A Verdadeira Felicidade | Livro I

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PATRICK VITELLO

— É sério, isso? — gargalhou Arianna — Deus?

— Foram o que me disseram...

A mulher fez um sinal negativo com a cabeça enquanto cruzava os braços.

— Sinceramente, essa foi a maior loucura que vocês já puderam fazer...  E pode ter a certeza que estarei bem aqui, comemorando o quão idiota vocês foram... — sua fala me deixou um pouco incomodado.

— Não precisa falar desse jeito... — fixei meus olhos nas folhas de alface prestando atenção em seus detalhes e coloração.

— Ah, fala sério! — sua forma de se comunicar era como se seu jeito formal fosse engolido — Quem em pleno século XXI, acredita em um Deus que sequer pode vê?! Fazer isso é a maior babaquice do mundo...

— Pelo contrário, Arianna... — a voz de Otto nos surpreendeu e me fez levantar os olhos — Encontrar alguém hoje em dia que acredite Nele e o sirva de verdade, é algo tão único e raro que se torna bem mais importante do que os outros... — nós dois nos calamos — Vamos, Patrick? Temos que ir fazer sua revisão e voltar para casa...

— É, vamos... — me levantei e me despedi da que me fazia companhia.

— De hoje em diante tudo o que for falado dentro daquela casa, somente os que são da família saberão. Está me entendendo?! — me advertiu com o olhar, assenti como resposta.

JASMINE FREIRE

As crianças gritavam agitadas na sala enquanto Nora, Marina e Valentina desciam com pressa, na mesma velocidade que eu, da escadaria.

— SOCORRO! — suplicou Mariana sobre o sofá.

— EU ACHO QUE VI ELA! — disse o garoto ruivo deixando meu coração mais acelerado. Ela quem pelo amor de Deus?!

— AH, NÃO! ONDE ELA ESTÁ?!

— VOCÊS VÃO ASSUSTAR ELA! — gritou meu irmão, senti meu sangue em minhas veias correrem com uma velocidade intensa.

— ELA QUEM, BENJAMIN?!

— Oops... — o menino se virou, destacando seu olhar assustado e mãos trêmulas.

— Benjamin?

O piado de uma galinha fizeram todos olharem para trás de mim. Com as mãos rendidas, todos vieram a entender que eu faria o trabalho de pegá-la _ eu havia reconhecido o som desde o primeiro momento. Devagar, me virei com o objetivo de não assustar a ave, portanto, o animal fez um barulho que assustou a menininha e o assustou também. Ela correu e o pequeno grupo de pessoas foram comigo atrás da ave. Foi uma verdadeira correria, alguns gritavam como forma de me ajudar mas isso só fez as coisas complicarem! Acabamos indo para a área da piscina a fim de conseguir capturar o animal. Quando pensei que seria mais fácil, Guilhermina resolveu voar e como consequência acabou derrubando umas coisas, Nora parecia se divertir com a cena enquanto Valentina tentava segurar um riso. A galinha voou para cima da piscina e acabou caindo na água, sem perder tempo, corri mergulhando em seguida. A puxei pela pata sem me importar que estivesse dentro da água e ela brava por ter a pego.

O grito daqueles que nos assistia aumentaram ao ver que consegui a deixar próxima do meu corpo sob minha mãos. Mesmo sendo um momento descontraído, Benjamin não ia escapar do meu sermão.

— O que você tinha na cabeça quando resolveu trazer um dos animais da Fazenda, pra cá? — perguntei para o garoto que também estava sentado comigo, na cama.

— Eu queria trazer mais alguém...

O encarei enquanto secava meu cabelo com uma das barras da toalha em meus ombros.