48_ Loba disfarçada de ovelha.

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Kimberly Audrey

...-A minha madrasta matou ela.

Arregalei os olhos completamente chocada.

-O incrível era que elas eram melhores amigas. -contou encarando o céu. -A minha mãe namorava com o meu pai, eles casaram e tiveram dois filhos, Logan e eu. Quando eu tinha os meus dois anos a minha mãe morreu. A melhor amiga da minha mãe apoiou o meu pai incondicionalmente, até que eles gostaram um do outro. Eles se casaram e tiveram um filho, o Luke. Anos se passaram e a gente vivia como uma "família feliz". -uma lágrima escorreu e no mesmo segundo ele limpou-a. -A felicidade durou pouco quando a minha suposta mãe começou a me tratar com indiferença, eu nunca entendi esse acto dela, e aquilo me quebrava totalmente. Eu era só uma criança, que infelizmente nunca soube o que era o amor de uma mãe, isso porque a verdadeira estava morta e a de coração me rejeitava. Eu tive que me conformar com o amor do meu pai e não digo que não era suficiente, o problema era que ele não preenchia totalmente o vazio que eu tinha. Chegou um tempo em que a minha madrasta começou a me bater sem o meu pai saber, todas as noites eu chorava pedindo pra Deus para que aquilo parasse... No dia do meu aniversário dos quinze eu descobri algo que nenhuma criança gostaria de descobrir, que a sua mãe havia sido morta pela sua melhor amiga que se casou com o marido dela. Eu senti tanto ódio, e quando ela descobriu que havia sido descoberta, ela apontou uma arma na minha testa. Eu estava com muito medo e eu não podia pedir ajuda. Ela ameaçou matar a mim e ao meu irmão, se eu contasse a verdade.

Sempre que ele deramava uma lágrima, ele limpava, mas desta vez não limpou.

-O meu pai nunca estava presente, nem nos meus aniversários, ele apenas mandava presentes e me ligava pra desejar um feliz aniversário, era impossível falar com ele directamente. Eu vivia assustado com aquela mulher em casa, ela é uma loba disfarçada de ovelha. -ele deu uma pausa e eu senti os meus olhos arderem. -Por isso eu resolvi me dedicar mais aos meus estudos para poder sair daquela casa sem precisar de um centavo daquela senhora. O que mais me dói é que a minha mãe confiou demasiado na mulher que matou ela e tudo por querer viver a vida dela. Eu me parecer com a minha mãe fez a mulher louca não gostar de mim e sim me odiar profundamente, porque assim, é como ver a minha mãe.

Ele contou chorando e foi inevitável não sentir um aperto no meu coração.

Aquilo era muito triste. Ver o Dylan nesse estado me quebrava.

-Lembra que eu te falei que o meu avô era a minha estrelinha favorita? É, eu menti. A minha mãe que é. -contou com a cabeça baixa e isso foi como levar uma facada no meu coração.

-Eu não sei o que dizer...

-Eu também não sei... -me encarou, ele estava completamente destroçado. -Eu não sei como amar porque não me ensinaram a amar. -ele segurou o meu rosto. -Por favor Kimberly, me ensine a amar você, você é a minha única salvação.

Toquei os seus ombros.

-Uma vez eu disse pra você "O amor é uma das mais belas manifestações que existem, e eu posso oferecer-lhe". -falei e ele sorriu meigo.

-Você é perfeita! -ele se aproximou e juntou os nossos lábios me dando um selinho.

Sorri com aquilo e abracei ele.

Senti um alívio percorrer pelo meu corpo. O Dylan me fazia bem e eu acho que eu fazia ele se sentir bem também.

-Quando eu estou com você é como se todos os meus problemas sumissem. -falou e em seguida depositou um beijo no meu pescoço causando arrepios. -Acho que estou começando a amar você.

-Você não está começando a me amar, você já me ama. -a gente riu.

-Eu já disse que você é incrível? -sussurou no meu ouvido o que me fez rir. -Desculpa...

Nos separamos do abraço e encarei ele confusa.

-Pelo o quê? -ele suspirou interlaçando os seus dedos nos meus.

-Eu vou viajar amanhã. -contou e no mesmo segundo desmanchei o sorriso.

-O quê? Pra onde?

Coisas boas duram pouco.

-Eu mudei de faculdade. -ele contou parecendo não estar muito contente. -Para uma que fica na Itália.

-Por isso você estava aprendendo italiano? -ele assentiu.

Mordi a parte de dentro da minha bochecha enquanto as minhas lágrimas ameaçavam cair.

-Por quê? -perguntei num tom de choro.

-Eu quero começar uma nova vida, longe de tudo ruivinha.

Logo agora que estávamos nos aproximando. Diabo sujo.

-Eu não quero ficar longe de você. -falei e ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

-E não vai... -ele sorriu me puxando para si e beijando o topo da minha cabeça.

-Você não sabe o quanto te amo. -soltei.

-Acredite, eu sei.

[...]

-Eu lamento muito deixar você logo agora que eu estava começando a sentir coisas por você. -senti dedos fazendo carinho na minha bochecha.

Essa era a voz do Dylan.

-Agora eu tenho que ir, mas eu prometo voltar por você. Somente por você. -senti um tecido no meu corpo.

Aquilo parecia uma camisola.

-Você é linda, perfeita, inteligente... -soltou uma risada. -A única garota que conseguiu fazer com que eu me apaixonasse.

Aquilo não parecia um sonho. Eu não conseguia ver, apenas escutar. Eu tentava acordar mas eu não conseguia, era como se algo me impedisse de eu acordar.

-A única que cometeu a loucura de me investigar. -senti ele suspirar. -Se eu tivesse que escolher entre amar e respirar, eu usaria meu último suspiro pra dizer... eu te amo.

Eu não sabia se aquilo era um sonho mas eu estava gostando de ouvir.

-Espero algum dia conseguir dizer pra você essa frase... Eu te amo. -um beijo foi depositado na minha bochecha.

Escutei ele se afastar e senti um aperto no meu coração.

Agora que eu não conseguia escutar a voz do Dylan eu já conseguia enxergar.

Senti uma mão me puxar e encarei a pessoa com ódio.

Kaleb.

Kaleb me deu um sorriso breve e antes de eu falar alguma coisa uma faca veio em minha direção.

-Dylan! -acordei assustada e respirando pesadamente.

Foi um sonho.

Merda.

O sol iluminava aquele lugar. Dormimos aqui.

Franzi o cenho assustada quando reparei que o Dylan não estava comigo.

Continua

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:)

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