Capítulo 7

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Mon

Era tarde de noite quando sai do chuveiro após ter tido um ataque de raiva por tudo que estava errado na minha vida naquele momento, eu não queria me sentir assim, mas era inevitável, Nop havia sido tudo pra mim, meu amigo, meu noivo e mais que tudo minha família, quando meus pais passavam mais tempo viajando do que em casa e se dedicavam mais ao seu trabalho do que ao lar, era ele quem estava lá, a fazendo sorrir, cuidando de mim, eu amava meus pais, mas eles quase nunca estavam comigo, nesses dois anos que o conheci Nop minha vida mudou, eu me sentia feliz ao seu lado, e sempre passávamos momentos incríveis juntos, pensar que isso não existiria mais me doía muito.

Quando sai do banheiro vi Sam sentada encolhida na cama segurando uma foto de Nop, era de seu último aniversário, me aproximei da cama e sentei mais próximo aos pés da cama e a observei, ela tinha lágrimas nos olhos, e por um instante pude perceber que ela sentia falta dele tanto quanto eu.

- Me desculpa por hoje ... .eu..eu não pude controlar - falei e ela levantou o olhar para mim, passou as costas da mão nos olhos, os limpando.

- Não tem que se desculpar por nada - disse ela delicada - Está sentindo-se melhor?- eu assenti e sorri fraco.

- Nop ficou arrasado após essa festa de aniversário - eu mencionei um fato que havia ocorrido naquela noite, parecia tão distante de nós agora.

- Porque? - questionou Sam

- Foi um dia depois da missa do pai de vocês - eu comecei a brincar com a ponta da toalha que estava em minha mãos - Acordamos tarde naquele dia, e quando Nop chegou a missa, já havia terminado - Sam ficou alguns segundos em silêncio.

- Ele falava de mim? - perguntou ela, e eu abri um meio sorriso antes de responder.

- Sim, não com frequência, mas falava de você - disse e ela se remexeu.

- Gostaria que me contasse mais sobre o que perdi - disse ela olhando para o colchão constrangida por não saber muito da vida do irmão.

E assim passamos o restante daquela noite, falando sobre Nop, das coisas que ele havia feito e conquistado, e de como ele amava o pai e a irmã, Sam me contara sobre a infância deles, e como havia sido difícil a perda da mãe, lhe contei sobre mim, sobre Sua, minha cachorrinha e sobre a falta que meus pais faziam por trabalhar demais, nos tornamos confidentes, íntimas, e sem qualquer restrição falamos de nós mesmas, de nossas vidas e a de Nop, que de certa forma nos unirá, eram mais de quatro horas da manhã quando Sam adormeceu ao meu lado na cama, observá-la dormir me deu uma paz a qual eu não obtivera nos últimos dias, Sam era linda, e tinha o rosto de um anjo, ela sempre seria minha salvação, vinda direto dos céus para me salvar da minha tristeza, com ela as coisas não pareciam difíceis, e eu sentia que estava me tornando dependente daqueles olhos protetores e carinhosos.

Sam

Acordei naquela manhã com meu celular vibrando alto, abri os olhos e vi Mon adormecida com um semblante de tranquilidade, resolvi não acordá-la, havíamos ido dormir tarde, ela devia estar cansada, sai da cama e fui atender o meu celular.

- Alô - disse baixo assim que pus os pés na sala.

- Meu amor, Como está? - a voz de Kirk saiu pelo aparelho, e eu me afastei mais, não havia mencionado muito sobre Kirk na minha conversa com Mon na noite passada, o porque disso eu não sabia, mas não quis partilhar muitas coisas sobre nossa relação com ela.

- Estou bem, e como vão as coisas ? - perguntei sem muito interesse.

- Vão bem, como o esperado - ele disse animado - Mas liguei pra te dizer que Srª Pohn me ligou nesta manhã, disse que contratou uma empresa de mudanças para levar as coisas de Nop para um depósito, eles ficaram de ir no final da manhã, e como você está no apartamento achei que deveria saber disso.

Linhas Cruzadas (Sam&Mon)Onde histórias criam vida. Descubra agora