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EDGAR VITELLO

Analisando os dados da empresa pelo meu laptop, não deixei de notar a surpresa no olhar do meu cunhado — ele estava atrás da mesa sobre a cadeira, e a atenção totalmente dobrada na tela do computador. No mesmo instante Patrick entrou ainda com um sorriso no rosto.

— Já almoçaram?

— Não... — o respondi

— Hmmm.

Otto bateu na mesa carregando uma confusão em sua expressão.

— Mas o que significa isso?!

— O que foi, tio? — questionou Patrick, o homem andou até o que estava preocupado e olhou para a tela do computador.

— Você sabe o que isso quer dizer?! — esbravejou Otto olhando-o, Patrick engoliu em seco fazendo-nos encará-lo. Me levantei e curioso, fui verificar o que estava acontecendo. Me surpreendi quando a informação que o robô estava dando apareceu na tela junto com a coloração vermelha.

— É, fiquem tranquilos...

— TRANQUILOS?! — dissemos juntos.

— Eu vou explicar, calma...

— Acho bom mesmo! — afirmei pegando em seu braço, ele se soltou e prostrei minhas mãos nos bolsos da calça social.

— Eu tenho um amigo que... Bom. Ele é um ótimo hacker — os olhos azuis do velho pareceu duplicar de tamanho assim como o meu.

— O que. Você. Quer. Dizer. Com. Isso? — disse com os dentes cerrados.

— Eu pedi pra que, ele descobrisse quem foi a empresa ou o associado que fizeram chegarmos ao lugar que estamos nos gráficos. — Otto deu um suspiro pesado soltando seu corpo na cadeira enquanto eu volta ao meu assento. Eu não queria perder o resto do meu auto-controle.

— E, o que ele pediu?

— Tudo.

— TUDO?!

— Os dados da empresa, senha, contas, históricos, contratos. Tudo.

Acabei explodindo graças a sua informação.

— AH, EU VOU TE MATAR PATRICK! — esbravejei — COMO VOCÊ CONFIA A QUALQUER UM OS DADOS DA EMPRESA DA NOSSA FAMÍLIA!? DA NOSSA FAMÍLIA!

— Calma pai. Não precisa ficar assim.

— COMO NÃO PRECISO?!

— Ele não é qualquer um, o conheço desde quando éramos jovens. Até Ângelo o conheceu — falar o nome do meu sobrinho foi como jogar um balde de água fria em todos nós.

— E podemos confiar assim? — questionou Otto com a voz baixa.

— É claro que sim, qualquer coisa eu o denuncio. E além do mais, isso tudo está em minha responsabilidade. Qualquer coisa que acontecer, arcarei com as consequências.

— Mesmo vendendo e fabricando diversos vinhos pro seu público. Nem com anos de esforço você conseguiria pagar o prejuizo que a empresa ficaria. — falei.

— Edgar. — Otto tinha um olhar frio sobre mim, no mesmo instante me encolhi tentando controlar a mim mesmo. — Filho, eu confio em você. No entanto, o futuro da empresa está em suas mãos se algo acontecer... — disse.

— Está certo, tio. — afirmou o homem loiro.

— Agora, vamos voltar ao trabalho. Não vou mexer no computador então, ficarei responsável pela papelada enquanto vocês fazem a sua parte pelos aparelhos — apertou o fundo da caneta que soou o “clique” na mesma hora.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora