Proibida pra mim.

Capítulo 60

Foi um pouco difícil dormi, mas demos o nosso jeito. Botamos as meninas para dormi na cama, e nos ajeitamos no chão mesmo, não foi uma noite agradável, eu quase não dormi toda hora eu acordava. As horas não passavam, eu cochilava achando que tinha dormido horas, mas foram apenas alguns minutos. Finalmente o dia clareou e eu vi isso.
- Bom dia. - Hugo falou baixo.
- Péssimo dia. - Respirei fundo e forcei um sorriso.
- Você já sabe o que eu vou fazer?
- Sei. O dia de hoje precisamos sair daqui e arrumar um lugar para ficar. Só hoje.
- O que você tem em mente? - Perguntou curioso.
- Calma, não vou fazer nenhuma loucura.
Ele assentiu. Levantamos, acordamos as meninas. Pegamos nossas coisas, eu fui na frente, as meninas atrás de mime o Hugo atrás delas. A gente não sabia o que poderia encontrar então era melhor ficar com os olhos em todos os lados. Fazia quase duas horas que estávamos andando, o sol estava queimando demais.
- Sério, não dá para mim. - Kaila disse se encostando a uma arvore.
- Não podemos ficar parado aqui. - Hugo disse.
- Mas esse sol ta de matar. - Jaqueline se sentou no chão.
- Mas se o sol não nos matar o pessoal vai. - Falei e todo mundo me olhou. - Melhor aguentarmos mais um pouco, e descansarmos em algum lugar seguro.
- Ele ta certo, melhor irmos. - Kaila concordou.
- Primeira dama defendendo. - Ana brincou e eu olhei sério para ela. - Que foi? Foi só uma brincadeirinha para descontrair o momento tenso.
- Fica quieta Ana, fica quieta. - Jaqueline levou sua mão até a boca de Ana e todo mundo deu risada.
Seguimos em nosso caminho até chegarmos á uma estrada. Kaila estava com a cara cansada, me aproximei dela.
- Você ta bem?
- Estou cansada. - Suspirou.
- Já estamos chegando. - Passei o braço pelo seu ombro, me aproximei beijando sua testa. - Aguenta só mais um pouco.
- Tudo bem, eu aguento. - Ela forçou um sorriso. - E você, ta mesmo bem?
- Estou.
- Está mentindo.
- Eu vou ficar bem. Vai ficar tudo bem. - Segurei em sua mão, e continuamos andar.

Estávamos mortos, quase três horas andando debaixo de sol. Finalmente chegamos a um motel, velho caído, mas era a melhor opção que temos. Entramos, tinha um velho gordo, tipo aqueles de filme de terror, tipo isso. Aproximei-me da bancada.
- Boa tarde, - Cumprimentei. - tem quarto disponível?
- Têm três quartos.
- Perfeito, queremos os três. - Tirei a carteira do bolso. Tirei o dinheiro, e paguei pelos três quartos.
- Aqui as chaves. - Peguei as quatro chaves e fui para perto do pessoal.
- Tem uma loja de conveniência, aqui na frente. Hugo vai lá comprar coisas para comermos, água, essas coisas. - Ele assentiu. - Temos três quartos.
- Fica Júlia e Hugo em um. Você e Kaila em outro. Eu e Jaqueline no outro. - Ana disse.
- Tudo bem para você? - Perguntei direcionado á Kaila.
- Está sim.
- Vai compra comida logo Hugo, pelo amor de Deus.
- Estou indo Ana, estou indo.
Ele virou as costas e saiu. Subimos as escadas, as meninas foram para o quarto delas, Júlia foi para o dela esperar Hugo, e bom eu e Kaila, fomos para um. Assim que abri a porta, percebi que era melhor do que eu imaginava.
- Vou tomar um banho. - Kaila disse baixo.
- Tudo bem, depois eu vou.
Ela assentiu, mexeu em sua bolsa, e pegou duas peças de roupa, em seguida entrou no banheiro. Fiquei olhando ao redor, pensando nas decisões que eu decidi tomar. Enquanto isso iria afetar minha vida, mas acho que pior que está ela não pode ficar. Abri a janela, e fiquei olhando pela janela. Sabe quando passa um filme na sua cabeça de tudo? Estava assim, desde dia que sequestrei a Kaila, tudo começou a mudar, minhas atitudes, meus sentimentos, eu comecei a mudar. Eu deveria ter notado desde o começo, foram coisas mínimas que eu deveria ter notado. Mas quando ela me olhava com aqueles olhos cor de esmeralda, eu perdia a razão, meu orgulho deixava de existir, aquele muro de frieza que demorei anos para construir? Ela simplesmente o desmoronou em semanas. Ela era meu ponto fraco. Era ela o motivo de eu ter começado a ver as coisas como elas eram de verdade, e perceber que eu sempre estive cego todo esse tempo.