Capítulo 69

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Mais um dia comum, estávamos eu, Mariana e o Mateus sentados no sofá vendo filme.
- Filme idiota.
- Cala boca Mateus, filme é lindo. - Falei.
- Achei meloso demais. - Mariana disse.
- Vocês são dois insensíveis.
- Não baleia, você que está sensível demais. - Mateus disse sorrindo.
Tudo estava normal, até eu sentir meu short molhar.
- Fez xixi Kaila? - Mariana brincou.
- Minha bolsa... estourou. - Falei assustada.
- Ai meu Deus, o que eu faço? - Mateus ficou em pé rapidamente, e ficou andando de uma lado para o outro.
- Primeiro, para de ficar zanzando pela sala. Segundo, vai até meu quarto e pega a bolsa que a gente já arrumou. Terceiro, liga para os meus pais. - Falei calmamente.
Assim veio a primeira contração, quem reclama de cólica é porque nunca teve filho. O minutos entre elas só iam diminuindo, e cada vez elas eram mais fortes. Mateus estava que nem um tonto, mas felizmente ele conseguiu chegar ao hospital rápido, Mariana estava segurando na minha mãe, a cada contração eu esmagava seus dedos, assim que chegamos no hospital me colocaram em uma cadeira de rodas, Mariana foi na recepção deu o nome do meu médico, e logo eles me levaram para uma sala. Trocaram minha roupa por aquele roupão, me colocaram em uma mesa. Doutor Fernando entrou na sala, conversou comigo, sobre o que eu estava sentindo, fez alguns exames com a mãe mesmo. As horas passavam minha dor ia aumentando, os médicos agora estavam me dando incentivo para empurrar, sim, eu estava parindo.
- Vai Kaila, você consegue. - Mateus estava segurando em minha mão.
- Ta bom. - Respirei fundo e empurrei mais uma vez.
- Já estou vendo ele. - Ouvi a voz do médico.
Tive que fazer muito mais esforço, então eu ouvi aquele choro. Eu estava morta, cansada, mas aquele choro me deu uma alegria que eu não sei descrever.
- Eu quero ver... - Falei baixo e Mateus assentiu.
Minutos depois a enfermeira apareceu ao meu lado, com coisisinha pequena enrolada em um lençol verde. Peguei o mesmo no colo, seus olhinhos estavam fechados, ele tinha bastante cabelo, mas eram loirinhos.
- Você já sabe o nome? - Mateus perguntou se abaixando ao meu lado.
- Sei... - Sorri. Lembrei do que minha mãe me disse, o porque do meu nome, e esse bebê era fruto do meu amor com o Leonardo. - Kaleo.
Mateus ficou quieto, eu não sei se ele entendeu a fundo o por que daquele nome, mas também estava ocupada com uma coisa muito mais importante, meu filho.


Abri meus olhos já estavam em uma quarto, olhei para o lado minha mãe estava lendo alguma revista sentada na cadeira do acompanhante.

- Bom dia. - Falei.
- Bom dia mamãe do ano. - Ela sorriu e se aproximou.
- Cadê meu pequeno? - Perguntei.
- Daqui a pouco elas trazem ele aqui. Como está se sentindo?
- Estou bem mãe.
- Filha, eu queria te fazer uma pergunta...
- Pode falar. - Olhei para ela.
- O Kaleo... Ele é mesmo filho do Mateus? - Eu fiquei em silêncio. - Eu já te contei por que seu nome é Kaila né? - Assenti. - Qual nome do menino que foi preso, que estava com você?
- Leonardo... - Minha mãe assentiu. Não sei como ela chegou a aquela conclusão. - Mãe eu...
- Calma, o Mateus sabe disso? - Ela perguntou calmamente.
- Sabe.
- Aquele menino, ele te ajudou muito né?
- Ele matou o pai dele para me salvar, ele se entregou para eu voltar para casa, é eu acho que apesar de tudo, ele me ajudou muito. - Forcei um sorriso. - Mas acabou, Kaleo foi a única coisa que sobrou daquilo tudo.
- Você não sabe do futuro...
- O que a senhora está querendo dizer?
- Que a vida, não é conto de fadas, que acontece tudo na hora queremos e como queremos. Tudo tem seu tempo, quem sabe o destino ainda esteja preparando algo para vocês? - Eu acabei sorrindo, lembrei do que ele disse na carta sobre o destino.
- Meu pai nunca iria aceitar, na realidade eu achei que a senhora surtaria.
- Eu percebi desde a hora que ele me ligou, que ele realmente se importava com você.
- Ele te ligou? Como assim?
- Ele me ligou em madrugada, dizendo que vocês estavam em perigo, e que ele não iria deixar nada de ruim te acontecer, pediu para eu chamar a policia e encontrar ele, onde vocês foram encontrados.
Eu fiquei em silêncio, até que a porta abriu e enfermeira entrou com Kaleo no colo. Peguei o mesmo, ele segurava no meu dedo e apertava, ela engraçado as caras que ele fazia, eu estava uma mãe muito babona.

Proibida pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora