Capítulo 52

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Acordei com a claridade entrando pela brecha que havia na porta. Eu estava em uma situação que nunca imaginaria estar, dormindo de conchinha depois de uma foda.
— Kaila, acorda... — Passei meu nariz pelo seu pescoço, ela encolheu o pescoço um pouco. — previsamos ir.
— Chato, deixa eu dormi. — Resmungou.
Ela se virou para mim, levou a mão até meu rosto e alisou o mesmo, acariciando. Aproximou seu rosto do meu, e me deu vários selinhos.
— Vamos logo.
— Insuportável.
Ela levanrou irritada, foi até o pequeno banheiro que havia ali. Ouvi ela da um grito histérico.
— Que foi maluca?
— Essa água ta muito gelada, inferno.
Dei uma risada.
— Você esperava o que? Chuveiro elétrico?
— No mínimo meu querido. — Gritou do banheiro.
Não demorou e ela saiu do banheiro vestida com a roupa que estava antes.
— Agora estou com frio da porra.
— Deixa eu tomar banho.
Levantei da cama, peguei minhas roupas e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro e realmente a água estava muito gelada, dei uns três pulinhos, isso era muito gay, mas foi necessário. Tomei banho mais rápido que consegui e saí do chuveiro, vesti a roupa, abri a porta, Kaila estava sentada na borda da cama, olhando para seus dedos.
— Vamos?! To com fome. — Disse.
— Vamos né.
Ela saiu primeiro, logo em seguida passei pela porta, encostei a mesma. E começamos nosso caminho de volta a infeliz realidade.
— O que vamos falar? — Perguntou.
— Que você fugiu, fui atrás de você e começou a chover muito, decidi esperar o dia amanhecer. — Parei e segurei em seu braço. — Bagunça o cabelo.
— Han?
— Se você chegar assim, ninguém vai acreditar.
— Que saco.
Ela bagunçou o cabelo, rolou no chão, e como uma boz atriz ela forçou para chorar.
— Agora sim, ta linda, vamos. — Sorri e ela me.olhou de cara feia.
Peguei minha arma e botei em sua cintura, segurei em seu braço, fui quase arrastando-a para dentro de casa. Ela fingiu o choro, como havíamos combinado, entrei em casa, fui até seu quarto e joguei ela praticamente no chão.
— O que aconteceu? — Ana entrou no quarto perguntando.
— Tentou fugir, — Dei um sorriso irônico. — acho que ela não vai mais tentar nada.
Sai do quarto, ouvi o choro da Kaila. Ela sabia fingir legal mesmo, globo ta perdendo uma boa atriz.

Alguns dias se passaram, mas nada mudou meu pai continua fazendo da Kaila sua bonequinha particular o que me deixava muito irritado. Às vezes dávamos o nosso jeito e ficamos em algum lugar escondido. Arthur anda sumido daqui, pelo menos uma coisa boa.
— Quero largar tudo isso. — Hugo disse.
— Querer não é poder.
— Poderíamos tentar.
— Claro, vou chegar: Oi pai, não quero mais saber de nada disso, obrigado, valeu. E saio andando. — Falei em um tom irônico. — E a pior parte é da razão a tudo que ele sempre falou para mim.
— Eu gosto da Júlia de verdade. Queria poder viver normalmente com ela.
— Lindo isso Hugo, romântico a história de vocês da até um filme, mas não estávamos em um conto de fadas, que o final é um feliz para sempre. Nossa realidade é essa, realidade que a gente escolheu, realidade que eu estou começando a me arrepender. — Respirei fundo. — Mas eu vou em frente, não vou da razão ao meu pai e ao Arthur, confirmando o que eles sempre falaram, que eu sou um fraco e covarde.
— Você ta querendo mostrar coisas erradas, para pessoas erradas.
— Ninguém consegue me entender.
— Se bobear nem você consegue se entender. — Ele ficou em pé. — Pensa só?! Vai dizer que não queria viver uma vida normal com a Kaila? Onde você não tem que ouvir ela gemendo enquanto dá para seu pai todos os dias. Sério mesmo que você consegue vencer tudo isso, só para deixar o filha da puta do seu pai orgulhoso?
Respirei fundo e fiquei olhando para o nada, Hugo levantou entrando em casa, eu continuei ali, pensando em tudo que havia ouvido e dito. Eu nunca admitiria isso para ninguém, mas eu preciso pelo menos admitir para mim mesmo: A Kaila me mudou. Talvez o meu lado sentimental que estava morto a muito tempo, ela fez.ele renascer, isso é tudo muito gay, fere meu orgulho, mas é a verdade.

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