Aos pouco minha vida ia voltando normal, as pessoas paravam de encher o saco. Eu estava estudando feito uma louca, como eu fiquei esse tempo fora, e estamos no final do ano, eles vão me dá uma que vai me ajudar a passar. Já faz um mês desde que tudo aconteceu, não sei mais do Leonardo, o advogado fala só com meu pai, eu não seu em que prisão ele estar, nada. Continuo mantendo contato com as meninas, principalmente a Júlia e a Ana. Hoje era sábado, Mariana disse que viria aqui para casa, para termos uma noite de meninas, enquanto Mateus iria jogar vídeo game com o Lucas. Por volta das 18hrs, ouvi a campainha tocar deveria ser a Mari, minutos depois a porta do meu quarto abriu, e era ela mesmo.
- Amiga! - Disse se jogando em cima de mim.
- Quanto amor, você está gorda e está me sufocando. - Brinquei.
- Não sabe nem brincar. - Fingiu estar emburrada de cima de mim.
- Não tenho culpa se você não aguenta ouvir verdade.
- Lucas diz que sou gostosa. - Ela disse e jogou o cabelo na minha cara.
- Ele te come e acha isso, eu não. - Falei rindo.
- Você está tão diferente. - Ela cruzou as pernas e ficou me olhando.
- Como assim?
- Antes de tudo acontecer, você era mais menina. Você não xingava, tinha vergonha de falar de sexo, bom agora, você fala desse jeito, está mais madura.
- É, eu acho que amadureci. - Suspirei.
- Mateus disse que você está estranha.
- Sabe Mari, muita coisa mudou, muita coisa mesmo, você não tem noção.
- Não posso saber?
- Pode, - Suspirei. - só não quero ninguém me julgando.
- Poxa Kai, somos amigas desde que somos um feto. E você não confia em mim?
- É óbvio que confio em você, eu só não sei.
- Me conta, - Ela disse. - se você quiser é claro.
- Tudo bem, - Respirei fundo e fiquei mexendo nas minhas unhas. - vou resumir tudo, eu me apaixonei pelo garoto que me sequestrou.
- COMO É QUE É? - Ela quase gritou.
- Não precisa gritar merda.
- Me explica isso, você deu para ele? - Eu assenti, e ela arregalou os olhos. - Mas, Kaila... - Olhei para com o olhar tipo " você disse que não ia me julgar". - Tudo bem. Mas como isso aconteceu?
- No começo eu odiava ele, odiava mesmo. Ele era frio sabe? O olhar dele me dava até medo, mas depois ele mudou, por mais que ele tivesse a marra dele, ele foi mudando. Ele matou o pai dele por minha causa, ele se entregou por minha causa.
- Eu entendi... - Ela disse e me olhou. - Mas amiga e o Mateus?
- Eu gosto dele, ele sempre foi um amigo. Ele foi meu primeiro namorado, primeiro garoto por quem eu me apaixonei. Só que ele era apaixonado por uma Kaila que não existe mais Mari.
- Eu sei Kai, que você não o ama. Mas não termina com ele agora não, seria muito injusto. Ele sofreu muito, os meninas tentavam levar ele para sair, e nada Kai. Até o futebol que você sabe que sempre foi o sonho dele, ele deixou, pensa um pouco, no que vai ser melhor para você. - Encarei-a. - Mas independente do que você decidir, eu estou aqui, eu sempre vou estar.
Abri um sorriso e puxei a mesma para um abraço.
Hoje era finalmente o dia da maldita prova. Eu estava uma pilha de nervos, eu não queria ter que fazer o terceiro ano todo de novo. Eu era adiantada, e isso adiantaria tudo na minha vida. Aos 20 anos eu poderia estar formada, com uma vida estável e independente. Minha vida inteira dependia dessa prova.
- Vai dá tudo certo amor. - Mateus disse e me deu um selinho. - Boa sorte, vou estar te esperando aqui fora.
- Estou muito nervosa. - Falei.
- Calma, você estou muito, você vai conseguir. - Ele falou sorrindo e eu retribui o sorriso.
Diretora chamou meu nome e eu entrei na sala. Assim que peguei a prova, minha mão soava frio, meu coração quase saia pela boca. Estava indo muito bem a parte de português, história, geografia, física, biologia, literatura, na parte de Matemática parece que fizeram de sacanagem a primeira questão era " Leonardo usou uma escada de 10m..." Não tinha outro nome? Fizeram de sacanagem comigo, só pode. Pulei aquela questão mas minha cabeça não estava mais ali, minha sorte que já havia feito quase a prova toda. No final eu tive que voltar naquela questão, e parecia que havia voltado ao dia que ele se entregou para polícia.
Flash Back On.
- Você vai pra casa. - Leonardo disse forçando um sorriso. Eu senti algo ruim, por mais que aquela noticia fosse a que eu esperava ouvir a semanas. Ele estava triste eu pude perceber isso. Com certeza havia algo errado. - Se cuida. - Eu nunca havia visto ele daquela forma, seu olhar não era mais de "dono do pedaço", era olhar de alguém que estava com medo. Ele selou minha testa.
- O que está acontecendo Leonardo? - Eu não estava entendo. Eu estava com vontade de chorar, mas não queria parecer uma menininha chorona, não agora. Ouvi alguns barulhos vindo do corredor, como se portas estivessem sendo arrombadas. - Eu não estou entendendo, que barulho é esse.
- Eu amo você pequena. Obrigado por me fazer enxergar a vida com outros olhos, por me fazer uma pessoa melhor. - Ele disse, e eu não aguentei mais segurar. Minhas lagrimas desciam involuntariamente, ele me amava, ele disse que me amava.
- Leonar... - Antes que eu pudesse terminar de falar, a porta foi arrombada e em segundos o quarto estava cheio de policiais.
- Leonardo Silveira você está preso. - Um policial disse com arma apontada para sua cabeça.
Eu olhava tudo aquilo assustada.
- Vem, sua família está lá embaixo. - Um policial disse, jogando uma espécie de manta nos meus ombros.
- Eu prometi que você ia para casa, nem que pra isso eu tinha que me fuder, lembra? - Ele deu aquele sorriso torto. Meu rosto estava molhado, minhas lágrimas estavam saindo cada vez mais.
Flash Back Off
- Kaila? Você está bem? - A voz da diretora me tirou das minhas lembranças.
Só ai fui perceber, que eu estava soluçando de tanto chorar
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Proibida pra mim.
Roman d'amourDizem que a frieza é uma saída pra quem já sofreu demais. Talvez seja por isso que Leonardo seja assim, talvez seja isso o motivo que ele não nutri sentimentos. Ele talvez possa ter se transformado nisso, depois que sua mãe morreu ou pode ter sido t...