Capitulo 18

10.7K 697 6
                                        

Eu, Ana e Júlia, ficamos quase o dia todo intercalando em ficar com o Fred, demos esse nome a ele. Era uma distração, fazia o tempo passar mais rápido. Ele era muito filhote ainda, suas diversões eram morde e lamber. Já estava anoitecendo, ás meninas foram para o quarto se arrumar, eu fiquei mais uns minutos ali até ouvir um barulho de carro chegando. Talvez pudesse ser o Rodriguez.
- Fica aqui, não sai pelo amor de Deus. - Botei-o em cima de uns lençóis que eu e as meninas arrumamos para ele. - A mamãe volta mais tarde tá? - Como se ele fosse responder. Mas na realidade ele respondeu, com duas lambidas, apenas sorri.
Levantei, abri a porta e sai rápido. Apertei meus passos e entrei pelos fundos da casa. Cheguei á sala, as meninas já estavam prontas e reunidas. Leonardo estava ao lado de seu pai, Hugo e Davi estavam parados na porta.
- Olha a madame chegou. -Rodriguez disse com ironia. - Amanhã esteja pronta ás 20:00hrs. Hugo ou o Leonardo vão te levar.
- Pra que? Vão me levar para onde? - Eu sabia para que, mas eu perguntei sem querer.
- Não se faz sonsa garota, que eu estou sem um mínimo de paciência. - Ele virou as costas e saiu pela porta.
Senti meus olhos arderem, sai correndo para o quarto. Joguei-me na cama mais perto, e desabei a chorar. Eu não queria isso. Sempre imaginei tudo perfeito, com alguém especial em algum momento especial. Estava me sentindo um lixo, queria sumir na realidade. Se realmente existe esse negocio de vida passada, eu devo ter sido uma pessoa muito ruim e hoje estou pagando por todos os erros. Só queria o abraço da Dona Taila, aquele abraço que me trazia paz que só ela sabia me dá, eu estava com saudades até das broncas do meu pai. Se um dia eu sair disso viva, eu nunca mais vou reclamar da minha vida, nunca mais vou contrariar meus pais quando a resposta for ao contrario do que eu quero ouvir. Eu queria acordar e ver que isso tudo foi apenas um pesadelo, abrir meus olhos e ver que eu estava no meu quarto. Mas não, isso era tudo real, uma dura realidade.
- Vai comer não? - Leonardo estava parado na porta. Só não sei quanto tempo ele estava ali parado.
- Desde quando minha alimentação te importa? - Passei a mão no rosto limpando algumas lagrimas que ainda caiam.
- Não me importo. É que estou com fome, ai se você tivesse com fome iria fazer algo para comer, consequentemente eu aproveitaria o momento e comeria também. - Sua voz tinha calma e humor, o que ligeiramente me irritou.
-Você é idiota sempre? Ou só quando está perto de mim? - Estava irritada.
- Garota, garota, abaixa a bola. Acho que vou ter que voltar a te impor limites. - Ouvi o mesmo respirar fundo e sair do quarto.

Chorar, chorar e chorar. Essas foram às únicas coisas que consegui fazer nessas últimas horas. Meus olhos estavam pesados, provavelmente eu estava horrível com os olhos inchados, com umas olheiras medonhas. Ouvi alguns passos pelo corredor vindo em direção ao quarto, e adivinhe quem era? Ele estava de cueca, com cabelo bagunçado. Por alguns segundos, eu perdi o ar, nunca fui de ficar babando em homens, mas eu nunca tinha visto um homem de cueca na minha frente, ainda mais com aquele físico. Ele estava sexy com aquela cara de sono, e aquele cabelo bagunçado. - Kaila, olha a merda que ele fez com sua vida. Ele é lindo por fora, mas por dentro é podre. - Pensei.
- Pelo amor de Deus garota, são três horas da manhã. Tem como você chorar em silêncio? - Ele parecia realmente irritado. - Caso ao contrário boto você pra dormi na varanda, ai você chora o tempo que quiser, grita, não vou ouvir, então não vou me importar. Entendeu? Ou eu vou precisar desenhar?
Só assenti, e ele saiu pisando firme. Levantei da cama, abri o guarda-roupa, peguei uma toalha, uma roupa de dormi e fui para o banheiro. Entrei no mesmo, tirei minha roupa, liguei o chuveiro no quente e entrei banho sempre serve para você organizar seus pensamentos, mas no meu caso me fez desmoronar, me agachei no chão e dei outra crise de novo. Fiquei mais de uma hora naquele banheiro. Estava com o corpo cansado, minha cabeça doía, estava cansada fisicamente e sentimentalmente. Vesti a roupa que separei e voltei para o quarto. Arrumei minha cama, deitei e fechei meus olhos. As horas se passaram e nada de eu consegui dormi. Parecia que estava tudo contra mim. Eu acho que tinha direito a uma boa noite de sono, pelo menos isso. Meus pensamentos se intercalavam entre: Leonardo e a noite de hoje - Afinal já passavam das três horas da manhã. - Nenhum dos dois assuntos era do meu agrado.
Acordei com o sol entrando pela janela, levantei da cama, na realidade desci. As meninas já haviam chegado, fechei a cortina para que não acordassem elas também. Sai do quarto, passei no banheiro, lavei meu rosto, fiz minhas higienes matinais. Fui até cozinha, Leonardo e Hugo estavam rindo de algo, mas quando me viram ficaram quietos.
- Bom dia para você também. - Leonardo disse.
- Bom só se for para você.
- Mal humor. - Hugo brincou.
Fiquei em silêncio, fui até a geladeira separei pão, queijo, presunto e mais algumas coisas, fiz um sanduiche, botei um pouco de suco no copo e sentei á mesa.
- Despois passa no meu quarto. Tem uma coisa para você em cima da cama, é para você usar a noite. - Leonardo falou mastigando.
- Educação para que né? - Debochei.
Ele mastigou mais um pouco, abriu a boca e na sua língua havia todo o sanduiche que ele havia mastigado.
- Fresca. - Ele riu e engoliu a comida.
- Você é nojento. Muito nojento. Extremamente nojento. - Fiz cara de nojo

Proibida pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora