🔥Capítulo 16🔥

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Dragões...

Por longos anos foram conhecidos como uma das criaturas mais temíveis que já existiu, separadas do mundo dos mortais, viviam pacificamente no mundo de predadores, um contraste bem peculiar.

Foram-se poucos os que viram o combate de dragões e os que viram: nunca esqueceram.

E apesar de serem amorosos com a sua companheira, um dragão é intolerante as outras criaturas, até mesmo se for um filhote de outro ser. Cometer canibalismo entre si, não é algo de outro mundo, também não era algo que se vê todos os dias, já que os mesmos sempre evitavam conflitos e discussões entre si, eles se limitavam em ficar cada um em seu devido lugar. Não por medo, dragões jamais sentiam medo.

Diferente do que são contados ou ilustrados nas historinhas em que os pais contam para os seus filhos, os dragões não são apenas seres que cospiam fogo.

Não.

Dragões possuíam habilidades especiais, um dos mais comum, são a manipulação dos elementos das suas espécies e isso é apenas um complemento do que os faziam poderosos.

Água.

Ar/vento.

Terra.

Fogo.

E tinham Eles...

Sol e Lua/ Noite e Dia.

Se houvesse um rei ou uma rainha, um Alfa ou uma Luna.

Entre os dragões esse seria o mais próximo de um titulo para eles.

Eles não eram qualquer espécie de dragões. É a Realeza de sangue puro, de poder inquestionável e jamais vistos.

E isso era o que perturbava Øřïœŋ, o macho temia de que Agnes em sua ignorância acabasse por se meter em problemas. E apesar de que Agnes demonstrou ter certa facilidade em conviver em seu novo mundo e ter se adaptado muito bem a sua situação, ele sentia que se ela continuasse no escuro, em breve isso seria um problema e nem sempre ele estaria por perto para protegê-la, ainda mais quando eles tivessem os seus filhotes.

Então, mais do que nunca ele precisava mostrar a Agnes como é o seu mundo.

Ainda em sua forma de dragão Øřïœŋ agarrou Agnes pelas as patas e voou pelo céu que já estava escurecendo lentamente com a chegada da noite.

Agnes até pensou em gritar devido ao susto de ser agarrada por Øřïœŋ de forma tão brusca, no entanto, assim que ela pôs os olhos nas belezas daquele mundo exótico e extraordinário, ela ficou sem palavras.

A noite Fĥïłłøřÿ brilhava literalmente.

Animais, plantas, árvores, insetos...

Todos brilhavam como pequenos vagalumes coloridos. Mas, o mais surpreendente eram as rochas e a terra que brilhavam em verde e azul.

— Este é o meu Mundo. — falou Øřïœŋ após depositar Agnes no chão e voltar a sua forma humana.

— É lindo. — Agnes tinha em seus olhos um brilho sonhador.

— Esse é o problema. Coisas bonitas, as vezes são as mais perigosas... — Øřïœŋ segurou as mãos de Agnes e a guiou até ficar em frente a uma enorme rosa vermelha, linda e cheirosa. — Preste atenção.

Segundos depois, um inseto que parecia uma barata, do tamanho da palma da mão, pousou no caule da flor, Agnes soltou um grito, a flor que antes era a coisa mais linda, de repente, se fechou em torno do inseto, o espremendo até a morte e depois o devorou.

— Em nosso mundo você tem que escolher ser a presa ou predador. Todos somos capazes, mas temos que tomar as escolhas certas.

Agnes abaixou a cabeça, ela se sentia envergonhada, por sua culpa quase meteu Øřïœŋ em problemas.

— Me desculpa. — sussurrou Agnes.

— Você não tem que me pedir desculpas, eu que tenho, a minha responsabilidade é te proteger e suprir as suas necessidades. Mas eu lhe coloquei no escuro e a machuquei.

— Como assim, você me machucou? — Agnes estava confusa, Øřïœŋ jamais a machucou, até agora ele tem feito muito por ela, do que alguém um dia já fez.

