Capítulo 13

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O sol se punha no horizonte gradativamente, a cor dourada reluzia no horizonte iluminando a vegetação de forma bonita e delicada em meio a natureza, eu estava maravilhada com o trajeto percorrido, cada detalhe até a ali fora lindo, senti o solavanco do carro quando ele entrou na estrada de terra, e depois entrando por um portão majestoso em madeira pintada de branco que dava acesso a uma entrada de terra, senti a expectativa me tomar, e tive a certeza de que iria aproveitar cada minuto daquela viagem, eu não queria perder mais nada, e por isso viveria cada dia como se fosse o último, estava certa de que Nop queria isso de mim e era o que eu faria. O carro andou alguns metros até estacionar em frente a um cabana muito aconchegante com uma enorme placa na frente identificando a pousada, admirada com o lugar busquei observar cada detalhe da cabana, uma fumaça saia de uma chaminé o que imaginei ser uma lareira do lado de dentro, não estava muito frio, mas um vento trazia com ele uma sensação térmica de temperatura mais baixa .

- Srª Samanan! Que bom vê-la - um senhor de voz rouca me despertou, ele tinha um sorriso nos lábios quando saiu das portas da cabana e caminhou se aproximou do carro.

- Senhor Chirapathr, é bom estar de volta - disse Sam descendo do carro e cumprimentando o homem.

- Estavamos a sua espera, Punnisa preparou a cabana de sempre - disse o homem e ele me lançou um sorriso e eu sorri de volta, eu não desci, mas observava os dois que conversavam ao lado do carro, as luzes do lugar se acenderam pelo jardim da cabana principal anunciando a noite que chegava.

- Obrigada, ela sempre foi muito gentil - disse ela, Sam era muito bonita, e apesar de estar concentrada na conversa com o homem que agora decorria pelas melhorias das estradas, seus olhos recaíram sobre mim ela sorriu, ouvi meu coração disparar na hora que aqueles olhos cruzaram com os meus, respirei fundo, porque estar ali me dava tantas expectativa? Me perguntei por tempo suficiente para não notar a chegada de Sam ao lado da minha janela - Já volto Mon. Vou pegar nossa chave e fazer o check-in - apenas assenti.

Acompanhei o andar dela até dentro da cabana, elegante e a vontade, ela parecia conhecer todos ali muito bem, o que significava que ela deveria ir aquele lugar muitas vezes, teria vindo com Kirk? Ou com outra pessoa? Meu peito sentiu um leve aperto de contrariedade, pensar em Sam ali com outra pessoa me fez sentir um gosto amargo ao qual eu não gostava e nem esperava sentir, ainda sem entender o que estava sentindo ouvi Sam bater de leve na janela do carro e sorrir.

- Parece estar longe, está tudo bem? - questionou ela.

- Estou bem - sorri - Aqui é muito bonito - mudei o rumo da conversa no instante em que ela entrou no carro novamente.

- Espere até ver onde ficaremos - disse ela empolgada.

E ela estava certa, quando o carro estacionou em frente, pude ver uma linda cabana de madeira rústica de dois andares, já era noite e as luzes estavam acesas dando ao lugar um ar aconchegante, as janelas de vidro contrastando e trazendo algo moderno, no andar de cima as portas de correr ofertavam acesso a uma sacada enorme, que provavelmente o pôr do sol ou o nascer dele ali deveria ter uma visão magnífica, sorri ao pensar nisso. A vegetação ao redor era farta de árvores mas a grama parecia ter sido cortada a pouco tempo, mais adiante se enxergava algumas outras casinhas pertencentes a pousada, desci do carro abraçada com meu travesseiro, ainda atordoada com o vislumbre daquela perfeição de lugar, Lauren tirou as malas do carro e eu peguei minha mala e ela a dela e em seguida dei passagem para que ela fosse na frente e assim ela o fez, a segui até a entrada, o silêncio da noite era interrompido apenas pelos grilos, e a brisa leve trazia o cheiro de mato fresco. Notei que Sam estava em silêncio de propósito, ela queria que eu conhecesse o lugar e me sentisse à vontade.

Ao entrar dei de cara com uma sala de estar aconchegante, decorada com duas poltronas grandes na cor creme, uma manta de tricô numa cor escura sobre cada uma delas, o tapete redondo felpudo preto e branco tinha sobre ele uma mesinha de centro de ferro dourado e tampa de vidro, a lareira acesa dava a sala a concepção de lar, corri meus olhos pelo restante da casa, o conceito aberto dela dava a visão por completo, ouvi os passos de Sam mas eu queria ver tudo ali então continuei olhando os detalhes e mas a diante de mim uma cozinha em tons claros e carvalho envernizado me chamou atenção, tinha um fogão, uma geladeira, um microondas, e uma bancada, caminhei até mais perto para ver a bancada de madeira envernizada com pia dupla, dois bancos altos completavam o ornamento dela, realmente o lugar era agradável, ao lado da cozinha a escada, de onde eu estava podia ver uma porta do outro lado da escada ao qual supus ser o banheiro, então vi Sam se aproximar da escada, ela estava concentrada segurando a mala enquanto subia os degraus da escada de madeira escura, então me olhou.

- Você vem? - disse ela com ar divertido, parecia rir de uma piada interna, fui até a minha mala e a peguei seguindo ela escada acima.

- Do que estava rindo? - questionei ela.

- De você, parece uma criança descobrindo um mundo novo - ela sorriu de lado para mim, senti minhas bochechas arderem, estava agindo como um bichinho da cidade, mas a verdade era que eu realmente nunca fora para uma pousada assim, então era sim um novo mundo.

Sem dizer mais nada chegamos ao segundo andar, e eu me encantei ainda mais, o segundo andar era uma suíte enorme, na parede de frente as portas de correr que davam acesso a sacada estava uma enorme cama de casal, com dois criados mudos e abajures, no canto próximo a uma janela duas cadeiras sobre um tapete, e uma pequena lareira interna, do lado oposto duas portas que eu não fazia ideia do que eram, Sam atravessou o quarto e abriu as portas que davam acesso a varanda.

- Esse lugar continua incrível - disse ela entrando na sacada, a acompanhei, as malas agora estavam ao lado da cama.

- Vem muito aqui? - perguntei me aproximando dela, estava ansiosa em saber.

- Menos do que eu gostaria - ela disse apenas. A noite estava limpa e a claridade da lua iluminava a sacada, que tinha uma área aconchegante com um balanço acolchoado - Passei boa parte da minha infância e da adolescência aqui - ela se recostou na grade da varanda e eu a acompanhei.

- E porque deixou de vir? - a encarei de lado

- Esse lugar era sinônimo de família, e bem...depois que papai morreu... - ela fez silêncio.

- Lamento - pus minha mão sobre a dela que estava no corrimão da grade da sacada - Nop nunca me falou sobre esse lugar - ele nunca mencionou aquele lugar assim como nunca falava sobre a mãe.

- Ele deixou de vir aqui depois que papai internou pela primeira vez - ela disse com o olhar perdido - E depois quando papai morreu, e nós paramos de nos falar ele não vinha aqui, imagino que tivesse muitas lembranças com papai - Ela se virou para mim, e seus olhos pareciam tristes.

- Faz muito tempo que você não vem aqui? - questionei tentando mudar de assunto.

- Acho que a última vez que vim aqui pra passar alguns dias foi no meu aniversário a uns 2 anos atrás, Kirk me fez uma surpresa junto com minha amigas - disse Sam, então seu semblante mudou e ela sorriu fraco - Mas ele foi embora no fim da festa, precisava pegar um voo a trabalho - notei um tom magoado na voz dela - Mas foi uma noite especial, as meninas são como irmãs, e me fizeram rir a noite inteira, então foi um bom aniversário.- ela sorriu lembrando-se das amigas e eu sorri de volta.

- Obrigado por me trazer aqui Sam - disse e ela sorriu e se aproximou de mim e num gesto rápido, depositou um beijo em minha bochecha e meu coração acelerou de imediato com o ato tão inesperado dela.

- De nada - disse ela.

Linhas Cruzadas (Sam&Mon)Onde histórias criam vida. Descubra agora