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MARINA FONTENELLE

Mesmo querendo segurar o choro, era nítido que não ia suportar por muito tempo. Desde nova, minha amiga Nora, sempre foi uma pessoa um tanto emocionada.

— Promete que não vai demorar?

— Prometo...

Na noite anterior, havíamos decidido que o nosso segredo ficaria guardado até quando chegasse a hora certa e estivéssemos a certeza. Sei que podia ter sido difícil pra ela segurar por um tempo já que sempre compartilhava com os familiares o que se passava, mas, daquela vez, ela teve que escolher ocultar por pelo menos um tempo.

Eu só esperava do fundo da minha alma que Jasmine pudesse entender...

Depois de algumas horas, já pude chegar em Doce Sorriso. A maneira que os comerciantes e pessoas falam, as crianças e agitação me fez sentir em casa. Foi apenas necessário empurrar a porta de casa para que ela se abrisse. Margarida estava bordando algo enquanto escutava uma das músicas da Taylor Swift, eu tinha certeza de que era Mr. Perfectly Fine. Desde que a jovem tinha descoberto sobre a cantora, nunca mais parou de escuta-la.

— MÃE! — num salto se levantou e veio me abraçar. — Como foi a viagem?

— Foi ótima, graças a Deus... Querida, mee ajude a levar as coisas lá pro quarto.

— Claro!

— E onde está o seu irmão? — perguntei enquanto ela sumia no corredor levando a mala vermelha com minhas roupas.

— Ainda não chegou, acho que foi ajudar Jasmine ou foi para a fazenda do senhor Joan — informou-me.

Depois de um tempo já nos encontrávamos sentadas sobre o sofá. O cansaço veio com força contra meu corpo me obrigando a ficar no móvel.

— E os Vitello, estão todos bem? — perguntou enquanto enchia o copo de limonada me entregando logo em seguida — Fiquei sabendo que o Patrick acabou sofrendo um acidente...

— Ah sim, infelizmente... — soltei o ar preso em meu pulmão pondo meu braço sobre a parte superior do sofá e mão em minha cabeça enquanto a esquerda levava de uma vez ou outra o copo — Mas graças a Deus ele já está em casa. Obviamente terá de passar alguns dias tomando antibióticos e fazendo curativos. Mas nada grave.

— Entendi... — suspirou — Mãe, não estou querendo ser intrusa demais ou algo assim — me olhou — Mas a senhora poderia me contar mais sobre eles?

— Eles quem, filha?

— Eles... Os Vitello.

A fitei.

— Engraçado que ninguém prestava tanta atenção em mim quando eu dizia por querer, não era?

— Éramos jovens e desatentos demais — defendeu — Vai, por favor!

— Tá bom, tá bom — revirei os olhos. Contei resumidamente deixando apenas as partes principais surgirem, Margarida tinha a expressão de surpresa na maioria do tempo. Assim que terminei, ela suspirou e contou que algumas horas tinha pesquisado sobe eles mas era raso demais.

— E o Ângelo? — murmurou, de qualquer forma ou outra ela saberia dele — Ele realmente está dentro daquela casa?  — replicou o que eu tinha falado numa pergunta, a maioria dos outros, a não ser quem era da família, pensavam que Ângelo tinha ido embora para outro país, morando em uma cidade pequena ou em uma desconhecida, qualquer lugar possível. Mas só apareciam com uma pesquisa profunda.

— Você sabe... É algo lamentável... Mas creio que não durará a vida toda.

Algo em seu olhar me fazia ter a certeza de que tentava encontrar alguma coisa no meu.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora