35

263 32 3
                                    

Jasmine Freire

Caminhei com passos cautelosos em direção daquela que estava na maca, seus olhos estavam distantes e sua pele branca mostravam o quão estava frágil.

— Oi... — sussurrei me sentando sobre a poltrona branca. Tudo era tão novo e com glamour que me senti uma estranha. A garota olhou para o canto e finalmente rastejou o seu olhar em minha direção.

— Jasmine... — sorriu, fraca.

— Oi meu amor, eu estou aqui... — juntei minha mão direita com a sua, enquanto a outra foi para seu cabelo. Meu peito se apertou quando o contato me fez sentir o quão estavam frias. — Me disseram que você ficou me chamando...

Uma lágrima vaga desceu de seu olho direito atingindo o travesseiro.

— Meu bem... — lamentei.

— Eu só quero a minha casa, a minha família. O Ângelo... — ofegou — Somente isso...

— Você logo os terá, mas para isso precisa estar forte!

— Eu não sei se conseguirei...

— Eu sei que vai.

— Ah... — suspirou cansada — Está tudo tão confuso...

— Imagino... — afaguei seus cabelos — Mas, posso lhe pedir uma coisa?

— Se eu poder fazer...

— Durante esses dias em que estiver aqui, não pense muito em nós e sim sua recuperação! Se o fizer, logo estaremos juntos... — me avaliou por alguns instantes. — Você é jovem demais para carregar esse peso e principalmente esses pensamentos. Dê um descanso para si própria durante esses dias... — a aconselhei.

— Tentarei.

— Ao menos o faça... — assentiu como resposta.

Os minutos seguintes aproveitamos para conversar mais um pouquinho.

Saí da sala e já pude vê a presença de Valentina e Patrick.

— Onde está o Edgar?

— Foi levar meus pais, mas já está voltando... — informou a mulher.

— Hum.

— Vamos entrar agora, se quiser pode ir no refeitório comer algo ou, até mesmo ir embora...

— Não não, obrigada. Só vou comer algo mesmo.

— Tem certeza?

— Absoluta.

O homem loiro já tinha um de suas mãos sobre a maçaneta, os dois entraram em seguida enquanto eu me retirava do corredor. Ter memória fotográfica nesses momentos é algo útil e prazeroso, sendo assim, não teria dificuldade para voltar já que minha mente decorou em tanto cada curva e canto.

Assim que as portas de metais se abriram andei em direção a saída, virei a direita seguindo reto. Sei que poderia ter pegado outro atalho, mas foi em vão pensar nisso quando estava a pouquíssimos centímetros do refeitório. Ao passar pelas portas de vidro, me surpreendi com o tamanho do espaço, comparando é o tamanho dos fundos da mansão só que em uma versão um pouco menor. Às mesas redondas postas em ótimos lugares davam uma linda decoração além das plantas esverdeadas de folhas e caules grandes. O balcão um pouco mais ao longe tem uma linda mulher, e mais ao fundo, uma porta dupla, lá devia ser a cozinha. Em alguns cantos havia alguns refrigeradores, máquinas de salgadinhos e doces.

Fui até em uma das cadeiras do centro me sentando. O pequeno cardápio marrom com letras negras  fornecia às opções que poderíamos ter para alimentar. Um garçom jovem se posicionou ao meu lado e assim que terminou levou o meu pedido, preferi comer algo daqui mesmo do que outras besteiras. Sorri como forma de agradecimento assim que o prato foi posto na mesa.  Bebi um pouco do suco amarelado, pelo gosto era uma mistura entre limão e maracujá, gosto era prazeroso e ao mesmo tempo estranho.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora