porta e voltei a olha-la.

Dei duas batidas curtas na madeira.

— Olá...

Apertei meus lábios juntando meus dedos na tentativa de controlar minha ansiedade.

— Bom, eu sei que você está aí... — acabei cantarolando.

Um movimento lá dentro pôde ser escutado por mim.

— Você não deve estar entendendo nada mas... Eu vim para lhe ajudar... — toquei na porta — Basta você querer. Você vai conseguir sair daí, eu sei disso...

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora