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Nora Vitello

Assim que a imagem de Jasmine apareceu, minha vontade de chorar aumentou mais ainda. Finalmente havia chegado alguém em que eu poderia me apoiar. Isabella e sua irmã estavam no sofá, e ao meu lado meu marido — ele preocupado, e as meninas tristes, como eu. Me levantei com pressa indo em direção daquela tinha acabado de chegar.

— Jasmine! — clamei.

— O que houve, Nora?!

Sua pergunta foi respondida assim que meu sobrinho ia descendo às escadas com as malas e seus filhos o acompanhando, Benício segurava à mão da irmãzinha, que ao contrário de estar com raiva, não parava de chorar.

— Não deixe ele ir embora, por favor... — supliquei ficando ao deu lado e descansando minha cabeça no vão de seu pescoço.

— EU NÃO QUERO IR EMBORA! EU QUERO FICAR! — gritou Mariana.

— Não adianta falar nada! Nós vamos embora agora, e não quero escutar mais nenhuma reclamação vinda de vocês! — a menina aumentou o choro.

— O que está acontecendo aqui?! Por que está falando dessa maneira com Mariana?! — exclamou Jasmine.

— Eu não devo satisfação nenhuma a você, Jasmine!

— O PAPAI QUER LEVAR A GENTE PRA LONGE, MINE! — gritou a menina, ela correu até a nós e envolveu minha cintura com seus braços — EU NÃO QUERO IR EMBORA! EU NÃO QUERO!. É TUDO CULPA DA NAMORADA DELE!

— Não diga coisas que não sabe, eu já queria ir mesmo — seu pai retrucou, zangado.

— NÃO! VOCÊ NÃO QUERIA!

— Abaixa o tom de voz para falar comigo, menina! —

Patrick não era assim...

— EU GRITO SE EU QUISER!

— Vem Mariana! — a puxei antes que fosse na direção dele. A garota carregava perfeitamente o temperamento do pai e da tia.

— A solte! Você não é a avó dela — reclamou, seu pai.

— Não aumenta o tom de voz pra falar com a minha mãe, Patrick! — brigou Valentina, levantado-se de vez.

— Eu falo da maneira que eu quiser!

Vendo o quão a minha alma estava entristecida. Jasmine foi hábil com às palavras.

— Patrick. — o chamou — Olhe para mim! — mandou. Ele demorou um pouco, mas o fez — Você, por acaso, não está vendo o transtorno que está trazendo, para a sua família?

— Eu estou, e vou pegar minhas minhas coisas, e sumir junto com os meus filhos!

— Você não pode fazer isso...

— Eu posso e vou!

— Você não é assim — se afastou de mim e da menina, aproximando-se dele.

— Jasmine — recuou

— Nora te ama, todos te amam e principalmente os seus filhos. Eu tenho certeza do que eles viveram hoje, ficará para sempre na memória deles. É essa imagem que quer que eles tenham de você? Logo a única pessoa que eles tem como pai?

O homem se calou.

— Nora já sofre demais, o ama como um filho... Deve estar muito consciente das suas palavras, não é? Ou não está?  — os soluços de Mariana iam aos poucos cessando — Da maneira que está, e for viajar, acabará cometendo um acidente. — Patrick sibilou, mas nada disse — Esfrie essa cabeça, e pense em viajar uma outra hora. Vai manhã ou outro dia, creio que estará bem melhor...

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora