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Otto Vitello

Aquela tarde passou tão rápido que mau senti às horas passarem. Fomos chamados por umas das enfermeiras, mas antes, o médico responsável por cuidar do caso do meu sobrinho nos anunciou sobre seu estado. Minha esposa se pôs ao meu lado e minha mão em seu ombro a fez ficar mais próxima do meu corpo.

— Posso afirmar que o que ocorreu com o paciente Patrick, foi um verdadeiro milagre depois do acidente.

— Como? — pergunta Marina.

— Achei que ele ficaria em coma por conta da pancada mas, errei nessa possibilidade. Somente o braço esquerdo foi afetado de uma forma um pouco grave. Ralou, mas, com a ajuda de alguns antibióticos e curativos, dentro de uma semana já não será preciso a utilização dos mesmos.

— Então, ele poderá voltar pra casa ainda hoje? — questionou minha filha.

— Não, ainda não. Amanhã será melhor. É bom que essa noite, e a manhã, ele passe por nossa supervisão.

— Ah... — suspirou.

— Bom, se quiserem ir vê-lo podem ir. Evitem muitas perguntas e o perdoem se falar algo sem sentido, o efeito da anestesia junto com um medicamento ainda está em seu corpo. — informou-nos — Agora, tenho que ir — sorriu numa despedida.

O homem se afastou indo em direção ao elevador enquanto as mulheres iam em direção a ala que meu sobrinho estava, não deixei de olhar o profissional que estava dentro espaço de metal. Sua altura era bem notável junto com o nome; Rafael. Em seu jaleco. Me lembrei por um instante que ele é um dos doutores mais reconhecidos da área de medicina em Percy por conta da forma que sabe executar uma cirugia em qualquer área do corpo — principalmente se for transplante. Atender pacientes e o conhecimento que tem sobre doenças e ciência. 

A voz da minha mulher me chamando, retirou minha atenção voltando-a para o momento. Assim que entramos na sala o número cheio de macas do lado esquerdo e direito inundavam os espaços. Os passos atrás de mim me fizeram olhar para trás e encontrar meu cunhado, pela sua respiração andou com pressa até chegar aqui, ele se pôs ao meu lado assim que uma das enfermeiras nos chamou.

Graças a mulher loira conseguimos achar aquele que queríamos encontrar. Patrick tinha seus olhos no teto enquanto sua cabeça e cintura eram envolvidos por uma faixa, já seu braço engessado parecia estar colado em seu corpo.

Assim que os pares esverdeados encontra-se com os de cada um de nós, um sorriso amplo se formou nos seus lábios.

— Eae família — murmurou ainda fraco.

Suspiramos aliviados por estar falando algo compreensível, minha esposa sentou-se ao seu lado na cadeira.

— Como se sente? — perguntei.

— Detonado.

— Pelo visto, o médico “mentiu”.

— Não ponha a culpa nele, eu que pedi para contar apenas o necessário. — suspirou — E tio, não ponha a culpa em você. Eu que não estava nada bem da cabeça...

— Obviamente a culpa não é dele, não é. — afirmou meu cunhado se sentando do outro lado da cama, me surpreendi por sua presença. — Mesmo já tendo filhos e uma idade madura. Ainda comporta-se como um adolescente.

— Só tenho atitudes, está bem? — resmungou, virou sua cabeça para o lado — E como estão às crianças? Mariana sabe?

— Sim, ela quis vim mas a impedi — contou Nora.

— Vocês sabem, quando terei alta?

— Amanhã, pela tarde. — informou minha filha.

— Só não vou pedir mais detalhes hoje, por quê não tem nem vinte e quatro horas que está de volta. Mas, amanhã, você não me escapa! — ameaçou Edgar, fazendo a todos rirem. Sua piada, de alguma forma, aliviou a tensão no ar.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora