Capitulo 14

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Estava deitado olhando para o teto, perdido em meus pensamentos inúteis. Ouvi um barulho de algo quebrando, fiquei parado tentando descobri da onde vinha, saí do quarto me encostei na parede e ouvi mais barulhos vindo do banheiro. Bati na porta.

- Kaila!? - Ela continuou sem silêncio. - Eu sei que você está ai. - Bati na porta novamente. - Você não vai poder ficar ai pelo da noite.

- Você já estragou minha vida, agora me deixa. - Ela gritou de dentro do banheiro. Pela sua voz era nítido que ela estava chorando.

- Abre aqui. - Falei calmo. - Eu não vou sair daqui até você abrir caralho.

- Então vai criar raiz ai. - Ela respondeu gritando.

- Porra garota abre isso logo, vai ser pior se eu mandar alguém arrombar isso.

- Faz o que você quiser, não me importo. - Ela falou entre o choro que estava uma desesperador, ela estava soluçando.

Eu senti algo ruim. Não sei identificar o que era, só não gostei de sentir.

- Vou mandar alguém arrombar a porta. - Falei sério.

Ouvi o barulho da porta destrancar. Ela abriu a porta, seu cabelo estava uma merda, sabe aquela menina do chamado? Estava muito parecida, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, e seus pulsos estavam minando sangue.

- Mas que porra é essa? - Falei e segurei sua mão erguendo a mesma.

- Eu não quero me prostituir, não quero me deitar com aqueles homens nojentos, eu não quero. - Ela disse e voltou a chorar.

Pela primeira vez na vida eu não sabia o que dizer. Eu estava sem reação, ela estava tremendo de tanto chorar na minha frente. A única reação que consegui ter, foi levar os pulsos dela até a pia e lavar, ela resmungou um pouco, mas ficou quieta, passei um remédio para machucado.

- Obrigada. - Ela disse em meio ao seus soluços.

- Para de chorar. - Falei sério.

- Eu só quero minha casa, quero embora daqui. - Ela disse.

- Vem, vai dormi e se acalma.

Eu não conseguia nem me carregar, então sem condições levar ela para algum lugar. Ela foi até o quarto dela e subia na sua cama. Ela deitou e se cobriu.

- Por que estava chamando meu nome? - Ela perguntou e eu olhei para ela.

- Não era você... tive... uma ex namorada com esse nome, devia ter sonhando com ela. - Menti.

- Humm. - Ela ficou me olhando desconfiada.

- Dorme logo. - Falei impaciente.

Ela fechou os olhos novamente, e esperei uns minutos até ela dormi. Não sei porque eu fiquei esperando, mas fiquei ali, parado que nem um banana, vendo ela dormi. Percebi que sua respiração ficou mais pesada, obviamente ela havia dormido. Saí do quarto sem fazer barulho e fui para o meu.



Mais noites com sonhos estranhos, mais dias monótonos, isso resumia meus últimos dias. Kaila e as meninas estavam limpando a casa, e eu estava fazendo a contabilidade do dinheiro, terminei de fazer, ainda doía, mas estava mais fácil para me locomover.

- Kaila... - Chamei-a.

- Oi. - Ela disse me olhando.

- Vai se arrumar, vamos ver algumas roupas para você. - Falei sem tirar os olhos dos papéis que estavam na minha mão.

Ela assentiu e saiu da sala, guardei o dinheiro na caixa e minhas anotações na pasta.

- Vai levar a Kaila na cidade? - Hugo perguntou entrando pela sala.

- Vou. - Respondi curto e grosso, antes que ele começasse com aquele discurso dele.

- Você está podendo dirigir? Se quiser eu levo ela.

- Não precisa Hugo, não aguento mais, não fazer nada. - Levantei da cadeira. Ele ficou me olhando. - Não tem nada para fazer não? Vai achar algo para fazer.

- Quem aviso amigo é.

- Se conselho foi bom se vendia. - Ele respirou fundo e saiu pisando firme.

Fiquei na sala esperando Kaila aparecer, até que para os padrões femininos ela foi rápida. Caminhei devagar até o carro, ela entrou do lado da carona e eu no lugar no motorista.

- Como você sabe que vai me levar na cidade e eu não vou fugir? - Desviei meu olhar para ela.

- Porque assim que você fugir, Rodriguez vai atrás da sua família. - Ela arregalou os olhos.

Não falei mais nada e nem ela, liguei o carro e o caminho foi em silêncio, 40 minutos de silêncio, chegamos a cidade, estacionei o carro e ela saiu. Andamos pelas ruas, ela não escolhia nada, então eu sai pegando tudo que é roupa que eu achava que caberia nela, às vezes ela dava opinião quando eu pegava algo muito curto, fora disso, ficou em silêncio o tempo todo. Mais de uma hora andando, já havia comprado coisas suficientes. Na volta foi bem pior, estava chovendo muito, a estrada estava escorregadia.

- Acho que a gente vai ter que esperar a chuva passar. - Falei olhando para o céu. - A estrada está muito molhada.


Proibida pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora