47_ Quer dar uma volta comigo?

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Kimberly Audrey

-Você tem que jogar o lixo fora! -falou a minha mãe e eu bufei.

-Tem monstros lá fora mãe... -assim que ela pegou o seu chinelo arregalei os olhos correndo pra fora dali.

Eu não acredito que terei que enfrentar aqueles ratos malditos novamente.

Que ratos?

Os que eu somente vejo.

Abri a porta caminhando até aquele negócio que a gente guarda o lixo.

Até hoje não sei o nome.

Infelizmente.

Coloquei o lixo naquele negócio e quando eu ia voltar pra casa avistei o carro do Dylan saindo de casa.

Me sinto mal pelo o que aconteceu hoje, ele deve estar muito triste e com medo.

Eu queria muito estar com ele, mas infelizmente ele não permite.

O carro do Dylan travou e eu virei o meu corpo indo pra casa.

-Kimberly. -escutei ele me chamar e não demorou muito para o meu coração acelerar nas batidas.

Virei para o mesmo que já se encontrava fora do carro e franzi o cenho.

-Está me chamando? -perguntei pensando que talvez eu esteja ouvindo coisas.

-Sim. Quer dar uma volta comigo? -perguntou com receio e eu franzi mais o cenho soltando uma risada nervosa.

-Eu? Porquê? -ele suspirou.

-Depois te explico... só vem por favor. -cruzei os braços.

-Não era você que não queria ficar perto de mim?

-Em nenhum momento eu disse isso. Kimberly... Por favor! -suplicou e eu relaxei meus ombros indo até ele.

-Pra onde a gente vai? -ele abriu a porta do seu carro para que eu entrasse.

Isso não aconteceu...

-Para de pergunta. -entrei no carro me sentando no lugar de passageiro e o mesmo no lugar de motorista.

O mesmo deu partida no seu carro.

O caminho todo foi silencioso, e muito incómodo.

Eu me perguntava várias vezes o porquê dele ter me chamado.

Eu abri os olhos quando senti o carro parar e olhei para o Dylan que me encarava também. Em seguida olhei para frente acordando completamente maravilhada.

A gente estava num lugar um pouco mais alto que as casas e aqui dava para ver perfeitamente a lua e as estrelas.

Voltei o meu olhar para o Dylan sorrindo e ele apenas se virou envergonhado sussurrando para mim.

-Cala boca e olha para o céu.

Eu sorri com carinho para ele e me voltei novamente para o céu observando cada pedacinho dele.

Me voltei para o Dylan que encarava o céu.

-Você é um confuso. -confessei e ele sorriu.

-Eu sei. -ficamos um tempo em silêncio. -Eu não menti.

Encarei ele confusa.

-Como assim?

-Eu não menti naquela festa quando falei que eu gostava de você. -a minha barriga deu algumas voltas em agitação.

Borboletas.

Tentei falar mas nada saía da minha boca, eu não sabia o que dizer.

-Eu gosto de você. Eu estou apaixonado por você. -confessou baixo e foi inevitável não abrir um sorriso.

Nenhuma palavra saía da minha boca. Nenhuma.

-Sabe como eu percebi que me apaixonei por você? -abriu um sorriso, eu sentia as minhas bochechas esquentarem. -Ouvindo tua risada, tua voz, porque acalma e me deixa alegre. Cada vez que eu fecho os olhos vejo e revejo sua imagem.

O brilho nos seus olhos tinha voltado. Ele me encarava profundamente o que fazia com que as borboletas se animassem em minha barriga.

-Eu não sou bom de palavras poxa... -a gente riu.

-Dylan... -ele sorriu.

Soltei uma risada nervosa não acreditando que eu estava escutando aquilo.

-Eu não queria te falar nada na verdade, eu queria guardar esse sentimento até que sumisse. -mordi o lábio inferior.

-Porquê? -perguntei baixo.

-Eu não sirvo pra essas coisas. -abaixou a cabeça suspirando. -Além disso, eu tenho muitos problemas.

-Eu posso ajudar você a sulociona-los. -sorri e ele soltou uma risada. -É sério!

-Esses são difíceis de resolver. -segurou a minha mão apertando-a.

-O meu pai está vivo. -ele franziu a testa chocado. -Eu também fiquei assim. Pensar que fiquei todos esses anos chorando por alguém que estava vivo me deixa com raiva, mas eu sei que ele não resolveu se fazer passar por morto poque queria e sim porque ele estava em perigo. -contei e encarei o Dylan que me encarava atento

-Você se sente bem? -perguntou apreensivo e eu sorri sem mostrar os dentes.

-Sim. -ele me puxou fazendo com que eu deitasse no seu ombro. -E você?

Ele beijou o topo da minha cabeça.

-A minha mãe está morta. -contou com a voz baixa e eu me separei dele encarando o seu rosto calmo.

Então eu não havia escutado mal e nem visto mal.

-A minha madrasta matou ela.

Continua

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;)

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