Jasmine Freire
Olhando o lado de fora pela, janela, eu pensava intensamente. Quando acordei pela manhã, tive um sentimento de paz, orei e nesse meio tempo não parava de pensar em ver Ângelo — tanto que vim mais cedo. Eu não sabia ao certo o que vinha acontecendo comigo, e acabava sempre ficando confusa.
Me afastei olhando para a sala, Ângelo estava no andar de cima e eu no debaixo, vasculhando meu olhar pelo espaço o parei no piano, sua cor escura e elegante chamava a atenção de qualquer um. Naqueles dias, eu vinha ignorando sua existência, mas, estava sendo impossível naquele momento. Pela emoção que senti, fui levada próxima ao instrumento. A voz calma de Ângelo vinda no topo da escada ecoou no espaço roubando minha atenção.
— Sabe tocar? — perguntou com sua mão direita, firme no corrimão.
— Acho que eu ainda me lembro... — o homem sorriu e assim desceu as escadas.
— Tente — pediu.
— Não acho que conseguiria.
— Por quê? — se aproximou de mim.
— Não sei...
— Mas, para você ter a certeza. É preciso que ao menos tente...
Não falei mais e apenas concordei com um aceno de cabeça, puxei o banquinho e me sentei sobre ele. O homem me deu o caderninho para que eu escolhesse a melodia, folheando parei na Clair de Lune, quis tocar mas algo dentro de mim me reprimiu. Pigarreei e depois de ter escolhido, pus o caderninho no lugar adequado me dando a noção das notas.
Levantei a tampa do piano tendo visão de suas teclas com um pouco de pó. Suspirei e assim comecei a tocar, a melodia; valsa das flores, logo soava a cada segundo que se passava. Em poucos segundos, me senti em outro mundo, como se eu estivesse em um lindo baile. Às pessoas ao meu redor, com suas lindas roupas medievais, igualmente a mim, dançavam alegremente. Quando meus olhos encontraram-se com o donos de lindos pares azuis me assustei, sua gentileza era nítida, mas fiquei maravilhada por Ângelo ser ele.
Abri os olhos e sabendo que Ângelo estava ao meu lado, sorri para ele.
— Sabe dançar?
— Dançar?
— Sim. — levantei — Dançar... — juntando nossas mãos e aproximando nossos corpos ficamos na mesma postura que um par de valsa ficam. Cantorolei girando com ele e sua risada logo inundou o espaço.
— Eu acho que sim...
— Espere um pouco! — pedi e corri até a minha bolsa que estava sobre e o sofá. Acessei o aplicativo de músicas online, fui a procura da melodia que esta em minha mente a pondo para tocar enquanto meu celular gravava à nós dois. O pus num bom lugar e assim voltei para meu companheiro — Pronto.
Ele fez uma postura de cavalheiro me convidando para uma dança, e eu aceitei. Começamos com passos leves mas logo estávamos dançando perfeitamente. Nossas risadas se misturavam e nunca paramos de sorrir um para o outro. Ângelo tinha passos e acertava corretamente os movimentos.
Quando música findou, agradecemos à platéia invisível. Eu me sentia em um verdadeiro conto de fadas. Encerrando a gravação, me reaproximei dele.
— O que é isto mesmo? — apontou para o celular em minha mão.
— Um celular.
— Uau, não me recordo de ter um.
— Mas logo você terá o seu.
— Então era dele que a música estava saindo? — sua pergunta soou fofa.
— Isso mesmo! — me sentei sobre um dos degraus — E, aqui dentro está gravado a nossa dança.
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A Verdadeira Felicidade | Livro I
EspiritualJasmine Freire é uma jovem gentil, de boa alma e amada por todos, com seu carisma e maneira de ser consegue conquistar qualquer um a sua volta. Ama o simples fato de morar numa das pequenas fazendas as quais seus antepassados já tiveram poder sobre...