Leonardo Narrando.
Eu odiava ficar em hospital, aquele cheiro, aquelas pessoas tudo me irritava. Dei um jeito de ligar para Hugo e mandei ele ir me buscar. Ele ficou meio contrariado, mas ele sabia que eu não iria aceitar não como resposta.
— Me ajuda aqui, quero ir para o quarto. — Falei com Hugo, ele se aproximou e me ajudou a ficar em pé. — Puta que pariu.
Pior de quebrar costela, que não você não pode engessar e não sentir mais nada. Eu tinha que simplesmente esperar melhorar e até isso acontecer eu iria sentir muita dor. Hugo me ajudou até chegar no quarto, deitei na cama.
— Não precisava tratar a mina daquele jeito, se não fosse por ela, tu nem aqui estaria mais. — Hugo disse.
— E você quer o que? Que eu agradeça ela? Nem fudendo.
— Mas engraçado que quando você delirando de febre vocé.... deixa.
— Fala logo. — Estava extremamente curioso.
— Você ficou chamando o nome dela, várias vezes.
— Para de viaje Hugo e acabou esse assunto, vai fazer a ronda, to legal. — Falei sério, não queria entrar naquele assunto.
Encostei minhas costas em uns travisseiros, e fiquei olhando para o nada. Aqueles olhos verdes vieram na minha mente, algo naquele olhar me transmitia paz, uma paz que á anos que eu não sentia, me dava vontade de viver sabe? Como se algo aqui dentro me dissesse que eu posso ser muito mais do que eu sou. Faz eu sentir culpa por tudo que eu fiz até hoje, e isso dava raiva, porque era isso que eu sou, uma pessoa que não se importa com ninguém, sem arrependimentos. Eu sei lá o que tiver acontecendo comigo, eu vou tratar de mandar para puta que pariu. Eu ainda precisava me vingar do Arthur, e ele ia pagar por tudo, sempre deixei ele fazer as graças dele e eu nunca agi. Ele sempre foi o predileto, então desafiar o Arthur é o mesmo que fazer isso com meu pai, então eu me reservava um pouco disso, mas agora o ódio que sinto dele é muito maior que medo, muito maior que qualquer coisa
Mateus Narrando.
Se passaram 4 dias, sem notícias, eu estava a ponto de surtar.
— Filho, come um pouco. — Minha mãe insistiu.
Era quinta vez que ela vinha me oferecer algo para comer, e se eu quisesse paz, era melhor aceitar de uma vez.
— Ta mãe. — Estendi a mão e ela me deu o prato. — Eu estou ficando preocupada com você, eu sei que o aconteceu não está sendo fácil, mas você precisa reagir e a vida continua.
— Mãe?! Faz um favor? — Ela assentiu. — Me deixa.
Ela fez cara de chateada, mas logo saiu do quarto. Comi um pouco da comida que estava no prato. Minha vida estava resumida em ir para escola, ir na casa dos pais da Kaila e voltar para casa. Eu nunca fui de parar em casa, deve ser por isso a preocupação dos meus pais. Ouvi o barulho da porta e era a Marina.
— Ah, oi — Falei sem tirar os olhos da televisão.
— Como você está? — Sentou na cama.
Nesses dias a Marina tem sido uma boa amiga, afinal ela também não estava bem, então digamos que nos ajudamos.
— Estou indo né. — Falei e ela me deu um sorriso torto. — E você?
— Está tudo uma bosta, ela é melhor amiga desde que eu nasci. — Ela disse com voz embargada.
Passei o braço pelo seu pescoço, e puxei-a para um abraço. Eu queria dizer para pessoas que estava tudo bem, mas eu sei que não estava. Mariana ficou aqui a tarde toda, a gente tentou se distrair vendo alguns filmes, anoiteceu ela foi para casa e eu fui para casa dos pais da Kaila. Pai dela abriu o portão.
— Oi Mateus, entra. — Pai dela disse me dando espaço no portão.
— Oi Kaio.
Ele fechou o portão, fomos até a sala. A Taila, parecia que estava só o corpo presente, seus olhos estavam com olheiras imensas, ela tinha emagrecido, estava muito abatida.
— A policia deu algum sinal? Falou alguma coisa? — Perguntei.
— Eles disseram que não pode ter sido pelo dinheiro, por eles não entraram em contato. Eles acham que foi vingança de alguém de algum inimigo meu, mas eu não me lembro de ter ninguém com esse nível de raiva de mim. — Kaio explicou.
— Eu entendi.
— Eles entraram em busca, peças cidades vizinhas.
— Se Deus quiser, vão encontrar ela bem, alguma coisa me diz isso.
— Eu também, minha intuição de mãe diz que minha filha ta bem, que não estava de mal acontecendo com ela. — Taila disse.

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Proibida pra mim.
RomanceDizem que a frieza é uma saída pra quem já sofreu demais. Talvez seja por isso que Leonardo seja assim, talvez seja isso o motivo que ele não nutri sentimentos. Ele talvez possa ter se transformado nisso, depois que sua mãe morreu ou pode ter sido t...