Em Frente A Minha Obsessão

15_ Ruivinha.

Kimberly Audrey

...-Eu amava muito ele... -desatei a chorar e no mesmo segundo ele me envolveu nos seus braços me abraçando.

Aquilo era estranho mas ao mesmo tempo me confortava.

Se eu não estivesse chorando tanto eu estaria pulando de alegria.

O DYLAN ESTÁ ME ABRAÇANDO.

Ele passava a sua mão no meu cabelo tentando me acalmar.

O seu cheiro invadiu as minhas narinas me causando arrepios.

Me afastei dele sentindo uma ligeira vergonha. Estou querendo me enfiar num buraco.

-Desculpa... estou com tanta vergonha. -falei soluçando e sem o encarar.

Ele soltou uma risada e tocou o meu queixo fazendo com que eu o encarasse.

Ele tem fetiche em queixos?

Ele me encarava apreensivo.

Ok, isso está sendo muito estranho.

-Eu me sinto uma fraca. -soltei uma pequena risada.

-Ei! Não se sinta fraca. Pessoas choram, não porque são fracas, mas porque elas vêm sendo fortes por muito tempo.

-Quando a dor não cabe mais no peito transborda pelos olhos. -falamos em uníssono e rimos.

Depois de um tempo em silêncio e apenas nos encarando desviei o olhar e encarei o céu.

-Ele é a minha estrela favorita. -suspirei.

Ele se aproximou e com o seu polegar limpou as minhas lágrimas. Ele fazia com muito cuidado e com muito carinho.

Fechei os olhos puxando todo ar que me faltava. Abri os mesmos quando ele terminou de limpar as minhas lágrimas e começou a falar.

-Eu também tenho uma estrelinha. -falou olhando para o céu.

-Quem? -perguntei curiosa.

Era estranho, muito estranho, falar com ele normalmente.

O meu coração pulsava só de ouvir a sua voz, era como uma melodia para os meus ouvidos.

-O meu avô. -suspirou. -Eu amava muito ele, ele foi o meu grande herói sabe...

-Pelo vistos todos temos uma estrelinha no céu... -ele sorria de lado e eu fiquei confusa.

-Bem, cabelo de fogo você até que não é tão secante assim. -provocou e eu abri a boca chocada.

-Cabelo de fogo?

É a segunda vez que escuto ele me chamar assim.

-É, combina muito com o seu cabelo.

-O meu cabelo não é de fogo. -cruzei os braços.

-Como quiser, ruivinha. -não tive tempo de o responder pois ele recebeu uma ligação, ele pediu licença e se afastou pra atender a ligação.

Vocês não imaginam o quanto estou passada.

Vontade de beijar ele e falar que eu sou perdidamente apaixonada por ele.

Ele voltou um pouco tenso.

-Está tudo bem?

-Sim. -respondeu sorrindo forçadamente.

-Bem, você vai ter que me levar, eu não tenho como voltar. -falei andando e o Dylan me seguiu.

-Estou achando que você apenas está procurando motivos para ficar perto de mim.

E não está mentindo.

-Até parece. -ri debochada tentando esconder a minha vergonha.

Eu fico muito nervosa perto dele.

-Talvez você esteja apaixonada por mim... -sussurou.

-Nem pensar! -engoli seco.

Ele me olhou com um sorriso de canto e eu comecei a andar mais rápido.

Cheguei rapidamente até o seu carro e entrei no mesmo seguida do Dylan que suspirou profundamente se virando pra mim assim que sentou no carro.

-Então você não está apaixonada por mim? -se inclinou pra mim e incrivelmente os meus olhos caíram sobre a sua boca avermelhada.

-Na-Não. -falei firme após gaguejar o que fez o Dylan rir.

-Tá bom então. -debochou.

É CLARO QUE EU ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ.

-A gente vai sair daqui ou não?  -perguntei vendo a hora no meu celular.

21:10.

Depois de eu ter falado isso o Dylan deu partida no seu carro dirigindo normalmente.

Minutos depois a gente já se encontrava em frente a minha casa.

O caminho foi silencioso mas nada incómodo.

-Obrigada! -antes que eu saísse do carro ele se apressou a falar.

-De nada ruivinha. -o meu estômago se embrulhou.

Saí do carro apressada.

Dylan deu uma retaguarda e entrou na sua casa.

Peguei as chaves de casa e abri a porta encontrando a casa completamente escura e com todas as luzes apagadas.

Entrei em casa fazendo silêncio quando eu ia subir as escadas tropecei no primeiro degrau.

Eu sou muito burra, fui tropeçar logo no primeiro degrau, as vezes acho que tenho pernas de lagartixa.

As luzes de casa foram acendidas revelando a imagem da minha mãe com uma vassoura olhando pra mim com cara de sono.

-Poxa, pensei que você era um assaltante. -falou a minha mãe respirando fundo.

-A mãe pensou que tinha alguém assaltando a casa e trouxe uma vassoura? -perguntei incrédula. -Porque a senhora estava com uma vassoura no quarto?

-Porque você está chegando tão tarde? -perguntou desconfiada.

-Eu estava me divertindo com a Britney e o tempo voou. -menti.

-Eu falei com a Britney e ela falou que te deixou aqui às 19:30 mocinha. -semirrou os olhos pra mim.

Me lembrem de matar a Britney.

-Que cabeça oca da Britney. -sorri amarelo e corri para o quarto escutando a minha mãe me xingar em várias línguas.

Continua

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