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Jasmine Freire

Às crianças ficaram encarregadas de me trazerem o que era necessário e os recipientes. Optei por fazer um bolo de chocolate gelado — amava fazê-lo na época que era uma adolescente apaixonada por cozinha e principalmente, doce. Pus brigadeiro e assim que ficou completo e perfeito, o pus sobre o recipiente separado para seu formato.

Deixei Benicio, Mariana, Oliver e Benjamin sozinhos — e mesmo que algo me dissesse para que eles me acompanhasse, permiti que ficassem. Além do mais, estavam apenas comendo o resto de cobertura que eu tinha feito. Infelizmente, Isabella se sentiu cansada e voltou para seu quarto...

Voltando com um sorriso no rosto para a sala de jantar, os outros já me esperavam ansiosos. Cortei da maneira correta pondo em seus pratos, pus bastante pois a pequena quantidade não saciaria nenhum pouco. Assim que deram a primeira garfada juntos, a explosão de satisfação vinda dos quatro ecoou no ar.

— Isso, está perfeito! — elogiou, Nora — Esse doce é... — disse emocionada, rimos sem entender — Meu Deus — gargalhamos.

— O que foi, minha irmã? — questiona Edgar.

— Isso, me lembra tantas coisas boas... Meu Deus — abanou a mão enfrente ao rosto — Sorte de a quem ter como nora — olhou em minha direção. No fundo vi que, ela carregava esse desejo.

— Mas, sem meus fiéis ajudantes eu não conseguiria... Não é? — falei olhando em direção a porta que levava a cozinha. — Crianças? — às chamei.

O segundo seguinte foi o mais inesperado de nossas vidas. Mariana estava coberta por farinha, seu irmão também banhado pelo pó e cabelos completamente grudados pelo chocolate, meu irmão, tinha todos os ingredientes possíveis. Os meninos deram um sorriso fraco e assim que rimos Mari olhou em direção ao pai, e chorou. Entre gargalhadas os ajudamos, quis torcer a orelha de Benjamim mas permaneci calada.

— Você não está brava comigo, não é?

— Não querido, você se divertiu, e isso é bom.

— Se você diz...

— A conversa está boa mas, alguém tem que limpar a cozinha, as empregadas ficarão muito sobrecarregadas... — falou Nora, Oliver sorria em seu colo.

— Eu limpo, Nora. Eu usei a cozinha...

— Eu te ajudo — disse Valentina se aproximando.

— Eu também... — manifestou-se Patrick.

— Ótimo, os três farão uma bela limpeza, mas antes Patrick, leve as crianças no colo para o banheiro de Ângelo. É o maior da casa.

Assim que nós três estávamos juntos, tiramos os móveis que poderiam atrapalhar, desligamos o que estava na tomada e lavamos a louça. Enquanto eu varria o chão, Valentina guardava a louça e Patrick trazia os baldes com água. A mangueira foi trazida, facilitando nossas vidas. Em um dado momento, achamos que acabamos pondo uma grande quantidade de sabão — já que a espuma alcançava nossas cinturas.

Assim que a espuma finalmente foi “expulsa” de dentro do cômodo, começamos a puxar a água com os rodos. Patrick acabou escorregando e levando sua prima junto, a mulher, irritada, jogou água sobre o homem, o deixando encharcado —  e eu morrendo de rir. Foi um pouco difícil para caminharmos já que estava escorregadio e necessário agarrar nos móveis para que um tombo fosse evitado.

Quando, finalmente terminamos e tudo seco, nos deitamos no chão com as nossas cabeças próximas uma da outra, era engraçado e único ao mesmo tempo.

— Agora, tenho a certeza de que não “batemos muito bem da cabeça” — comentou Patrick.

— O mundo seria sem graça sem pessoas com um parafuso a menos — falei.

A Verdadeira Felicidade | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora