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MARGARIDA FONTENELLE

— É sério? — tentei não me engasgar com o suco — Eu não acredito que Benjamim fez isso!

— Pois é, o que aquele garoto tem de bonito, tem de espertinho... — riu — Onde já se viu levar uma galinha, uma galinha! Pra uma mansão?

— Ele herdou essa esperteza de mim... — comentou meu irmão.

— Nem tem como, bobão!

Enquanto eu e mamãe jantamos, Fred jogou seu velho videogame na televisão — isso tornou parte de nossas vidas com o tempo.

— Será que ela está gostando de estar lá? — questionou o homem.

— Eu espero que sim... Jasmine tem a facilidade de se adaptar rapidamente com novos lugares. Ah, não posso esquecer de pergunta-las como está sendo.

— Será que ela mesma, vai conseguir tirar ele daquele lugar?

— Se Deus mostrou ela, quem somos nós para duvidar.

— Isso é verdade... — falei enquanto mastigava o alimento em minha boca. Pigarreei fazendo os dois me olharem — Daqui a pouco tempo, uma novidade vai chegar até os ouvidos de vocês...

— O que é, maninha? — sondou, meu irmão.

— Não posso contar... — falei enquanto recolhia os pratos utilizados. A lamentação que os dois fizeram para eu contar só me fez apressar o passo e evitar responde-los, eu não podia estragar a surpresa, se não, ela não seria mais surpresa.

De banho tomado, catei meu celular e abri meu aplicativo de mensagens. Procurei pelo perfil de minha amiga e logo o achei, me assustei pelo tempo que ficou fora. Mas assim que mandei a mensagem ela não demorou para ficar online. Não perdi tempo e a telefonei.

— Como vai?

— Muito bem... Confesso que fiquei surpresa por ter me ligado. Está sempre com a cara enfiada em livros ou trabalhando...

— Ah não exagere...

— Estou apenas dizendo a verdade.

— Bobinha — suspirei — Mas... Como está sendo sua nova vida? Gostou dos Vitello?

— Sim sim! Eles são ótimas pessoas. Marina não mentiu quando disse que são.

— Uau...

— E então, você conseguiu? — sondei com cautela.

— Estou no caminho. Não ache que sou louca, ok?

— Por que eu faria isso?

— Bom, como você já deve saber. Hoje foi o dia de eu “conhecer” o famoso, Ângelo. Eu conversei como ele.

— O QUÊ?!! — o espanto foi tanto que tive de me conter para que não fizesse isso novamente — Você contou para a família sobre isso não é?

— Deixe eu terminar — pediu — Eu contei muitas coisas pra ele e espero que tenha ouvido. E, não, não conversamos exatamente mas. Eu tentei um diálogo. Até falei sobre algumas coisas que me aconteceram... Mas ele em nenhum momento, disse algo. Ou sequer abriu a porta.

— Espera. Então quer dizer que, você estava conversando com alguém que sequer lhe respondeu?

— É, Margarida.

Fiquei em silêncio por um momento, era muita coisa para processar tão rápido.

— Uau. Gostei...

Quando já era muito tarde decidimos nos despedir, também a deixei curiosa sobre o que eu iria revelar aos meus parentes, foi engraçado o seu querer tanto por eu revelar, mas fiz mistério e o manteria até o momento certo.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora