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EDGAR VITELLO

Com a carta em minhas mãos, fixei meu olhar no papel. O luar a iluminava deixando-me focado no papel esbranquiçado. Isso foi o suficiente para que a cena de anos atrás voltassem a minha mente...

Estacionando meu carro próximo ao meio-fio, desçi em seguida, pondo meus óculos escuros enquanto minha mão direita recolheu minha maleta do banco do passageiro. Acabei levando um pequeno susto com a presença de Paola. Estava vestindo um longo vestido branco.

— Paola, querida! — a comprimento dando um beijo seu rosto e ela faz o mesmo — Aconteceu algo?

— Ah, não aconteceu nada demais. Eu já queria lhe encontar mais cedo. Quando vi seu carro, por sorte, me apressei para não perder esta oportunidade!

— Ah sim. Então, no que posso lhe ajudar?

— Eu quero que entregue esta carta a Ângelo — estendeu o material a minha frente.

— Por quê eu?

— Bom, confio em você e... Quero que seja uma surpresa para ele. —— sussurrou — O faça quando eu já não estiver em Percy — pediu, a avaliei por alguns segundos. Me lembrei que em pouco tempo estaria viajando junto com seu irmão para visitar seus familiares naquele natal — Tudo bem, para você, fazer isso?

— Claro que sim! Pode deixar comigo — entregou-me.

— Muito obrigado, Edgar! Até mais.

— Até. — a mulher sumiu num piscar de olhos. O porquê ainda martelava em minha mente mesmo já tendo a resposta.

Saí os meus devaneios engolindo o bolo em minha garganta. Eu sabia que deveria ter feito o que me fora mandado a muito tempo, mas tinha algo que me impedia. Minha consciência fazia pensar em diversas possibilidades do que estaria escrito naquele papel...

Me afastei da varanda indo em direção da minha cama. O cansaço não me deixou quieto até aquele momento. Se eu demorasse mais um pouco, meu corpo cairia no chão sem demorar um sequer segundo!

JASMINE FREIRE

Inspiro fundo sentindo o aroma das rosas abaixo de mim inundar meus pulmões. O vento estava tão tranquilo, às nuvens e o céu azul transmitiam uma paz única.... Eu queria ficar lá para todo o sempre.

Erguendo meu corpo, elevei meus olhos até o meio da imensidão de flores.

Neste meio a figura de um homem roubou minha atenção. Comprimi meus olhos tentando ao menos conseguir identificá-lo, mas claro, falhei. Levantei sacudindo minha vestimenta tentando retirar qualquer vestígio de grama ou galho da mesma com pressa e receio de que ele acabasse sumindo na mesma velocidade que apareceu.

O desconhecido permaneceu intacto e sem mover um músculo. Dei alguns passos podendo finalmente identificar suas características. Seus olhos azuis tinham uma tonalidade perfeita. Seus cabelos acastanhados e grandes o deixava com uma aparência angelical. No entanto... As janelas de sua alma transmitiam uma mensagem e bom, ela conseguiu fazer com que eu compreendesse... O homem estava preso, preso dentro de si mesmo. O pedido de ajuda era nítido...

Algo o impedia de prosseguir...

Uma comoção dentro de mim me fez querer cuidar dele, de zelar e amá-lo. A mais pura compaixão queimou em meu peito. A emoção me tomou e lágrimas escorreram do meu rosto. O medo de que ele fosse machucado por alguém me fez querer protegê-lo com unhas e dentes!. Corri em sua direção com todas ás minhas forças, mas, no meio do percurso tive que parar bruscamente e andar um pouco para trás.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora