Abri meus olhos, e percebi que estava na cama. Tentei me mexer e meu corpo todo doeu, principalmente minha costela, que eu tinha certeza que havia quebrado uma. Olhei ao redor do quarto e surpreendi quando vi a Kaila me olhando.
— Ta melhor? — Ela perguntou, mas seu tom era totalmente frio.
— Só ta doendo tudo. — Resmunguei.
— Você precisa tomar alguns remédios, pede alguém. — Ela disse me mostrando um papel.
— Humm, pede o Hugo. Que dizer chama ele aqui. — Falei baixo. Ela se virou para sair do quarto. — Kaila... — Ela me olhou séria — por que ta me ajudando?
— Tenho coração mole, faria isso por qualquer pessoa, não se sinta com privilégios. — Ela disse e saiu do quarto.
Minutos depois Hugo apareceu no quarto, falei para ele ir comprar os remédios e ele acabou me dizendo que foi ele me trouxe para cama, imaginei, afinal nenhuma das meninas teria força para me trazer até aqui e também nenhuma delas se quer me ajudaria. Esperei alguns minutos, antes do Hugo chegar, Kaila trouxe comida para mim. E de uma maneira, eu achava estranho, ninguém nunca havia se preocupado comigo, sempre me virei sozinho. Por mais que eu sei que ela não estava fazendo isso por alguma afeição a mim, talvez ela tivesse fazendo aquilo por pena, mas ela estava fazendo. Ela deixou a comida no meu colo, tentei comer, mas minha costela doía demais, e eu não conseguia se quer me mexer para levantar o garfo.
— Eu te ajudo. — Ela disse e eu olhei mais surpreso que antes.
— Não precisa, eu me viro. — Falei, ela respirou fundo irritada e saiu do quarto.
Ótimo, seu imbecil, agora seu orgulho não vai te ajudar a comer. Doeu, me esforcei, mas consegui comer. Hugo finalmente chegou trazendo os remédios. Kaila entrou no quarto e explicou mais ou menos a que horas que devia tomar cada um e para que servia, primeiro eu tomei um analgésico para amenizar um pouco essas dores. Arthur iria me pagar por tudo isso, e como ele ia.
— Já fez sua caridade, pode ir. — Falei.
— Mesmo precisando não perde essa pose de fodão né? — Kaila disse irritada. — Saiba que você acabar morrendo sozinho, sem ninguém para nada.
Ela saiu furiosa batendo a porta do quarto. Talvez meus estado de estar naquela cama, sem poder fazer movimentos rápidos, fez ela tomar coragem e gritar comigo. Mas ao contrário de sempre, eu não me irritei, achei até um pouco de graça, não ri, mas achei graça daquela brava dela, parecendo que ia soltar fumaça pelo nariz.
Kaila Narrando.
Eu como uma boa idiota, fui ajudar aquele traste, as meninas não quiseram fazer nada por ele, mas eu não deixaria ele ali na sala, se contorcendo de dor, mas na realidade ele merecia aquilo e merecia principalmente que ninguém se importasse. Eram duas horas da manhã, as meninas já tinham ido para onde elas iam, isso me assustava um pouco, por que afinal a minha uma semana estava chegando ao fim e só Deus sabe o que eles vão me obrigar a fazer. Fora que aquele homem disse um negócio de empresários e coisas relacionados que iriam receber uma boa grana, eu não entendi muito bem o que ele quis dizer com isso, talvez meu consciente mesmo me impedia de entender. Estava entediada de ficar naquele quarto, sai um pouco, ao passar pelo quarto do Leonardo, ouvi uns barulhos estranhos, na realidade parecia ele resmungando algo. Eu passei direto pela porta. Mas Kaila ele pode estar precisando de algo — Meu consciente insistia.
— Como sou idiota. — Bufei e abri a porta do quarto dele devagar.
Ele estava se mexendo na cama, talvez estivesse em um sono muito profundo, porque os movimentos que ele fazia, provavelmente se ele estivesse consciente ele estaria morrendo de dor. Me aproximei dele, sua testa estava molhada, levei minha mão em sua testa.
— Nossa! Você está muito quente. — Me assustei um pouco com a temperatura de seu corpo. — Leonardo... — Mexi um pouco no seu braço e ele resmungou coisas sem sentido. — Vamos colabora comigo, acorda.
Legal! O que eu faço? Eu não conseguiria se quer deixar ele sentado na cama, ainda mais fazer algo a mais. Tirei sua coberta, e ele estava sem camisa, na altura da sua costela tinha uma mancha meio vermelha, como se estivesse roxo. Olhei para seu celular na escrivaninha ao lado da sua cama e pensei.
— Isso é para te ajudar, então depois não surte. — Falei mais sozinha do que com ele, porque eu sei que ele não estava ouvindo nada.
Abri seus contatos, tinha tanto número que que nossa, mas corri logo para ver quem eu queria, finalmente achei e botei para chamar.
— Fala Léo. — Hugo atendeu, bom pelo menos eu acho que era ele.
— Hugo?!
— Quem é?
— É a Kaila... — Ele ia falar algo, mas eu o interrompi antes que começasse. — O Leonardo, está com hemorragia interna, se ele não for hospital agora, ele não vai aguentar. — Falei um pouco rápido.
— Calma, como... você sabe disso?
— Não importa, é sério.
— Eu vou dá um jeito, e 20 minutos estou ai. — Ele disse desligou antes de eu se quer me despedi. Mal educado.
Deixei o celular onde eu peguei. Fui até sua gaveta, peguei uma camisa sua, molhei no banheiro e botei em sua testa.
— Mãe... — Ele começou a resmungar. — eu não matei ela, não foi culpa minha. — Ele falou um pouco enrolado.
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Proibida pra mim.
RomanceDizem que a frieza é uma saída pra quem já sofreu demais. Talvez seja por isso que Leonardo seja assim, talvez seja isso o motivo que ele não nutri sentimentos. Ele talvez possa ter se transformado nisso, depois que sua mãe morreu ou pode ter sido t...