Capitulo 8

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Kaila Narrando.


Leonardo ficou me olhando de um jeito, que apesar de tudo não me deu medo. Parece apesar dele mostrar ser daquele jeito, lá no fundo ainda via algo bom. Ele pareceu se perde nos meus olhos, por mais que eu quisesse desviar, uma força maior me fez ficar ali, presa naquele olhar.

— Eu achei que o Leonardo, fosse nos matar. — Ana disse.

Já era fim de tarde, estávamos todas sentadas no quarto conversando. Eu não havia esquecido de tudo, de onde eu esta e como vim parar aqui. Mas ficar me remoendo, me isolando só vai fazer isso ser mais torturante do está. Então estava tentando agir o mais "normal" possível.

— Ele agiu de forma estranha, — Júlia disse pensativa. — ele ficou encarando a Kaila.

— Eu percebi isso. — Ana disse.

— Estranho... Muito estranho, ele agiu como se... sei lá. — Catarina se pronunciou. — Talvez ele goste um pouco de mim, né? É talvez possa ser isso.

— Catarina continue sonhando, é de graça mesmo. — Ana disse dando de ombros.

— Nada haver realmente Catarina, — Jaqueline disse com humor. — Leonardo não tem sentimentos nem por ele mesmo.

— Todo mundo tem algo bom, por pior que a pessoa seja. — Falei baixo. Na realidade eu não queria ter falado alto, eu estava pensando isso e simplesmente falei.

— Leonardo, Rodríguez e todo o resto. São uma exceção. — Ana disse amargurada. — Olha o que fizeram com as nossas vidas? Simplesmente por nada. Por que sequestra a gente, para virar prostitutas? Por que não essas meninas de rua? Por que eles não abrem um prostíbulo? Era mais fácil. Tem meninas que se propõe a isso, sem ninguém as obriga-las. Mas não, eles sentem prazer em fazer mal as pessoas. — Ana já estava chorando a essa altura. Fazia sentido tudo que ela falou, claro que fazia. — Eles são uns animais.

— Eu sinto saudade dos meus pais. — Falei fechando os olhos. Lembrando da Dona Taila e o Senhor Kaio.

— Eu sinto saudade da minha vó. — Jaqueline disse e deu um sorriso torto.

— Também sinto falta do meu namorado. — Falei e sorri.

— Sinto falta dos meus pais, meus avós e meu namorado. — Ana disse com o choro já controlado.

— Sinto falta do meu pai. Nossa! Como sinto falta dele. — Júlia disse um pouco triste.





Leonardo Narrando.


Mais um dia chegou, ouvi uma voz diferente na sala. Levantei e fiz minhas higienes matinais, apareci na sala e ela meu irmão. Nunca nos demos bem, é sempre um querendo ser melhor que o outro, mas ele é o queridinho do meu pai. Por ele ser mais velho, ter mais experiência nos negócios do meu pai e além disso ele é bem mais submisso as ordens do meu pai.

— Fala ae baitola. — Ele disse. Dei o olhar mais desprezível que eu consegui fazer. Ignorei o mesmo e segui para cozinha. — Eu acho que falei com você, seu merda.

— Não me encosta. — Falei sério.

— A mocinha ficou estressada? — Ele perguntou com ironia e se aproximou.

— Me erra Arthur.

— Quero saber por que essa raivinha roda comigo? Só por causa da Lara? — Ele perguntou rindo. Lara foi a única menina que gostei, fazem anos isso. Mas ele sabia e ficou ela e ainda fez questão de jogar isso na minha cara. Eles estão juntos hoje, ela não tem noção no que ele está metido, minha vontade é de contar, mas se eu ferro ele, ferro eu e meu pai junto. — Você ainda não supero isso?

— Mulher é algo que não me falta. — Falei em um tom de deboche.

— Mas outra como a Lara, não tem. — Ele falou baixo e tinha um sorriso torto nos lábios. — Você é tão merda, que matou a minha mãe, se não fosse você, minha mãe estaria aqui, hoje.

Esse era um assunto que mexia comigo, única coisa que conseguia mexer com meus sentimentos, minha mãe. Eu nem pensei no que estava fazendo, quando vi já estávamos rolando no chão, igual dois animais. Eu consegui acerta muitos socos em seu rosto até sentir uns braços me segurar, me debati um pouco, mas os braços eram fortes demais e eu iria conseguir sair dali. Arthur levantou com a boca e o nariz sangrando, e me olhou com ódio.

— Segura ele. — Ele falou limpando o sangue do seu rosto.

— Qual foi covarde? Não é capaz de brigar sozinho não? — Falei irritado.

— Cala boca que você vai levar a surra que eu sempre quis te dar.

Ele se aproximou, e acertou vários socos no meu abdômen, pela dor que senti, deve ter quebrado alguma coisa. Eu ainda tentei me soltar, mas a pessoa que estava me segurando, era três vezes o meu tamanho. Nessa altura, meu corpo estava todo doendo, a dor no meu abdômen era quase insuportável, eu queria levantar e quebrar a cara dele, mas eu mal conseguia abrir meus olhos. Ouvi alguns risos debochados e logo depois ouvi a porta bater.

Proibida pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora