Capítulo 11

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Eu havia começado o dia com uma felicidade que não cabia em mim, algo tinha mudado e eu sabia bem de quem era a culpada por aquilo, Sam havia despertado em mim a vontade de viver novamente, e eu tinha certeza de que onde quer que Nop estivesse naquele momento ele devia estar feliz com isso, a cada dia que eu passava ao lado de Sam tinha mais do que certeza de que ele havia me mandando ela para me proteger e me cuidar, tínhamos nos conhecido a apenas a algumas semanas, era verdade, mas isso fora mais do que suficiente para que eu sentisse um imenso carinho por ela, Sam era muito séria, mas sabia ser descontraída e divertida quando necessário, não era o tipo de mulher que reclamava da vida, via as coisas boas onde raras vezes nós vimos, sua alma artística era sensível e doce, mesmo que ela não deixasse as pessoas vê-la com frequência, sempre mantendo sua personalidade forte comandar para não deixar ninguém entrar.

Nossa conecção me assustava, era bem verdade, quando ela me olhava eu sentia como se mergulhasse em um universo profundo e sem volta, me arrepiava só de lembrar da sensação de tê-la próxima a mim, não sei onde eu havia tirado coragem naquela noite no restaurante para não recuar, mas eu sabia que nós duas estávamos no mesmo lugar e queríamos aquilo da mesma forma.

Depois daquela noite me culpei muito, Sam era a irmã de Nop, e eu estava confusa e perdida, naquela noite sonhei com Nop, ele parecia feliz por eu ter Sam ao meu lado me apoiando e tive certeza disso na noite posterior ao sonhar com ele novamente, Sam e eu estávamos próximas por um motivo, eu eu sentia isso, e o motivo era Nop, fora ele quem nos uniu, de uma forma triste, é verdade, mas ele fizera com que nós duas nos conhecêssemos e passássemos pelo luto juntas, e nos conhecendo aprendemos muito uma com a outra, formando uma conexão que só poderia ser explicada pelo universo.

Parei em frente a lareira do apartamento encarando as cinzas que agora restavam ali, tomando uma importante decisão, eu não voltaria para minha casa, não fazia mais sentido voltar a morar com minha mãe, mesmo que nossa convivência fosse boa em momentos juntas, meus pais quase nunca estavam em casa, e normalmente esse era o motivo de nossas maiores brigas, por isso eu precisava de um lugar para mim, mas para onde eu iria, ficar nesse apartamento me fazia ter lembranças de Nop, mas eu poderia ir para a casa que compramos para morar após a lua de mel, ficava a algumas quadras dali e estava vazia, não havia lembranças nossas lá, afinal eu apenas a vi antes da reforma, fora um presente de casamento e Nop queria fazer uma surpresa a reformando, e bom ela não teria uso se eu não fosse para lá, ela era grande e espaçosa, bem maior que esse apartamento, e talvez Sam pudesse ir morar comigo, sim! Meu pensamento se agitou, ela poderia ficar comigo naquela imensa casa, nós poderíamos ser uma família, eu já via ela como minha família, parecia loucura não pensar nos pontos positivos daquela ideia, mas naquele instante isso me pareceu muito certo.

Passei o dia inteiro fazendo planos para minha mudança para a casa nova, tanto que me distrai e nem notei que já era tão tarde, só percebi que a noite chegara quando ouvi o meu celular fazer um pequeno bip, e ao pegá lo notei o horário e que Sam me mandara uma mensagem, sorri ao ver a mensagem dela, a respondi de imediato, e ficamos conversando por breves minutos, ansiosa para contar a ela sobre meus planos, eu queria que a mudança fosse uma surpresa para ela e certamente seria.

Na manhã seguinte acordei animada e sorridente, estava ansiosa para que Sam chegasse, tomei um banho, fiz minha higiene e me vesti, uma calça jeans clara e uma blusa justa preta de mangas, iria até a casa de minha mãe pegar minhas roupas e pertences para levar para a casa nova, talvez eu nem a encontrasse por lá, Yha, sua assistente havia me dito que ela iria a Hong Kong para um jantar beneficente, para variar minha mãe não estaria em casa, o que não era nenhuma surpresa, ouvi a buzina de Sam e sorri, sai ao encontro dela.

Quando entrei no carro Sam me olhou no fundo dos olhos e abriu o sorriso mais cativante que ela já dera a mim, ela parecia surpresa e feliz em me ver.

- Oie - ela sorriu e depositou um beijo em meu rosto

Linhas Cruzadas (Sam&Mon)Onde histórias criam vida. Descubra agora