— O nosso acasalamento... eu acabei exagerando...

— Órion... você não me machucou.

— Não?!

— Não. Muito pelo o contrário, eu amei!

— Então, por que você foi embora? — Agnes abaixou a cabeça com receio.

— Porque eu pensei que você não me queria mais.

— Mais que bobagem! Eu nunca vou deixar de querer você. Meu sol e minha lua, você já tem o meu coração.

— Assim tão rápido? — Agnes se sentia confusa, desde quando acordou em Fĥïłłøřÿ a sua vida tinha mudado e o pior é que ela não se incomodava com as mudanças.

— O laço que nos une é forte e intenso, é como se nossas almas se entrelaçasse é uma dança rodopiante. Então não se assuste quando os nossos sentimentos se tornarem intensos e impossível de compreender.

— Nossa...

Øřïœŋ sorriu, a sua fêmea pertencia mais Fĥïłłøřÿ do que ao mundo humano.

Nenhuma criatura gostava dos humanos e Øřïœŋ não era uma exceção, se Agnes não fosse a sua predestinada, provavelmente ele já a teria devorado.

Dragões, lobos, vampiros, fadas, bruxos... odiavam os humanos.

Humanos, são patéticos.

Eles não possuiam amor em seu coração, nem honra e lealdade.

Homens matavam as suas esposas e filhos, mães matavam o marido e os filhos, filhos matavam os pais e irmãos.

Para qualquer outra espécie, a família tinha um significado bem profundo e dizia muito sobre você. Se não consegue ser leal e respeitoso com o seu companheiro(a) e amoroso com o seu filhote, você é indigno e repugnante. E machos e fêmeas indignos, o castigo é: a Morte.

— Uau... vocês possuem três luas! — Øřïœŋ seguiu o olhar de Agnes e viu aquilo que ela admirava.

Três luas cheias! Uma com o brilho laranja, uma amarelo e a outra vermelho.

— Só possuímos uma lua.

— Mas eu estou vendo três!!!

— Elas não pertencem a nós e sim a outros reinos. Outros mundos iguais ao meu, são sete reinos e isso o que você está vendo são esses mundos se espelhando ao nosso. Isso acontece poucas vezes e de formas diferentes, as vezes é uma lua, duas... é até as sete.

— Uau! Deve ter sido bom nascer aqui e aprender essas coisas. — de repente Agnes se sentiu triste, ela tinha nascido em um mundo machista, onde as mulheres e as pessoas pobres não podiam estudar.

Øřïœŋ sentiu a mudança de humor da sua fêmea e tratou de consolá-la.

— Em breve você saberá tudo o que eu sei e um pouco mais. Por meu coração, eu juro! — prometeu Øřïœŋ, que deu soco forte em seu peito, enfatizando a sua promessa.

— Obrigado! Então quais são os nomes desses outros reinos ou mundos?

Øřïœŋ exitou, ele infelizmente como os outros dragões não sabia todos os nomes dos reinos, apenas poucos. O que eles sabiam, eram o que os seus pais diziam, a única extraordinária que eles sabiam é que os dragões da Lua e do Sol, vinham de um desses mundos, infelizmente, pouco se sabiam deles e o motivos deles visitarem constantemente Fĥïłłøřÿ, eles vinham tantas vezes que chegaram a serem considerados habitantes de Fĥïłłøřÿ.

— Ɗŕæƙtåŕ, Mīḍŕæƙtåŕ, Ŋefŕæŕ, Æzụřå.

— D-dr — Agnes tentou citar os nomes, infelizmente aquele idioma era complexo demais.

E não era para menos, um dia Agnes poderia ser capaz de compreender as palavras da língua de Fĥïłłøřÿ, mas jamais as falará. O idioma era muito complexo e ainda existia a questão da musculatura, os dragões possuíam a sua região vocal diferente dos humanos.

— Vamos voltar para a nossa toca, já está na hora de colocar a minha companheira para dormir.

Agnes sorriu.

Corações de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora