Capítulo 2

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Mon acordou cedo naquela manhã, finalmente chegara o grande dia de seu casamento, as semanas que antecederam o tão esperado dia foram de ansiedade, provas de vestido e uma série de compromissos que Mon julgava cansativos, sentada na poltrona do quarto de hotel a espera das amigas e do maquiador para a se arrumarem juntas, Mon deixou os pensamentos voarem até a lembrança do dia que conhecera Nop, há três anos atrás, lembrava-se de cada detalhe do dia, da roupa que ambos usavam e de como haviam começado a conversar, naquela época pensava que nada poderia ser mais perfeito do que encontrar alguém que a amava e a fazia feliz, e Nop se tornou a pessoa mais importante do mundo para ela, e casar-se com ele estava sendo muito mais maravilhoso do que ela poderia sonhar.

Lembrança...

Mon caminhava ao lado de Yuki com os braços entrelaçados uma na outra, pelo grande corredor da mansão Phetpailin entre risos e conversa, era mais um dos muitos coquetel que os pais proporcionavam, Pohn e Aon era empresários bem sucedidos da área de comunicação, haviam se mudado para Bangkok quando Mon ainda era bem pequena, e ao longo dos anos a pequena empresa cresceu, tendo filiais na China e no Japão, Mon odiava aquelas festas cheia de pessoas que nunca vira na vida, mas Yuki convencera Sam a descer para a festa pois estava encantada por uma jornalista da área de comunicação local que havia conhecido em uma festa.

- Yuki, eu te odeio por me arrastar pra esse coquetel - disse Mon andando ao lado da melhor amiga.

- Mon pare de reclamar, quem odeia socializar em festas assim sou eu, mas sei que Tee vai estar aqui, e você me prometeu que iria me ajudar - Yuki encarou a amiga com os olhinhos pidões, sabia que Mon não resistia.

- Tá bom, sua chantagista, o que eu não faço por você - disse Mon fazendo bico, nunca poderia dizer não a melhor amiga, ainda mais quando ela parecia realmente interessada em alguém que não era Seeing, seu ex namorado tóxico.

- E é por isso que te amo - disse ela sorrindo largamente, as duas estavam descendo as escadas para o salão principal quando Yuki parou - Olha lá Mon - ela apertou de leve o braço de Mon animada indicando a direção - Ela está aqui, e está tão linda - disse ela suspirando.

- Não vejo nada de mais - Mon disse implicando com ela, mas a amiga estreitou os olhos para ela, e Mon sorriu, depois revirou os olhos - Tá bem, mas você tem que ir lá falar com ela Yuki, não adianta nada você só olhar, sabia? - Mom disse sem muita paciência, a semanas que as duas ficavam nesse mesmo jogo de olhares sem conversar em qualquer evento que ambas estivessem, Yuki trabalhava como produtora editorial de uma revista e era sempre convidada a diversos eventos, mesmo que não fosse muito sociável, e a semanas ela passou de alguém que odiava esses convites para uma pessoa que não perdia um evento sequer, por isso Mon já havia perdido a paciência com ambas, porque ficavam se olhando quase as festas inteiras e já que queriam a mesma coisa porque não conversavam?

- Mas e se ela não quiser falar comigo? - Questionou ela apreensiva.

- Yuki, vocês duas estão se olhando a semanas, se ela não quisesse falar com você, não estaria te encarando tanto - Mon rolou os olhos pra amiga como se fosse óbvio.

Quando as duas atravessaram o enorme salão cheio de pessoas e pararam em uma das mesas do canto, Tee finalmente apareceu em frente as duas com um largo sorriso nos labios e duas bebidas em mãos, estava acompanhada de um amigo, ao qual Yuki nem sequer se deu ao trabalho de cumprimentar direito, na verdade nem olha-lo, mas Mon sim, reparou no homem de forma curiosa ela nunca tinha visto olhos tão intensos e profundos na vida, aqueles olhos lhe hipnotizaram de imediato, os cabelos negros desalinhados, trajando uma jaqueta preta de couro com uma camiseta branca e calça jeans, e usando... tênis? Visivelmente não estava nem um pouco trajado para um coquetel daquele porte.

- Oie - disse ele em uma voz melodiosa e um sorriso nos lábios, a voz dele ressoou nos ouvidos dela fazendo-a se arrepiar.

- Oie - ela respondeu com os olhos vidrados nos dele sentindo o estoma revirar.

Passaram boa parte da noite conversando, tanto que Mom até mesmo lhe fez se vestir com seu vestido e andar pelo salão porque ele perdera uma aposta para ela, esse sem dúvida foi o momento em que se apaixonou por ele, mesmo que no início não soubesse, principalmente pelo sorriso brincalhão que ela tanto amava ver em seus lábios.

Desde aquele dia em que se conheceram não se desgrudaram mais, e engataram um namoro logo depois de Tee e Yuki, Nop era um cara incrível, centrado e muito honesto, e com ela, ele parecia outra pessoa, despojado e brincalhão e Mon se apaixonou por ele tão rapidamente que era quase inacreditável pensar que não seria diferente. Na noite do casamento de Yuki e Tee, ao qual haviam sido padrinhos juntos, Nop a pediu em casamento, e ela aceitou, e agora relembrando o passado um sorriso lhe cobria os lábios, ela estava na capela onde haviam planejado unirem-se, andando de um lado ao outro a espera da hora de entrar, Yuki ao seu lado segurando sua mão tentando acalmá-la, pois estava extremamente nervosa, Aon e Pohn, seus pais, conversavam baixo próximo a porta da lateral tentando se distrair do tédio da espera. Os dois estavam impecáveis em seus trajes, assim como ela que vestia um vestido de noiva completamente saído de um conto de fadas.

Mon sentia uma angústia em seu peito, estava nervosa mais do que o normal, como se algo pudesse dar errado no seu dia perfeito, mas essa sensação não ia embora por mais que tentasse não pensar naquilo.

- Mom se acalme, você vai ter um treco assim, tudo vai ser ótimo - disse Yuki.

- Estou com uma sensação ruim Yuki, eu nem sei o motivo, Nop e eu planejamos cada detalhe do nosso dia, mesmo que eu saiba que não tem o que dar errado essa sensação não vai embora.

- Respira, é só uma sensação ruim, nada dará errado - sorriu Yuki tentando animar a amiga e acalmá-la, e Mon sorriu fraco.

- Estou tão orgulhoso de você querida - disse Aon que caminhava até ela numa tentativa de distrair a filha - E mais ainda em conduzi-la - disse o pai sorrindo.

- Ah papai, eu sei, também estou feliz por isso - Mon encurtou a distância entre eles e o abraçou, ambos tinham os olhos marejados, Aon não era seu pai biológico, mas a criara desde pequena, por isso respeitava ele como se fosse seu pai.

- Aon, vai fazer ela borrar a maquiagem - disse a mãe, mas ela também estava sorrindo.

Nesse exato momento, Tee entrou na pequena salinha de espera da capela pela porta lateral, tinha o semblante fechado e os olhos avermelhados de quem havia chorado, encarou a esposa e segurou as lágrimas e depois que olhou para Mon, respirou fundo tentando não chorar.

- Lamento ser a portadora de tão triste e horrível notícia...- ela fungou - Mas Nop sofreu um acidente de carro... e ele... - disse ela sem conseguir terminar, e de repente o mundo de Mon desabou...

Linhas Cruzadas (Sam&Mon)Onde histórias criam vida. Descubra agora