Capítulo 30

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 Jim e eu saímos do hospital, pedi a ela que me deixasse em casa, eu precisava de um banho e de roupas limpas, me sentia suja e violada ainda, mas naquele momento eu não queria pensar em Kirk, a caminho da minha casa fiz algumas ligações, queria presentear Mon e decidi dar algo que eu sabia que jamais me arrependeria de lhe presentear. Jim estacionou o enorme carro vermelho dela em frente ao meu prédio.

- Então Lady Estúpida, eu vou buscar o que me pediu, aproveite para descansar, eu volto para pegá-la assim que der - ela sorriu, eu assenti, ela ligou o carro novamente enquanto eu descia, mas parei no meio do caminho.

- Jim... Acha que Mon vai gostar? - falei a encarando.

- Ela vai amar Sam, e eu estou adorando essa sua onda de sapata brega romântica - ela soltou uma gargalhada, Jim me arrancou o primeiro riso verdadeiro desde a noite anterior - Agora vá ficar cheirosa e linda para Mon que em breve venho buscá-la - ela piscou, e eu sorri descendo do carro, ela abanou e saiu.

Girei a maçaneta e entrei no apartamento, respirei fundo buscando forças para não pensar na minha vida naquele lugar, passei pela sala e fui para o quarto, entrei no banheiro e me despi, entrando no chuveiro quente logo em seguida, era tudo que eu precisava, deixei a água lavar todo meu cansaço e frustração. Os acontecimentos das últimas horas fazendo-se mais nítidos e reais para mim, a verdadeira face de Kirk, Mon no hospital, um bebê, nossa quando foi que minha vida tinha saído do maior marasmo do mundo para uma novela de drama, ação e surpresas? Era ridículo pensar como tudo acontecera tão rápido, em que momento tudo mudou? Encarei o nada me dando conta da realidade, eu sabia exatamente quando tudo começou, no exato momento em que Mon desabou em meus braços quando adentrei o apartamento de Nop depois da morte dele, fora ali que tudo mudara, ela mudará tudo e era por isso que eu não conseguia mais ver minha vida sem ela. E eu apenas queria seguir em frente, e queria fazer isso junto a ela.

Quando Jim chegou para me buscar eu já estava pronta, mal deixei a mulher entrar e já saimos, eu ansiava para ver Mon, ver se ela estava bem e dizer a ela tudo que imaginei dizer, Jim me entregou o pequeno embrulho que cabia na palma de minha mão, eu o coloquei no bolso da jaqueta que usava antes de entrar no carro.

- Sam...Estou tão feliz que tenha deixado seus medos de lado e esteja lutando pela sua felicidade - disse Jim ao meu lado no carro, então ela me abraçou de lado.

- Eu achava que teria todo o tempo do mundo, mas agora eu sei que não temos, então vou valorizar cada minuto da minha vida a partir de agora - sorri e ela devolveu o sorriso, então entramos no carro.

Não demorou para chegarmos ao hospital novamente, caminhei pelos corredores ansiosa até a sala de espera onde encontrei Kade sentada digitando algo no celular de forma ágil, ela nem ao menos notou minha presença, conhecendo a mulher como eu a conhecia, certamente ela estava cuidando dos assuntos da galeria, o que faria sem essa mulher na minha vida? Nada, eu era péssima com assuntos burocráticos.

- Oie Kade, já liberaram as visitas? - perguntei tirando sua atenção do aparelho, ela guardou o celular no bolso e levantou o rosto em minha direção.

- Sim, a enfermeira avisou agora pouco - ela me encarou avaliando se eu estava bem, se não fosse alguns hematomas em meu rosto ninguém diria que eu havia passado por um inferno terrível na noite anterior.

Eu sorri com a notícia, Kade sorriu de volta e me deu o numero do quarto onde Mon estava não antes de me avisar que uma amiga de Mon estava com ela, eu só queria vê-la desesperadamente, não me importava de haver alguém a mais conosco, passei pelos corredores em euforia, até parar em frente a porta do quarto, respirei fundo procurando tranquilidade para fazer o que eu precisava fazer, então dei leves batidas na porta e abri.

Linhas Cruzadas (Sam&Mon)Onde histórias criam vida. Descubra agora