Sam havia me pegado completamente de surpresa, senti um calafrio gostoso percorrer pelas minhas costas ao retribuir o beijo dela com desejo, não existia nada ali além de nós duas e aquilo me deixava eufórica e feliz, seus lábios macios juntos aos meus me causavam êxtase. Sam aos poucos foi parando o beijo, minha testa colada a dela, eu podia ouvir o som das nossas respirações ofegantes, quando abri os olhos vi aquelas lindas íris de avelã me fitando, Sam abriu um pequeno sorriso envergonhado, talvez?, mas seus olhos tinham desejo, amor e felicidade estampados neles.
Por alguns instantes o silêncio se fez presente, nos olhávamos com intensidade, eu não conseguia desviar do olhar penetrante de Sam sobre mim, acariciei seu rosto e a mesma fechou os olhos para sentir o meu carinho, eu me sentia feliz, completa como não pensei que pudesse me sentir novamente, Sam estava aceitando tudo que reprimiu nas últimas semanas, eu tinha certeza disso, fiz menção de dizer algo, mas ela me interrompeu pousando delicadamente o dedo indicador sobre meus lábios como uma carícia.
- Vamos sair daqui - disse ela simplesmente em uma voz baixa e rouca que me fez estremecer, Sam então pegou minha mão e entrelaçou seus dedos aos meus de forma carinhosa e acolhedora e me puxou na direção da saída.
Ao sairmos pela porta lateral da galeria em um estacionamento, um vento gelado se abateu sobre nós, me fazendo gelar os ossos, mas eu não me importei com o frio, caminhei lado a lado de mãos dadas com Sam até o carro, o silêncio reforçava a cumplicidade entre nós duas, eu não sabia para onde estávamos indo, e não me importava, estar com Sam era tudo que importava naquele instante, assim que o carro dobrou a esquina uma chuva torrencial caiu, Sam mal podia ver a estrada à sua frente, então notei que ela acabara de entrar na rua de minha casa, alguns minutos depois estávamos estacionadas em frente a casa, Sam tirou o cinto calmamente e me fitou.
- Posso esperar a chuva passar - Sam tentava ver através do vidro do carro, inutilmente do lado de fora, a chuva forte embaçando os vidros.
- Ou podemos correr até a entrada de casa - sorri brincalhona.
- E correr o risco de um resfriado? Nem pensar - disse ela, sorrindo, mas tinha algo em seu semblante além da preocupando.
- Sam - a chamei quase com um sussurro, ela iria embora e eu não queria isso, não aquela noite - Fica comigo esta noite ? - pedi, e Sam me fitou por breves minutos enquanto segurava minha mão.
- Quer que eu fique? - Ela me fitou ainda sem acreditar.
- é claro que sim, Sam...Achei que eu havia sido clara mais cedo na galeria - ela estava se afastando novamente e isso eu não permitiria, não mais, não depois daquele beijo, eu a queria - Fique comigo esta noite Sam, e não estou perguntando, estou exigindo- fixei meus olhos naqueles olhos cor de avelã que eu tanto amava. Sam pareceu pensar por um segundo antes de soltar um sorriso convencido de lado e assentir, me fazendo sorrir da sua cara de travessa - Vem, vamos entrar! - soltei o cinto de segurança.
- Mon... a chuva... - disse ela em protesto, mas era tarde demais eu já havia aberto a porta e saltado para fora do carro, corri em direção a entrada da casa, mas pude ouvir a batida da porta do carro e o alarme, seguido da risada de Sam atrás de mim, quando me virei para vê-la ela vinha em minha direção correndo tentando inutilmente se proteger da chuva forte, cheguei a varanda da casa seguida por Sam, e nós duas nos encaramos encharcadas, Sam ria da situação, e tudo que eu pensava era como eu amava vê-la rir.
- Ande Mon, abra porta, ou vamos pegar um resfriado - ela ainda sorria abertamente e num ato de impulso decidir pôr fim ao espaço entre nós, eu ansiava por aqueles lábios nos meus, e assim que colei meus lábios aos delas senti sua boca gelada que me causou arrepios, mas logo o beijo ficou intenso e quente, e a língua de Sam pediu passagem para um beijo mais profundo, eu me sentia quente, muito quente, mesmo estando com as roupas molhadas e frias pela chuva, nosso beijo era carinhoso e cheio de desejo e palavras não ditas.
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Linhas Cruzadas (Sam&Mon)
RomanceApós a súbita morte de seu irmão, Sam se vê desesperada pelo perdão dele, sem querer acaba conhecendo Mon, sua noiva, perdidas e em luto as duas iniciam uma repentina amizade, e um sentimento diferente começa a surgir entre elas. Dividida entre a...